Cacá Bueno não descarta Galvão narrando Copa de 2026 e faz ressalva sobre aposentadoria do pai
Pentacampeão da Stock Car duvida que o narrador mude de ideia e fala sobre o novo momento da carreira do jornalista; confira
Na tarde desta sexta-feira, o Brasil foi eliminado nas quartas de final da Copa do Mundo após perder para a Croácia nos pênaltis, naquele que, segundo Galvão Bueno, foi seu último jogo como narrador em partidas do País no mais importante torneio do esporte mundial. Enquanto isso, seu filho Cacá Bueno participava dos treinos livres da Stock Car Pro Series, que realiza sua última etapa de 2022 em Interlagos, palco de tantas narrações icônicas do jornalista de 72 anos.
Pentacampeão da categoria máxima do automobilismo brasileiro, o piloto falou ao Motorsport.com com exclusividade e não descartou que o pai possa narrar a próxima Copa do Mundo, ainda que Galvão tenha anunciado que o torneio deste ano, no Catar, seja o seu último na demandante função.
"Eu acho que ele não fica [como narrador para a próxima Copa], acho que é meio que irreversível. Agora, a gente já viu alguns pilotos voltando de aposentadoria, né? [Michael] Schumacher tinha se aposentado e voltou. O Felipe Massa ia se aposentar e acabou 'voltando'. Vários já se aposentaram e voltaram na Fórmula 1. É aquilo: daqui a dois anos, vai que a geração esteja voando, ganhando tudo... Aí ele pensa: 'Cara, eu ainda estou com voz...'. Não sei... Mas acho que não", ponderou Cacá.
"E ele não está se retirando do mundo esportivo ou jornalístico, mas sim fazendo uma transição para um lado um pouco mais do entretenimento e também de comentários... Algo que possa ser tão intenso quanto narrar, mas que não exija tanto da voz, das viagens e de estar in loco em tantos lugares. Meu pai tem 72 anos, então, estar em uma Copa com 76, precisando fazer deslocamentos entre México, Canadá e Estados Unidos, é algo pesado que levou à decisão [da aposentadoria]."
"É preferível parar em grande estilo e acho que ele até está melhor, em termos de voz e tudo mais, agora do que há dois ou três anos. É possível que ele até tenha condições de outra Copa, mas talvez ele tenha confiado muito no hexa e por isso tenha pensado em parar agora. De todo modo, acho que ele está tranquilo com a decisão. Talvez sofra mais num segundo momento caso decida parar realmente de trabalhar, aí seria um sofrimento maior", disse Cacá, antes de elaborar um pouco mais.
"É uma visão meio egoísta, mas acho que ele merecia fazer mais uma final de Copa do Mundo, gritando 'é hexa' e se despedindo em grande estilo. E vale lembrar: ele falou que seria a última Copa dele como narrador, o que não significa o fim do trabalho como jornalista, com conteúdos, comentários, sendo âncora numa próxima Olimpíada, Copa América ou outros eventos esportivos, então o Galvão vai continuar no ar, mas não mais narrando", lembrou o piloto da Stock Car.
"Seria muito legal se ele tivesse terminado narrando um título, olhando pelo lado familiar, com todo o carinho que tenho. E ele, na verdade, tem uma carreira marcante muito pelo sucesso nas narrações que ele fez [do Brasil]. Títulos de Copa América, Olimpíada, Copa do Mundo, também de F1, etc. Então, também é algo marcante não só pelo estilo dele de fazer jornalismo, mas porque os atletas também sempre perfomaram em alto nível [em jogos narrados pelo Galvão]. E continuam...".
"Sou fã dos atletas que lá estavam, porque performam em excelente nível... Olha, a Croácia pode até ganhar a Copa, mas não está no nível do Brasil. A gente não pode se enrolar contra a Croácia. A gente não pode perder para Camarões. 'Ah, mas era o time reserva!'. Não interessa: o quarto time do Brasil tem que ganhar de Camarões. Então, acho que a gente não fez uma boa Copa e, por esse casamento de Galvão com o sucesso, acho que ele (Bueno) merecia mais", brincou e cobrou Cacá.
Piloto da Stock Car analisa o jogo
"O jogo inteiro não foi bom, né? A seleção não foi bem no primeiro tempo. Para mim, alguns defeitos básicos, que eu critico há tanto tempo, estavam acontecendo, embora eu não seja um grande especialista em futebol. Sou fã dos jogadores, mas não do estilo com o qual jogamos na seleção... Águas passadas: perdeu e ponto. Mas ficamos aqui e comemoramos o gol [do Neymar], mas é inacreditável tomar [gol] no contra-ataque faltando quatro minutos para acabar...", afirmou.
"Tínhamos que ter dez jogadores atrás da linha da bola. Fomos mal, então, ao mesmo tempo em que eu gostaria de não estar correndo durante a Copa para poder estar vivenciando o torneio, algo que o brasileiro adora, agora vou falar que é bom a gente estar correndo, porque pelo menos 'esquecemos' o que passou", seguiu Cacá, que também falou sobre como foi acompanhar o jogo do Brasil em meio à etapa que encerra a temporada 2022 da Stock Car.
"A gente tentou dar uma parada no trabalho para ver o jogo. Eu sinceramente não gosto de estar correndo na Copa, mas entendo as dificuldades que a categoria teve com o calendário... Acho que a gente fica sem espaço na mídia, sem atenção do público e, mesmo a gente trabalhando aqui, fica difícil dividir [as atenções]. O treino [livre nº1] acabou quase no apito inicial e, assim que houve o apito final, o treino [nº 2] começou", completou Cacá, que trocará a Crown Racing pela KTF em 2023.
*Colaborou Guilherme Longo
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