Entrevista: Rafaela Ferreira revela bastidores de primeiros contatos com RB e traça expectativa para F1 Academy
Em entrevista ao Motorsport.com, brasileira contou sobre como assinou com a equipe 'irmã' da Red Bull e as impressões da nova equipe
Foto de: Red Bull Content Pool
Rafaela Ferreira, pilota da TMG Racing na Fórmula 4 Brasil, dará um passo importantíssimo na carreira na próxima temporada: a brasileira assinou com a RB e disputará a F1 Academy - categoria de acesso que auxilia as mulheres a chegarem à Fórmula 1 - em 2025.
Rafa foi a primeira mulher a vencer uma corrida na F4 Brasileira além de acumular inúmeros pódios na categoria. Nesta temporada, a catarinense já soma duas vitórias e é a quarta colocada da tabela com 148 pontos. A convite da RB, o Motorsport.com teve a oportunidade de conversar com a pilota no paddock do GP de São Paulo sobre a nova, e desafiadora, jornada.
Motorsport.com: Em primeiro lugar, queria te desejar parabéns! É muito emocionante ver você usando a camisa de uma equipe de Fórmula 1. Bom, conta para gente como foi que você recebeu a notícia? Você já sabia há muito tempo?
Rafaela Ferreira: Então, no começo da temporada da F4, depois dos 2 pódios que eu conquistei, eu recebi um email da Red Bull. A partir dali a gente começou a ter esse contato. Depois, eu fui bem em outra corrida e eles me chamaram para fazer uma seletiva. Eu fui na fábrica da Red Bull, passei por um processo seletivo. Depois disso, eu voltei para o Brasil e então eles me ligaram de novo dizendo que queriam fazer um teste, mas dessa vez na pista. Isso aconteceu no dia 28 de julho, se não me engano. Eu assinei o contrato e eles me falaram que iríamos fechar para ir para a F1 Academy.
Rafaela Ferreira com Laurent Mekies, chefe de equipe da RB, e Peter Bayer, CEO da RB
Foto de: Red Bull Content Pool
MS: Bastante tempo guardando segredo...
RF: Sim! A gente já começou uma preparação junto com eles, treinamento de mídia, treinamento de pista. Todos esses processos já para o ano que vem e fico muito feliz em estar representando a equipe e tendo essa proximidade com um time de Fórmula 1. Ver o quão a sério eles levam e o quanto eles fazem isso de uma maneira profissional.
MS: E onde foi o teste?
RF: Foi em Estoril.
MS: Durante esse tempo que você já está em contato com eles, quais foram as principais mudanças que você notou em relação ao que você está acostumada? Tem toda uma mudança de ambiente, né?
RF: Acredito que a principal diferença é que todo treino que a gente fez, era levado tão a sério quando uma corrida. Então, 'disputamos' desde a primeira volta, demos o nosso máximo como se estivéssemos em uma corrida para vencer. Antes de ir para pista, eles te mandam uma grande quantidade de informação e depois, fazem reunião, pegam todos os dados. Se você não for treinar no mesmo lugar de novo, eles te mandam tudo. Fiquei muito feliz em ver como eles trabalham. Além disso, comecei a entender que o mundo dos pilotos é ocupado, né? Não é só chegar aqui no fim de semana e ir para uma corrida. Tem várias entrevistas, vários compromissos.
MS: Depois desse teste em Estoril você teve a oportunidade de andar novamente com eles ou foi só aquela vez?
RF: Como u ainda estou fazendo o restante da temporada da Fórmula 4, temos alguns treinos marcados daqui para frente.
MS: E o que você espera da F1 Academy? É uma competição diferente, você vai sair do solo brasileiro, vai para Europa... Você vai se mudar?
RF: Bom, a gente não sabe ainda porque depende muito para qual equipe vamos correr na F1 Academy, se vamos fazer algum outro campeonato ou não, datas... Mas, eu estou confiante, vai ser um desafio porque eu nunca corri fora, nunca corri em pista de rua. Porém, estou otimista porque estamos fazendo simulador, vendo onboards, eles têm muitos dados porque correram esse ano, então, já estamos nos preparando. Espero estar lutando por pódio e por vitórias junto com eles.
MS: Quais suas expectativas sobre poder compartilhar e aproveitar o ambiente da Fórmula 1?
RF: O contato já começou aqui, em São Paulo, né? Eu estou vendo como funciona os boxes, conhecendo os engenheiros, as pessoas da equipe. Conheci o Laurent [Mekies, chefe da RB] ele é super querido, falou que as portas estão abertas para sempre que eu precisar de algo, falou que é para eu ir a fábrica conhecer todos eles e ter essa interação para poder pegar toda a experiência que eles têm. Querendo ou não, eles sabem muito mais que a gente, eles estão na principal categoria do automobilismo e eu espero aprender com eles.
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