Análise: Mugello mostrou acerto de Viñales em ir para Yamaha
Oriol Puigdemont mostra como GP da Itália deu a Maverick Viñales a certeza de que ele precisava para ter 100% de segurança de que mudança para Yamaha a partir de 2017 foi uma decisão acertada
O final de semana do GP da Itália marcou o anúncio oficial da ida de Maverick Viñales para a Yamaha a partir de 2017, tornando-se o novo companheiro de Valentino Rossi nas próximas duas temporadas.
Viñales tomou a decisão acreditando que a Suzuki ainda tem um longo caminho a percorrer para chegar ao nível da marca dos três diapasões - o que se confirmou em Mugello.
Mesmo com a já anunciada mudança de casa, o espanhol repetiu a melhor posição de largada com a Suzuki, sendo superado apenas pelo futuro parceiro de Yamaha. Na largada, porém, Viñales sofreu um problema elétrico que tirou dele qualquer chance de brigar pelas primeiras posições.
Como o piloto explicou depois, o limitador de velocidade nos boxes foi acionado quando ele tinha engatado a terceira marcha após a partida e o destino do piloto na prova foi decidido nos primeiros 500 metros da prova.
Devido ao problema, o espanhol chegou à primeira curva em 12º. Pouco a pouco, sendo agressivo, ele foi superando os adversários até chegar ao sexto posto na nona volta, lugar no qual ficou até o final da prova.
Apesar do incidente, Viñales terminou o GP da Itália a apenas 8s6 de Jorge Lorenzo, que venceu a corrida - foi a menor diferença do piloto em relação ao primeiro colocado em todas as etapas desta temporada.
O catalão passou as últimas semanas considerando o que fazer em relação ao futuro: permanecer na equipe de Hamamatsu, que apostou todas as fichas nele ao retornar para a MotoGP, ou assinar com a Yamaha para ocupar o lugar deixado por Lorenzo, de saída para a Ducati. A tentação de ter a melhor moto do grid falou mais alto e o anúncio oficial veio às vésperas da prova na Itália.
Pode-se imaginar que as duas quebras de motor da Yamaha - com Lorenzo no Warm Up e com Rossi na corrida - devam ter levado algumas dúvidas a Viñales, mas o que aconteceu em Mugello deu a ele ainda mais certeza de ter tomado a decisão correta. O espanhol crê que as falhas na M1 foram circunstanciais, não um sinal de problemas crônicos com o motor.
O GP da Itália foi um reflexo evidente do momento da Suzuki: eles têm uma moto com muito potencial, mas na hora da verdade, Honda e Yamaha são superiores. A performance da GSX-RR durante a pré-temporada foi marcante, especialmente nas mãos de Viñales - a ponto de muita gente acreditar que o time seria candidato à briga pro pódios.
Entretanto, ainda falta consistência para a moto japonesa, que só chegou ao pódio no GP da França - seis etapas já foram realizadas até o momento.
"Precisamos trabalhar para evitar que erros como este voltem a se repetir. Nossa próxima etapa é na Catalunha e a moto parece andar bem lá, mas não podemos falhar assim novamente na largada ou em qualquer outro momento da corrida", disse Viñales após a etapa em Mugello.
Um membro do staff de Viñales, que preferiu não se identificar, acrescentou: "Está claro que, nos domingos, Yamaha e Honda estão à frente dos demais. A Suzuki não está mal nas corridas, mas ainda não chegou a um nível que a permita vencer. A Ducati está um pouco melhor, mas também sofre nas corridas. Veja o que Petrucci, Redding ou mesmo Pirro fazem na classificação e compare com o que acontece nas corridas", observou.
Mesmo com a saída de Viñales confirmada, a Suzuki não para de trabalhar e levou o piloto e Aleix Espargaró, atual companheiro de equipe, para Valência e realizou dois dias de testes. Lá, a equipe - em busca da tão desejada consistência, testou dois chassis diferentes e trabalhou em cima da eletrônica, com o objetivo de melhorar a tração.
"A GSX-RR é boa em alguns pontos específicos, como a dirigibilidade e o comportamento nas curvas de alta, mas peca em outros aspectos", disse Viñales. Esta é uma explicação perfeita para a decisão do espanhol de se juntar à Yamaha, que dará a ele uma moto para brigar com os melhores desde o início.
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