FIA: Casos de Verstappen e Vettel são diferentes como "maçãs e laranjas"
Novo diretor de provas do órgão que regula o automobilismo, Michael Masi destacou que os incidentes são bem diferentes
A Federação Internacional do Automobilismo (FIA) disse que os casos de Max Verstappen no GP da Áustria e de Sebastian Vettel no GP do Canadá são diferentes como “maçãs e laranjas”. Segundo o órgão regulador do esporte a motor, não se pode comparar a punição aplicada ao alemão da Ferrari ao fato de que o holandês da Red Bull foi inocentado na corrida de Spielberg da Fórmula 1.
Verstappen partiu para o ataque sobre o ferrarista Charles Leclerc no final da etapa do Red Bull Ring em busca da vitória. No momento da ultrapassagem, o holandês pegou a linha de dentro em curva fechada e abriu o traçado, forçando o monegasco para fora da pista. Suas rodas dianteiras chegaram a se tocar, como mostra o vídeo abaixo.
Siga o Motorsport.com Brasil no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube.
Verstappen venceu na pista, mas o incidente foi investigado pelos comissários por horas após a bandeira quadriculada. No fim das contas, foi decidido que não havia irregularidade por parte do piloto da Red Bull, para desgosto de Leclerc, claramente contrariado com a manobra do rival, o que ficou evidenciado no pódio e nas declarações do ex-Sauber. O resultado da pista acabou mantido.
Muitos questionaram a decisão dos comissários numa perspectiva de comparação ao que foi decidido no caso de Sebastian Vettel e Lewis Hamilton no GP do Canadá. Na ocasião, o alemão escapou na chicane de Montreal e voltou perigosamente à pista, fechando o britânico da Mercedes, como mostra o vídeo abaixo. O ferrarista acabou punido em 5 segundos no tempo de prova e perdeu a vitória para o rival.
No GP da França, ocorrido entre as etapas canadense e austríaca, Daniel Ricciardo também recebeu uma punição controversa. O australiano da Renault levou gancho por incidente em que fez manobra perigosa na disputa pela sétima posição em Paul Ricard. O ex-Red Bull acabou penalizado e caiu para 11º, fora da zona de pontuação.
Os incidentes da França e do Canadá foram tomados como paradigma para opiniões sobre o ocorrido na Áustria. De todo modo, o chefe de equipe da Ferrari, Mattia Binotto, já declarou que o time de Maranello não vai recorrer da decisão pelo “bem do esporte”.
O dirigente, porém, alertou que “existem regras claras” para evitar acidentes e outras consequências. O italiano também ressaltou que devem ser consideradas “exatamente as mesmas regras aplicadas em corridas passadas”.
Opinião da FIA
Entretanto, o novo diretor de provas da F1, Michael Masi, disse que comparar os incidentes recentes estava "efetivamente tentando comparar maçãs e laranjas". Segundo ele, nos casos de Vettel e Ricciardo, o gancho se deveu ao fato de que eles forçaram outros rivais para fora da pista depois de eles mesmos terem saído do traçado.
Por exemplo, Vettel saiu da pista enquanto liderava em Montreal e saltou através da grama, então foi punido por ter voltado ao traçado de forma insegura, forçando Hamilton contra o muro enquanto o britânico tentava a ultrapassagem.
Na França, Ricciardo tentou passar a McLaren de Lando Norris, mas passou pela chicane e saiu da pista com todas as quatro rodas, só que ainda tentou manter a linha interna para a segunda parte da curva, forçando Norris para fora.
No caso da Áustria, Verstappen estava fazendo uma tentativa legítima de ultrapassagem quando seu incidente ocorreu, e ao contrário de Ricciardo, o holandês permaneceu no controle do carro o tempo todo e não deixou o circuito.
“Todo e qualquer incidente precisa ser considerado por seu próprio mérito. São curvas diferentes, perfis diferentes, circunstâncias diferentes”, disse Masi ao Motorsport.com. “São três incidentes muito diferentes. Na opinião dos comissários, foi um incidente de corrida”.
Na volta anterior, Verstappen tentou a ultrapassagem na mesma curva e chegou a ficar à frente, mas Leclerc retomou a ponta na tangência da curva seguinte.
Quando perguntado pelo Motorsport.com sobre o incidente, Masi sugeriu que os comissários sentiam que Verstappen tinha "aprendido com a volta anterior" e a natureza do movimento seguinte era fundamentalmente diferente logo depois.
"Ele foi para a curva, freou depois, e Charles obviamente o viu chegando e ficou na linha de fora", disse Masi. “E Max, atrasando a frenagem, pegou uma tangência diferente, mas, em todos os momentos, estava freando praticamente ao máximo. O que aconteceu na volta anterior foi diferente”.
Ao tomar sua decisão, o grupo de quatro comissários - que incluía a lenda das 24 Horas de Le Mans, Tom Kristensen - analisou incidentes anteriores e outros precedentes. Inclusive o confronto entre Hamilton e Nico Rosberg, três anos atrás, na mesma curva. Esse foi um dos motivos para a demora na decisão.
Naquela ocasião, Rosberg – que estava por dentro, como Verstappen - foi punido, mas o incidente foi diferente porque o alemão estava tentando defender a posição. "A grande diferença é que Nico olhou para a ocasião", acrescentou Masi. "Enquanto Max estava muito focado na curva e tentando sair dela o mais rápido possível”.
GALERIA: Veja a classificação do GP da Áustria após confirmação da vitória de Verstappen
Faça parte da comunidade Motorsport
Join the conversationCompartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.