Giorgio Piola, um dos nomes mais importantes do mundo do automobilismo, devido às suas ilustrações dos carros da Fórmula 1, fez uma análise de um dos lançamentos mais importantes da semana: o do SF1000, novo modelo da Ferrari, que tenta quebrar o jejum de 11 anos sem títulos da equipe italiana.
Veja, em dez pontos, as principais diferenças entre o SF90, carro de 2019 e o SF1000, de 2020
1. O bico utiliza uma solução similar ao design introduzido pela Ferrari no GP de Cingapura na última temporada, com mudanças feitas no formato do bico com o objetivo de maximizar a performance.
2. As palhetas foram trazidas para a frente e são mais complexas que a do ano passado, tendo agora sete elementos inseridos abaixo do bico e do chassis.
3. As rodas foram redesenhadas com o apoio de seu parceiro, O.Z., e mostram raios mais longos devido à redução do diâmetro do cubo central. Isso deve permitir que uma quantidade maior de ar passe através do duto dos freios e pela face da roda, uma técnica utilizada por outras equipes na temporada passada após a proibição do eixo soprado.
Ferrari SF1000 detalhe da asa dianteira
Photo by: Ferrari
Ferrari SF1000 detalhe
Photo by: Ferrari
Ferrari SF1000 detalhe da asa dianteira
Photo by: Ferrari
4. Os bargeboards foram redesenhados com cuidado para maximizar o fluxo para os sidepods e suas entradas atrás, com a seção mais à frente dividida em três, tornando-se ainda mais alta que a do ano passado. Enquanto isso, uma solução em formato de bumerangue duplo foi implantada com uma mais fina montada na extremidade frontal e outra maior na traseira.
5. A solução inovadora dos sidepods, introduzida em 2017, e responsável por colocar a longarina de impacto lateral superior em um local mais baixo e avançado, foi mantida e melhorada. Claramente houve uma inspiração na Red Bull nesse sentido, ao utilizar duas seções aladas acima e à frente da entrada principal de resfriamento, permitindo que ela seja muito menor, além de servir aos seus próprios objetivo aerodinâmicos. Essas mudanças também levaram a um design espelhado, com a asa mais aerodinâmica e ambas as hastes servindo como dispositivos de condicionamento de fluxo, bem como suportes para o espelho lateral.
6. A caixa de ar manteve sua forma trapezoidal estreia, um recurso que permitiu aos projetistas da equipe instalarem "aletas" em ambos os lados, que servem como condicionadores de fluxo, com o objetivo de melhorar o fluxo para a asa traseira. Essa não é uma solução nova, apenas uma reinterpretação para atender as regulamentações vigentes, com a McLaren sendo pioneira com um design semelhante em 2005, algo copiado posteriormente pelas outras equipes.
Ferrari SF1000 detalhe do sidepod
Photo by: Ferrari
Ferrari SF1000 detalhe dos sidepods
Photo by: Ferrari
Ferrari SF1000 detalhe
Photo by: Ferrari
7. A cobertura do motor é dramaticamente mais fina e possui uma linha muito mais baixa, graças ao trabalho realizado pelo departamento da unidade de força para reembalar a unidade e seus acessórios. Isso também se estende aos sidepods, onde é possível ver o quão mais apertada é a embalagem, em comparação ao carro de 2019.
8. Uma nova caixa de marchas, que tem o mesmo volume, mas mais estreita, permite um corpo mais estreito na traseira do carro, melhorando o fluxo na região.
9. A asa em T não é dramaticamente nova quando comparado com o carro do ano passado, mas apresenta algumas novidades. Os suportes da asa traseira com pescoço de cisne duplo também foram mantidos, assim como a tubulação de elemento único, embora o trabalho realizado no final da temporada passada possa indicar uma utilização de tubulação dupla no futuro.
Ferrari SF1000 detalhe da traseira
Photo by: Ferrari
Ferrari SF1000 detalhe do halo
Photo by: Ferrari
Ferrari SF1000 detalhe da traseira
Photo by: Ferrari
10. A placa final da asa traseira foi otimizada para 2020, com cuidado com o número e o design das strakes colocadas na seção mais larga da asa. Como sempre, esperamos ver várias configurações de asas traseiras ao longo da temporada, a fim de atender às demandas de circuitos específicos que eles visitarão.
Comparação entre a Ferrari SF90 e a Ferrari SF1000
Photo by: Giorgio Piola
Como a Ferrari chegou nessa situação? Aqui estão os pontos fundamentais do SF90, carro de 2019
A solução introduzida pela Ferrari no GP de Cingapura de 2019
O lado de baixo da solução introduzida pela Ferrari em Cingapura
As palhetas usadas pela Ferrari em 2019 começaram um pouco mais atrás no carro
O eixo soprado (embutido) havia sido banido para 2019 e, portanto, a Ferrari procurou maneiras de recuperar alguns dos benefícios aerodinâmicos perdidos
A Ferrari fez diversas melhorias em suas bargeboards ao longo de 2019, mas nenhuma das soluções usadas no ano passado chegam próximas da complexidade das apresentadas até agora em 2020
A Ferrari foi a primeira a usar o design do lado lateral quase universalmente adotado em 2017, mas isso não os impediu de refiná-lo desde então. Aqui, em 2019, podemos ver até onde o design foi, mas para 2020 a equipe parece ter progredido ainda mais
McLaren introduziu esses "chifres viking" em 2005, um desenvolvimento que foi incorporado pela Ferrari no regulamento atual
A tampa do motor e a carroceria ao redor já eram bastante finas no ano passado, como evidenciado aqui. Mas, o SF1000 leva as coisas a um nível completamente diferente
O trabalho feito na traseira do SF90, como visto aqui, já mexeu significativamente no design, mas agora parece ser inchado quando comparado com o carro deste ano