Análise

ANÁLISE: O que significa a reestruturação técnica da Ferrari na F1?

A Ferrari está se reestruturando para o futuro da Fórmula 1 (quando despesas e salários serão limitados) enquanto questiona se irá a outras categorias

Sebastian Vettel, Ferrari SF1000

A Ferrari questiona se quer se diversificar em outras categorias, e, indicativos do momento vindos de fontes ligadas à montadora, apontam que a fábrica considera concentrar seus esforços na Fórmula 1, deixando a área GT de Antonello Coletta para trabalhar pelo retorno ao topo nas corridas de endurance, visando assim a vitória geral das 24 Horas de Le Mans.

Em Maranello, no entanto, eles têm que contar com a introdução de um teto orçamentário que exigirá não apenas um corte drástico de custos no F1 2021, mas também uma revisão de equipe para não deixar ninguém desempregado.

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Mattia Binotto havia dito que a Ferrari não demitirá ninguém, mas a saída de Simone Resta do Departamento Técnico para a Haas atesta que a equipe italiana prefere não perder seus homens, mas mantê-los na F1, evitando que percam contato com a categoria rainha .

Resta, aliás, vai continuar com contrato na Ferrari, mas a equipe americana vai bancar o salário dele, reduzindo custo. Simone deve ser a ponta do iceberg de um grupo de engenheiros que também irá para a equipe americana comandada por Gunther Steiner.

Os malfeitores podem acreditar que a saída de Resta se deve a desentendimentos de longa data com o chefe da equipe, Mattia Binotto. Na realidade, o chefe da área de Engenharia de Chassis da Scuderia é apenas a face mais notável da ligação direta reforçada entre a Haas e a Ferrari.

Corre o boato de que o proprietário da equipe americana, Gene Haas, poderia fechar o relacionamento com a Dallara para mudar a equipe definitivamente para a Grã-Bretanha e ter a Ferrari como referência técnica privilegiada.

A Ferrari, portanto, poderia contribuir para o fortalecimento da equipe cliente, que é a menos estruturada no paddock, proporcionando-lhes figuras que poderiam somar sua grande experiência para melhorar a equipe em que Mick Schumacher, piloto da Academia da Ferrari, correrá no ano que vem.

Portanto, a escuderia colocará em prática os serviços que pode fornecer à Haas em conformidade com as regras e, assim, manterá ativo o "excesso" de pessoal, para que o conhecimento adquirido não seja perdido, deixando a porta aberta para possíveis retornos no futuro.

A ausência de Binotto nos últimos dois GPs (Turquia e Bahrein) foi estratégica para redesenhar o que deverá ser a nova organização do Departamento de Corridas. No momento, as responsabilidades de Simone Resta serão assumidas por Enrico Cardile dentro da nova área de chassi, mas é claro que a equipe de Maranello não tem um projetista chefe que possa configurar o carro de efeito solo para 2022.

Fica claro, portanto, que no Departamento de Corridas se espera a chegada de algumas contratações que deverão reforçar o departamento técnico e não é concebível que Cardile fique encarregado do desenvolvimento do SF1000 que rodará no próximo ano e também do carro com o qual a Ferrari, em 2022, espera retomar o caminho da vitória.

Os rumores falam de duas figuras profissionais: um de chassis e outro, que já deve estar fazendo a chamada "Licença de Jardinagem" (período entre a saída de uma equipe e a chegada à outra) para atuar a partir do início do próximo ano. Os nomes são secretos, embora o foco esteja nos técnicos que saem da Mercedes e da Red Bull - as outras duas equipes que, em decorrência da limitação do orçamento, terão que cortar o elenco.

Com a ida de Resta para a Haas, começa uma fase de transformação muito importante da Scuderia: a equipe terá de reduzir o seu pessoal para respeitar as limitações de custos, mas sem enfraquecer, procurando os reforços adequados nas posições que lhe permitam dar um salto qualidade à estrutura.

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