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Ferrari deveria perder o direito a veto na F1, diz Todt

Presidente da FIA, que foi diretor esportivo da marca italiana na F1 no passado, acredita que contexto atual não abre espaço para a necessidade de veto

Kimi Raikkonen, Ferrari SF71H

Foto de: Andrew Hone / Motorsport Images

O presidente da FIA, Jean Todt, acredita que a Ferrari deveria perder o direito de veto nas regras da F1 como parte do processo de mudanças em longo prazo na categoria.

Há muito tempo a Ferrari tem o direito de bloquear a implementação de regras caso não esteja contente com elas – a última vez em que isso foi usado foi em 2015, quando travou o plano de introduzir um preço máximo para motores e câmbio.

Sabe-se que o privilégio da Ferrari estaria em discussão como parte das mudanças que o Liberty Media pretende aplicar a partir de 2021.

Ao falar com a imprensa nesta semana, Todt disse acreditar que o veto, que a Ferrari tem desde a década de 1980, já passou do prazo de validade.

“O veto é da época de Enzo Ferrari, e ele estava isolado em Maranello”, disse Todt. 

“Era a única equipe que fazia seu motor e chassi contra algumas outras equipes que usavam motor Ford. Então, naquela época, foi decidido que, por estar fora do ‘Vale do Silício’ do automobilismo, eles precisavam de uma proteção. Essa é a história por trás do veto.”

“Mas, pessoalmente, sinto que agora não estou em favor disso. Os tempos mudaram.”

Todt também reiterou sua postura ao contar que, na última vez que a Ferrari recebeu o direito do veto – como parte dos acordos bilaterais que foram estabelecidos para o período de 2013-2021 –, ele foi a voz solitária contra.

“Eu era o único contrário. O único”, insistiu. “Lembro de uma reunião em Paris, na sede da FIA. Estavam lá os detentores dos direitos comerciais e todas as equipes.”

“E eu perguntei qual era a posição sobre o veto da Ferrari. Eles disseram: ‘Por nós, tudo bem’. Então, para mim, seria inapropriado ser o único a dizer que era contra o veto da Ferrari. A única coisa é que nós mudamos a palavra sobre ele. Então, essa é parte da resposta.”

O ajuste no veto indicou que a Ferrari só poderia bloquear regras que comprovadamente estariam contra os melhores interesses da equipe.

O fluxo da renda

Apesar de ser contra a Ferrari ter veto, Todt acredita que é correto que a equipe italiana receba mais dinheiro devido à atratividade que traz ao esporte.

“Para mim, é normal que Leonardo DiCaprio receba mais dinheiro que um ator de série de TV? Sim, é normal. Então, de novo, essa é a vida. Quanto melhor você é, mais dinheiro você deve ter”, analisou.

“Nesse tipo de atividade, sinto que seja normal que eles recebam mais dinheiro. Antes, eles recebiam mais dinheiro com piores resultados. Agora, eles recebem mais dinheiro tendo alguns dos melhores resultados, então faz sentido.”

Possível saída da Ferrari

A posição de Todt sobre a Ferrari vem à tona em meio a ameaças do presidente da fabricante, Sergio Marchionne, de deixar a categoria em 2021 caso as regras não estejam de acordo com os desejos da equipe.

Apesar de muitos estarem céticos sobre a ameaça de Marchionne, Todt não descarta a chance totalmente.

“Eles podem sair. Honestamente, é a escolha deles”, disse. “Eles são livres. Definitivamente, espero que eles não saiam. Mas sempre pode acontecer. Já vimos grandes competidores saindo e voltando. Mas, de novo, é escolha deles.”

“Sabendo que essas pessoas são pessoas de negócios inteligentes, que são racionais, é por isso que também queremos reduzir os custos.”

“Sinto que, para uma empresa como a Ferrari, correr não deve ser gastar. Deveria ser ao menos igual, assim como a distribuição de lucros.”

“Isso seria muito mais saudável do que tem acontecido nos últimos anos, onde há muitos gastos, e é por isso que há com frequência equipes com dificuldades.”

“No momento, tenho certeza de que há seis ou sete equipes com dificuldades na F1. Então, não é aceitável que o topo do automobilismo tenha 60/70% do pelotão com dificuldade para sobreviver.”

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