Renault considera ideia de "carros de arte" na F1
Equipe diz que gostaria de inovar em pinturas como a BMW, mas que regras da categoria precisariam permitir mudanças
A Renault quer forçar os limites das regras de pintura da Fórmula 1, pretendendo lançar novos esquemas de cores ousados neste ano, já que sinaliza perseguir algo semelhante ao projeto do carro de arte da BMW.
A montadora francesa apresentou uma nova pintura amarela e preta em um lançamento da equipe em Melbourne, na noite desta quarta-feira.
E depois de declarar que as suas cores fortes eram um sinal de um esforço maior para fazer as coisas de forma diferente em 2016, seu chefe de F1, Cyril Abiteboul, revelou que está avaliando algumas medidas radicais com a aparência do seu carro durante a temporada.
Falando sobre a motivação para a nova pintura em amarelo, Abiteboul disse ao Motorsport.com: "Nós queremos criar um pouco de repercussão"
"O carro é uma plataforma fantástica. É um quadro de avisos e estou surpreso que as pessoas não ousem mais com ele".
"Eu sei que existem regras e você não deve mudar muito - mas nós estamos indo para forçar o que é uma coisa tão óbvia e barata de fazer quando você quer que as pessoas falem sobre isso.".
Carros de F1 são feios
Abiteboul disse que a Renault achou importante afastar-se das cores corporativas cinza e preto que haviam sido adotadas por equipes rivais.
"Francamente os carros de F1 são feios", disse. "Estou envergonhado pelo que estamos fazendo".
"E, francamente, algumas equipes estão fazendo ainda pior do que os regulamentos permitem em uma perspectiva de desempenho. Então, nós queríamos também ter boa aparência."
Quando questionado por que ele pensava que as pinturas eram tão sem graça agora, Abiteboul disse. "Eu acho que é porque todo mundo quer contar uma história sobre ser premium, e se você quer ser premium, a coisa óbvia a fazer é buscar um cinza escuro".
"Além disso, você tem as equipes que serão, obviamente, cinza escuro ou prata como Mercedes e McLaren. Então já são dois. E há um bom número de equipes que querem fazer o mesmo".
"Então, eu não sei o motivo de as pessoas realmente não estarem indo um pouco mais além com as suas cores. É como se eles quisessem desaparecer. Nós não queremos desaparecer, é uma afirmação e não há esconderijo. Nós teremos que lidar com o que fazemos na pista. "
Carros de arte
Abiteboul sugeriu que ajustes para cores da Renault poderiam acontecer já para o GP do Bahrain, porque a equipe ainda está analisando o quão bem o tom amarelo que escolheu fica na televisão e em imagens.
"Pode acontecer já na segunda corrida, porque não estamos 100% certos da reação e de como ela ficará sob diferentes luzes", disse ele. "O ajuste é algo que nos é permitido pensar sobre. Mas nós queremos fazer mais."
"Eu penso que um bom exemplo é o Art Car BMW. Todo mundo vai se lembrar da BMW com os seus carros fantásticos: É uma plataforma fantástica e estou espantado de que ninguém faça melhor uso disto. Coisas pequenas, pequenos detalhes - mas por que não?"
O projeto BMW Art Car surgiu na década de 1970, quando um francês encomendou um artista americano para pintar seu carro para Le Mans.
Depois disso, havia 17 projetos diferentes, envolvendo um bom número de contribuintes, incluindo Andy Warhol.
Limitando regras
No entanto, Abiteboul está bem ciente de que os regulamentos que estão em vigor limitam as equipes a fazer muitas mudanças em seus carros.
As regras da F1 são claras que qualquer equipe que pretende fazer grandes mudanças nas cores do seu carro deve obter a aprovação de equipes rivais e chefes do esporte.
O artigo 9 do Regulamento Desportivo da F1 diz: "Ambos os carros inscritos por um concorrente devem ser apresentados com a mesma pintura em cada evento, com qualquer alteração durante a temporada só podendo ser feita com o acordo da Comissão da Fórmula 1".
Abiteboul disse: "Se Bernie nos permitir fazer porque eu acredito que não é completamente permitido, é o tipo de coisa que nós queremos estar forçando".
"Nós não queremos ser maus na F1, mas queremos ser capazes de forçar um pouco o que normalmente é feito pelo sistema."
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