Antes de ePrix em São Paulo, di Grassi fala da Fórmula E na Band, projeta 2023 com nova equipe e analisa Gen3
Piloto correrá pela Mahindra em campeonato marcado por mudança nos carros
Campeão da Fórmula E e piloto da categoria desde seu começo, Lucas di Grassi correrá pela Mahindra em 2023 e vive a expectativa pela primeira corrida da competição elétrica no Brasil: o ePrix de São Paulo acontece no fim de março e promete 'embalar' ainda mais a F-E no País.
Na expectativa pela etapa de sua nação do campeonato no qual foi o vencedor da temporada 2016/17, o paulistano, que correrá em casa no circuito de rua no Anhembi, concedeu entrevista coletiva virtual à mídia selecionada, incluindo o Motorsport.com, nesta quinta-feira.
No bate-papo, o ex-Audi projeta um ano desafiador para a Mahindra, à qual se junta após período na Venturi. "Se tivermos na briga pelo título... Temos todo o equipamento necessário, mas ainda há trabalho de desenvolvimento a fazer. É difícil saber agora como vai estar a hierarquia das equipes, mas o objetivo é reconstruir a Mahindra, algo mais de longo prazo. O teste [de pré-temporada com os novos carros, da chamada 'Gen3'] de Valência foi bom, mas no campeonato é outra coisa", diz.
Lucas di Grassi, Mahindra Racing
Photo by: Sam Bloxham / Motorsport Images
"Mas, com a F-E indo pra TV aberta na Band, temos acesso a mais brasileiros. Já tivemos tantos brasileiros... eu, Nelsinho (Piquet), [Bruno] Senna e tantos outros, mas, por não termos tido uma prova no Brasil e pelas transmissões até agora terem sido em TV fechada ou com pouco alcance, sinto que a F-E no Brasil ainda é um pouco desconhecida", destacou di Grassi, fazendo menção à aquisição dos direitos de transmissão da F-E em TV aberta pela Band, que transmite a Fórmula 1.
"O brasileiro gosta muito de automobilismo e a F1 teve uma decolada na audiência nos últimos anos, até por causa da Netflix, então tem muita gente mais próxima do automobilismo... A F-E pode pegar um pouco essa onda", seguiu Lucas, que também falou sobre 2023 e a F-E em geral.
"As corridas vão ser em voltas, não tempo, o que ajuda muito no gerenciamento. Além do pit stop de recarregamento", salientou di Grassi, mencionando algumas das mais importantes novidades deste ano. Além disso, ele fez análise do momento da categoria, que teve a saída da Mercedes.
Lucas di Grassi, Mahindra Racing
Photo by: Tim Clarke / Motorsport Images
"O programa de automobilismo das montadoras é algo meio estranho. Vai de um lado pro outro... A Audi, por exemplo, vai para a F1 dizendo que não vai mais fazer carro a combustão. A Mercedes falou que o caminho técnico da F-E não era adequado, mas é exatamente o caminho da F1, quando o KERS vai ficar maior. É uma questão de marketing, mas o argumento da Mercedes quanto à F-E eu entendo", começou, antes de destacar o impacto negativo na categoria elétrica recentemente.
"Pandemia, aquelas seis provas de Berlim... A F-E perdeu o momentum. Os primeiros anos foram absurdos, com mais montadoras do que todo o resto praticamente. Agora, as marcas foram bastante para o WEC (sigla em inglês para Campeonato Mundial de Endurance), mas lá eles vão entender que o orçamento é muito maior do que o esperado. Aconteceu isso com o LMP1 híbrido", alertou.
"E lá ainda tem o BoP (sigla em inglês para lastro de sucesso), algo que me deixava muito frustrado quando a Audi estava mais rápida que a Porsche e a Toyota. Acho que essas montadoras vão entender isso e vão voltar pra F-E, que é um campeonato muito aberto, ao contrário do que muita gente pensa. Na F-E, exceto em algumas áreas, o desenvolvimento é livre, você pode alocar investimento onde quiser."
"E temos a Maserati/Venturi e a McLaren. Esta assume a estrutura da Mercedes e terá powertrains da Nissan. Não ia dar tempo de fazer o motor... a ideia, acho, é fazer o motor para a próxima geração. Continuamos com excelentes montadoras, Porsche, DS Citroen, Jaguar, Mahindra...", diz.
"E a F-E continua bastante importante, até mesmo no Brasil, porque estamos passando por um momento em que temos poucos pilotos de fórmula. Tomara que essa etapa do Brasil contribua", seguiu di Grassi, que também falou sobre uma ação que pretende fazer no ePrix de São Paulo a fim de incentivar a participação feminina no esporte a motor. "A ideia é levar engenheiras para acompanhar a etapa e depois selecionar algumas para fazer um estágio na Mahindra", afirmou.
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