Pilotos criticam regra que "arruinou" Mônaco e cobram F1 por mudanças
Mesmo quem se beneficiou da 'parada livre', como Albon, também criticou o formato atual do regulamento
O GP de Mônaco do último domingo pode não ter trazido muita ação na pista, mas a prova acabou esquentando os bastidores da Fórmula 1. O acionamento da bandeira vermelha acabou mudando a dinâmica da corrida, "arruinando" o GP segundo pilotos como Max Verstappen e Fernando Alonso, que cobraram a categoria por mudanças no regulamento para evitar novos episódios como este.
A corrida de domingo, com 78 voltas pelas ruas de Mônaco, foi prejudicada por um forte acidente na primeira volta envolvendo Sergio Pérez e os pilotos da Haas, Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg.
Sob a bandeira vermelha resultante, todos os pilotos foram autorizados a trocar os pneus, eliminando a necessidade de paradas obrigatórias nos boxes mais tarde.
A regra beneficia os pilotos que não fizeram o pit stop antes de uma bandeira vermelha, durante a corrida, mas ter uma interrupção do tipo na primeira volta em um circuito como Mônaco, onde a ultrapassagem é quase impossível e os pneus podem durar a corrida inteira, acabou decorrendo em efeitos colaterais indesejados.
Isso não só prejudicou os pilotos que optaram por tentar algo diferente e largar com os pneus duros, forçando-os a completar a distância total da corrida com os médios, mas também eliminou qualquer risco que pudesse surgir da execução do pitstop e da estratégia em geral.
Em Mônaco, é muito provável que o pole vença, mas pitstops malfeitos ou erros de estratégia já custaram vitórias no passado a pilotos como Daniel Ricciardo e Charles Leclerc, injetando a chance de algum drama em uma corrida chata.
De ponta a ponta, os pilotos lamentaram que a bandeira vermelha na primeira volta tenha acabado com qualquer tipo de planejamento estratégico.
"Depois da bandeira vermelha, nossa estratégia foi arruinada, pois tivemos que colocar o pneu médio até o final, já que todos tiveram uma parada livre, e isso fez com que que tivéssemos que economizar muito", disse Verstappen, que largou e terminou em sexto.
George Russell, Mercedes W15
Foto de: Erik Junius
"Eu só tentei seguir George [Russell] e estávamos muito fora do ritmo tentando gerenciar os pneus. Foi muito chato, ter que pilotar literalmente com meia aceleração em alguns pontos".
O quarto colocado, Lando Norris, concordou com Verstappen, dizendo: "Não há nada que você possa fazer, especialmente com a bandeira vermelha no início, acho que isso arruinou qualquer outra oportunidade que poderia ter surgido com a estratégia e a economia de pneus, então é uma pena".
Até mesmo Alex Albon, da Williams, que se beneficiou com o pitstop gratuito por ter largado com pneus médios, reconheceu que as regras atuais não faziam muito sentido.
"Sim, precisamos descobrir o que está acontecendo. Acho que, se for uma bandeira vermelha na primeira volta, ainda assim é preciso ter um pitstop obrigatório ou algo assim. Para ser justo, funcionou a nosso favor, então não vou reclamar muito...".
Alex Albon, Williams FW46
Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images
No GP da Arábia Saudita de 2021, Norris já havia criticado o que ele chamou de "possivelmente a pior regra já inventada", depois de ter feito o pit-stop sob o safety car, logo antes de a corrida ser interrompida pela bandeira vermelha devido a um incidente. Isso fez com que ele caísse da sexta para a 14ª posição, enquanto observava todos à sua frente fazerem uma parada livre.
Alonso, piloto da Aston Martin, esperava que o domingo trouxesse a questão de volta à pauta, depois que as discussões anteriores sobre a regra não deram em nada.
"O único ponto de interesse em uma corrida em Mônaco são os pitstops que você tem que fazer", disse ele. "Se você remover a emoção de um pitstop, ele não se tornará nada. Talvez isso reabra as conversas sobre quando há uma bandeira vermelha, não trocar os pneus ou ser obrigado a ter o mesmo pneu ou algo assim, porque se não, há certas ocasiões em que a corrida fica comprometida".
Quando perguntado pelo Motorsport.com se ele tinha esperança de que a regra fosse revisada desta vez, ele respondeu: "Eu não sei. Há muitas coisas que não foram alteradas, provavelmente porque eles não ouvem os pilotos".
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