F1: Violação da Williams na entrega de imagens da asa expõe problema fundamental; entenda
Rigidez nas regras sobre a flexibilidade das peças segue sendo um assunto quente no paddock

A aeroelasticidade continua a ser um tema quente na Fórmula 1, depois que a FIA anunciou testes mais rigorosos nas asas traseiras para detectar se elas estão se flexionando sob carga. Assim, naturalmente, houve uma presunção imediata de culpa quando o órgão regulador circulou um relatório do delegado técnico Jo Bauer que indicava a Williams aos comissários de pista por não ter fornecido imagens de câmera de suas asas uma hora após o término dos treinos livres na China.
A equipe ainda não explicou essa falha. Com base nisso, é possível deduzir que o time tenha alguma culpa, mas não é possível prová-la. Pode haver uma explicação inocente.
Também é impossível ter certeza de que uma asa é ilegal simplesmente observando as imagens de vídeo.
Não é preciso ir muito longe nas mídias sociais para ver pessoas compartilhando imagens de asas no carro que parecem flexionar e afirmando - muitas vezes em tom histérico - que essa é algo que precisa ser lidado logo. Na verdade, é perfeitamente natural que as asas se deformem sob carga e é impossível evitá-lo completamente. A questão é quanto foi deliberadamente projetado e com que finalidade.
A única maneira prática de medir o grau exato de flexão de uma asa sob carga é fazê-lo em repouso, aplicando pesos. Mesmo isso não é exatamente igual, por isso a recente alteração da tolerância permitida nos testes da asa traseira.
As equipes de F1 vêm explorando medições estáticas há décadas. Na era anterior do efeito-solo, a FIA tentou restringi-lo impondo uma altura mínima de rodagem que, obviamente, só poderia ser medida quando o carro estivesse em repouso.
Gordon Murray, da Brabham, foi o primeiro a contornar esse problema, instalando a carroceria de seu carro em suportes pneumáticos que mantinham as saias laterais na altura legal quando paradas, mas comprimidas sob carga.
O objetivo da FIA ao introduzir novas verificações por vídeo no GP da Bélgica do ano passado era encontrar uma maneira de indicar cientificamente o grau de flexão de uma asa sob cargas aerodinâmicas reais. Câmeras de alta definição voltadas para a frente e para trás foram instaladas nas asas dianteiras e traseiras, que tinham pontos nas placas de extremidade para que a FIA pudesse examinar até que ponto os elementos da asa estavam girando.
No momento, essas câmeras são usadas somente durante as sessões de treinos livres (o que, obviamente, abre a possibilidade de as equipes trocarem componentes que estão no limite da legalidade para a classificação e as corridas). O Motorsport.com apurou que o exame das imagens de bordo de vários carros durante o TL1 na Austrália foi o que motivou a mais recente mudança no regime de testes.
Mas a Williams não infringiu nenhum regulamento técnico. Trata-se apenas de uma violação processual de uma Diretriz Técnica e, de qualquer forma, não haveria expectativa de fornecimento de imagens da classificação de sprint na China.
Além disso, o relatório do delegado técnico não dizia que a Williams não havia fornecido as imagens, apenas que não as havia fornecido dentro do prazo determinado de uma hora após o término do treino.
É provável que esse seja o motivo pelo qual os comissários de bordo decidiram adiar a audiência até a manhã de sábado em Xangai: esse não é um caso que precisa ser ouvido com urgência.
Mas ele precisa ser ouvido, pois se a Williams ficar impune por essa violação, outras equipes acharão que podem deixar de fornecer a filmagem e escapar da sanção. Isso prejudicaria toda a filosofia de submetê-las a um escrutínio (quase) constante.
Portanto, mesmo que haja uma explicação inocente para o não fornecimento da filmagem no prazo especificado e que nenhum regulamento técnico tenha sido violado, alguma punição é inevitável. A questão, dada a natureza sem precedentes desse caso, é a gravidade.
Quali sprint: HAMILTON POLE, VERSTAPPEN 2º. Bortoleto BATE HULK e vai ao Q2! Lando 6º, Lawson ÚLTIMO
Faça parte do Clube de Membros do Motorsport.com no YouTube
Quer fazer parte de um seleto grupo de amantes de corridas, associado ao maior grupo de comunicação de esporte a motor do mundo? CLIQUE AQUI e confira o Clube de Membros do Motorsport.com no YouTube. Nele, você terá acesso a materiais inéditos e exclusivos, lives especiais, além de preferência de leitura de comentários durante nossos programas. Não perca, assine já!
Podcast #326 – Christian Fittipaldi manda real sobre estreia de Bortoleto, Hamilton “apago” e McLaren favorita
ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:
Faça parte do nosso canal no WhatsApp: clique aqui e se junte a nós no aplicativo!
Compartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.