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Um ano no olho do furacão; veja análise sobre momento de Vettel na visão da Alemanha

Desde que bateu sozinho na liderança do GP da Alemanha em 2018, Vettel venceu só uma corrida e viu sua carreira começar a rumar para outra direção da qual se acostumou

Sebastian Vettel, Ferrari SF71H, walks away from his car after crashing out from the lead

No próximo fim de semana, a Fórmula 1 desembarca na Alemanha para a etapa de Hockenheim, 11ª da temporada 2019. Todos os holofotes estarão sobre um dos pilotos da casa: Sebastian Vettel, da Ferrari. Em meio à supremacia da Mercedes, o tetracampeão perdeu fôlego na briga pelo penta e tem sido ofuscado pelo novo companheiro, Charles Leclerc. Além de tudo, Vettel tem sofrido com erros, como a batida em Max Verstappen na Grã-Bretanha.

O incidente com o rival da Red Bull é o mais recente capítulo de uma série de vacilos do alemão, superado por Lewis Hamilton no ano passado após uma infame sequência de erros. E o mais marcante deles ocorreu justamente na Alemanha em 2018. O tetracampeão liderava, mas foi 'vítima' de uma garoa, acabou batendo e jogou fora um triunfo provável. Com a entrada do safety car, Hamilton – que largara em 14º após problema na classificação – assumiu a liderança e venceu.

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Vettel chegou naquele GP da Alemanha liderando o Mundial com 8 pontos de vantagem e parecia que iria ampliar ainda mais. Porém, dali em diante ele não conseguiu ser o mesmo, vencendo somente na Bélgica desde então.

 

Um ano depois, o piloto chega a sua etapa natal sob grande pressão. É o que atesta o editor do Motorsport.com alemão, Christian Nimmervoll, que relembrou a má fase de Vettel desde 2018: "Ele foi duramente criticado, mais na Itália do que na Alemanha. A mídia não duvida de seu talento. Mas é bastante óbvio que ele teve mais dias gloriosos na F1 do que nos últimos 12 meses desde seu erro em Hockenheim, que certamente foi o momento em que sua atual crise começou".

"Eu não acho que alguém duvide de seu talento na Alemanha. Ele ganhou 18 das 20 corridas na temporada de Fórmula BMW de 2004, o que ainda é um recorde. Sua vitória com a Toro Rosso no GP da Itália, em 2008, marcou o "Milagre de Monza", e seus títulos na Red Bull não serão esquecidos. Mas, claro, sua atual crise é percebida e se diz que ele não está pilotando em sua melhor condição", ponderou Nimmervoll.

"Há uma forte opinião de que no momento ele não pertence à liga de elite dos pilotos da F1, que tem Hamilton, Verstappen e provavelmente Leclerc no futuro. Mas, ao mesmo tempo, há a crença de que Vettel tem o talento para voltar a este nível. De um modo geral, acho que ele está tão apaixonado quanto sempre e quer vencer na Fórmula 1, particularmente com a Ferrari".

O jornalista apontou a referência de Michael Schumacher como uma motivação extra para Vettel: "Ele quer repetir Schumacher, que é seu herói de infância. No entanto, falando especificamente da temporada 2019, acho que ele percebeu que não vai ganhar o campeonato e está mais relaxado em perder do que nas primeiras corridas, quando ainda acreditava".

Nesse sentido, Nimmervoll destaca as regras de 2021 como fundamentais à permanência de Vettel na F1. "Não acredito que ele esteja prestes a sair. E tenho certeza de que ele está interessado em experimentar os novos regulamentos, que podem se adequar ao seu estilo", ponderou, citando a reintrodução do efeito solo e a simplificação aerodinâmica pela qual a categoria passará.

Entretanto, o jornalista não descarta que Vettel possa deixar a F1, como fez Nico Rosberg, também alemão. "Eu não excluiria essa opção. Mas acho que é improvável. Tenho certeza de que sua prioridade é ter sucesso com a Ferrari e provar ao mundo que ele pode ser campeão novamente".

"Mas se ele perceber em algum momento que a Ferrari não será capaz de brigar, ele provavelmente poderá procurar outras opções, como mudar para Mercedes, já que ele tem muito respeito por Toto Wolff. Vettel também pode voltar para a Red Bull, na qual sempre teve 100% de apoio de Helmut Marko. Ele sente falta disso na Ferrari, mas enquanto Verstappen estiver na Red Bull, Vettel não vai voltar", salientou Nimmervoll.

Falando em Verstappen, o jornalista apontou as diferenças entre Vettel, o holandês e Hamilton. "Vettel é mais sensível do que Hamilton ou Verstappen. Para dar o melhor de si, ele precisa que o carro se adeque a ele. Precisa sentir apoio total de sua equipe e de algum impulso. Já Hamilton e Verstappen são capazes de tirar o melhor desempenho mesmo em circunstâncias não tão ideais".

"Mas Vettel certamente é um dos grandes pilotos da história da F1. Se ele se recuperar desta "crise" e for campeão do mundo com a Ferrari, será um conto de fadas. E o doce não é tão doce quando você não passa pelo amargo..."

GALERIA: Relembre os erros recentes de Sebastian Vettel na Fórmula 1

GP do Azerbaijão, 2017
Em segundo logo atrás de Lewis Hamilton, Sebastian Vettel acabou acertando o britânico antes de uma relargada. Acreditando que Hamilton freou propositalmente, ele jogou seu carro na Mercedes. O alemão tomou um stop and go de 10 segundos e chegou apenas em quarto.
GP do México, 2017
Perdendo o primeiro lugar na saída, Vettel bateu em Hamilton após ser superado pelo britânico e por Max Verstappen. Ele quebrou sua asa dianteira e furou o pneu de Hamilton - o que não impediu o tetracampeonato de Lewis naquele dia.
GP do Azerbaijão, 2018
Depois de fazer a pole e liderar a maior parte da prova, Vettel perdeu a liderança devido a um pit stop em um Safety Car. Na relargada, ele arriscou passar o então líder, Valtteri Bottas, logo na primeira curva. Ele travou seus pneus e passou reto. Perdendo rendimento, Seb ainda foi ultrapassado por Hamilton, Raikkonen e Perez, terminando em quarto após o abandono de Bottas pelo estouro de um de seus pneus.
GP da França, 2018
Tentando superar Bottas na largada, o alemão encheu a traseira do finlandês na primeira curva, destruiu sua asa dianteira e teve que ir aos pits. Saindo em terceiro, ele chegou em quarto no dia de mais uma vitória de Hamilton.
GP da Alemanha, 2018
Com uma boa vantagem à frente, Vettel foi vítima de uma garoa que caia no circuito de Hockenheim, acabou errando e batendo. Com o Safety Car entrando na pista, Hamilton – que largara de 14º após um problema mecânico na classificação – viu Bottas e Kimi indo para os pits e ficou na pista. Ele assumiu a liderança e ganhou a prova.
GP da Itália, 2018
Após atacar Raikkonen sem sucesso na primeira chicane da corrida, Vettel foi acossado por Hamilton chegando para a segunda chicane. Por dentro, ele arriscou frear tarde para se defender, bateu no carro de Lewis e acabou rodando. O piloto, que tinha provavelmente o melhor conjunto para a pista de Monza, chegou apenas em quarto na vitória de Hamilton.
GP do Japão, 2018
Saindo de nono após um erro da Ferrari na classificação, Vettel arriscou uma ultrapassagem em Verstappen no início da corrida na curva Spoon, tocou com o holandês e rodou. Ele só pôde ser o sexto em mais uma vitória de Hamilton.
GP dos EUA, 2018
Saindo de quinto, o alemão foi para cima de Daniel Ricciardo na primeira volta, arriscou em uma freada e novamente rodou. Depois de cair diversas posições, ele subiu para quarto evitando o título de Hamilton, que chegou em terceiro. Lewis foi o campeão da prova seguinte.
GP do Bahrein, 2019
Depois de superar o parceiro Leclerc na largada pela liderança, ele viu o monegasco dando o troco após algumas voltas. Em seguida, Sebastian começou seu duelo com Hamilton. Ele foi atacado pelo britânico depois de sua segunda parada. E tentando se manter à frente de Lewis, ele errou e acabou rodando. Ovalizando seus pneus, ele acabou perdendo a asa dianteira após voltar à pista. Vettel terminou em quinto.
GP do Canadá, 2019
Neste caso, Vettel não pagou mico, mas se prejudicou. Em batalha com Hamilton pela vitória, o alemão escapou na chicane de Montreal e acabou fechando o rival quando retornou à pista. Vettel venceu, mas tomou controversa punição de 5s no tempo de prova e caiu para segundo.
GP da Grã-Bretanha, 2019
O circuito de Silverstone foi palco para o último erro crasso de Vettel na F1. Em briga com Verstappen, Vettel encheu a traseira da Red Bull e acabou caindo para o fim do grid. O alemão terminou a prova da Inglaterra em penúltimo.
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