F1: Wolff defende que usaria aumento do teto orçamentário para ajustar salários dos funcionários

Equipe alemã se junta à Ferrari e Red Bull em busca de ajustes ao teto orçamentário, mas aparenta ter objetivos distintos das rivais

Lewis Hamilton, Mercedes W13, in the pit lane

A questão do teto orçamentário segue pegando fogo nos bastidores da Fórmula 1. E o chefe da Mercedes, Toto Wolff, foi mais um a se manifestar publicamente pelo aumento, defendendo que isso cobriria questões como aumento no valor da energia e custos com frete, além de ajustar o salário dos funcionários.

Com a pandemia e a guerra na Ucrânia, a inflação em vários países europeus subiram aos níveis mais altos em décadas, e o aumento nos custos de energia e transporte dificultam a vida das equipes de ponta da F1, que normalmente já sofreriam para se manter dentro do teto de 140 milhões de dólares, com os orçamentos já definidos bem antes do início da invasão russa.

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As equipes que já operam no limite do teto, como Mercedes, Ferrari, Red Bull e McLaren, correm o risco de quebrar o regulamento caso não tomem medidas drásticas para reduzir ainda mais suas operações e, por isso, pedem um ajuste temporário para acomodar o aumento extraordinário nestas áreas.

Já as equipes que não operam perto do teto têm menos interesse em permitir esse ajuste dos gastos, preocupadas que, com isso, os times de ponta poderiam desenvolver mais seus carros.

Gunther Steiner, chefe da Haas, alertou que a F1 não deve mudar o teto orçamentário porque ele está fazendo bem para as corridas e o pelotão do meio, mas disse estar disposto a considerar um ajuste temporário apenas para o valor dos fretes, algo monitorado diretamente pela FOM.

Wolff disse que não quer que a F1 aumente o teto apenas para "superar" as equipes menores, mas afirmou que quer passar um pouco desse valor extra para os funcionários, ajustando seus salários na inflação.

"Não é que queremos gerar mais lucro. É literalmente permitir que as pessoas tenham seus salários compensados pela inflação extraordinária que eles sofrem. Então não é que queremos mais, mas temos que entender que entramos o ano com as previsões do ano passado, e olhe para os números agora. Com sorte, encontraremos um modo de ajustar".

"Acho que o pior para o esporte é ter uma posição teimosa de algumas as equipes pequenas, que pensam que as maiores estão em busca de uma vantagem para ferrá-los, o que não é o que queremos".

"E posso te dizer que, da minha posição como chefe de equipe, não quero levantar o teto apenas para ter um orçamento que sempre crescerá, quebrando o conceito inicial, mas quero que meu pessoal seja bem pago mesmo sob essas circunstâncias".

Toto Wolff, Team Principal and CEO, Mercedes AMG, with Mercedes team members

Toto Wolff, Team Principal and CEO, Mercedes AMG, with Mercedes team members

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Para evitar o risco das maiores equipes jogarem esse dinheiro extra em cima de desenvolvimento, Wolff disse que é importante monitorar as contas das equipes, garantindo que isso cubra apenas gastos com energia e transporte, estimando em cerca de 8 milhões de libras.

"Acho que podemos demonstrar facilmente. Nossos gastos com energia em Brackley subiram de 2,5 para 6,5 milhões de euros. Os de frete, de modo similar, de dois para seis se não me engano. É preto no branco, você pode seguir isso nas contas".

"E é isso que estamos pedindo em termos de ajustes, o que nos permitira repassar também aos salários".

Segundo Wolff, a Mercedes quer evitar uma "dolorosa" redução para cumprir com o teto orçamentário, e disse que está revendo processos em busca de evitar demissões.

"Queremos evitar sob qualquer circunstância a reorganização e reestruturação das equipes grandes novamente, o que seria muito danoso para nós como equipe e para a indústria".

"O teto foi introduzido com propósitos específicos para permitir que as equipes pequenas possam gastar o mesmo que nós. Não deve ser uma barganha anual para aumentar o teto, mas acho que é um caso excepcional".

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Filip Cleeren
Fórmula 1
Mercedes
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