F1: Alpine mira mudanças internas em 2022 como parte de projeto para lutar por títulos no futuro

Equipe francesa quer lutar por vitórias e pódios com regularidade em 2024 / 2025, mas sabe que crescimento precisa ser gradual

Esteban Ocon, Alpine A521

Enquanto a Alpine mantém o foco na luta pelo quinto lugar no Mundial de Construtores, o CEO da marca, Laurent Rossi, deixa claro que suas ambições a longo prazo são muito maiores. E devido à necessidade de "crescer músculos", a equipe considera uma mudança organizacional para a disputa da temporada 2022 da Fórmula 1, em busca do progresso necessário.

Com um objetivo final de vencer corridas com regularidade no fim do próximo ciclo de regulamento, em 2024 / 2025, Rossi está pronto para mudar a abordagem da Alpine, visando garantir que isso seja atingido.

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Falando com exclusividade ao Motorsport.com, Rossi disse que um terceiro ano consecutivo na quinta posição no Mundial não é um nível que agradaria a equipe a longo prazo.

"Não condiz com o que queremos. Claramente quero uma equipe que compita por pódios e vitórias no final do próximo regulamento, 2024, 2025, dependendo de quando decidirem a mudança para o próximo pacote".

"Mas, para fazer isso, precisamos evoluir como equipe. Acho que a equipe evoluiu bem nos anos anteriores, de nono para quinto, antes desse ponto que atingimos. Mas, para chegar ao próximo estágio e ser a melhor das equipes de ponta em vez de ser o melhor do resto, precisamos de outra evolução".

"Então quero manter o momento da temporada anterior. É por isso que quero manter a quinta posição. Não quero regredir. Aprendemos muito nesse ano. Vamos aplicar isso no ano que vem, mas precisamos crescer músculos para seguir evoluindo de quinto para primeiro, corrida após corrida, ano após ano".

Foco na performance

Laurent Rossi, CEO, Alpine F1, in the Press Conference

Laurent Rossi, CEO, Alpine F1, in the Press Conference

Photo by: FIA Pool

Rossi acredita que a Alpine precisa se adaptar aos novos desafios e oportunidades vindos com o teto orçamentário, que garantirá que os recursos serão melhor focados em áreas que farão diferença. Ele disse que, para isso, a equipe precisará operar de modo diferente à sua estruturação nos últimos anos, quando o orçamento não era limitado.

"Vamos estar dentro do teto orçamentário com o novo regulamento, então a receita que vamos aplicar no próximo ano não é necessariamente a mesa dos últimos anos".

"Precisaremos nos adaptar ao novo contexto e acho que temos a força para isso Por que? Porque agora a solução para os problemas não é mais jogar dinheiro. Todos terão o mesmo teto. Será mais sobre como você executa, como você aplica seus investimentos".

"Além disso, ser uma equipe oficial é importante, porque significa que você possui uma integração eficiente da unidade de potência ao chassi, algo que possivelmente será crítico na performance".

"Além disso, há o conhecimento e a experiência, algo que já temos há 45 anos, então podemos nos apoiar nisso. Há também o fato de que podemos nos apoiar no Grupo Renault de médio a longo prazo, com um caminho seguro, em vez de arriscar tudo a cada ano".

"Há também a evolução da equipe, guiando a performance que será definida pelo regulamento. Vimos nos anos anteriores que a aerodinâmica se tornou a área mais importante. Veremos como será no futuro, mas pode ser aero, pode ser outro departamento, porque os carros serão diferentes".

"Eu evoluirei a equipe a caminho de uma organização que maximizará diversas variáveis: integração perfeita da unidade de potência com o chassi e levando adiante áreas que serão críticas em termos de performance".

Mudanças na forma de gerenciamento

The Alpine F1 team on the pit wall

The Alpine F1 team on the pit wall

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Neste ano, a Alpine vem operando com uma estrutura particular, que a deixou sem um chefe de equipe. Em vez disso, Rossi é parte de um triunvirato na direção da equipe, além do diretor executivo Marcin Budkowski e o diretor de provas Davide Brivio.

Enquanto alguns tem se mantido céticos sobre o funcionamento desse sistema, Rossi acredita que o modelo vem se pagando, mas não descarta mudanças para 2022.

"Acho que os resultados falam por si só. Pontuar consecutivamente em 15 corridas além de uma vitória, parece que não estamos fazendo nós mesmos de bobos na pista a cada fim de semana. Então funciona suficientemente para termos esses bons resultados".

"Seria essa a organização correta para o próximo conjunto de desafios, seguir crescendo na ordem? Bem, quero avaliar isso no fim da temporada. Quero terminar o ano em quinto em primeiro lugar e, em segundo, garantir que todos em Enstone [sede operacional da equipe] e Viry [sede de produção de motores] estão focados no desenvolvimento do carro para 2022".

"Aí tomarei minha decisão sobre uma possível evolução na organização, no geral e na direção em particular".

Especulações sobre o retorno de Brivio à MotoGP

Davide Brivio, Racing Director, Alpine F1, and Esteban Ocon, Alpine F1

Davide Brivio, Racing Director, Alpine F1, and Esteban Ocon, Alpine F1

Photo by: Charles Coates / Motorsport Images

Recentemente, surgiram especulações de que Brivio poderia voltar à MotoGP no próximo ano, com informações de que algumas equipes estariam interessadas em tê-lo. Rossi sugeriu que o interesse da categoria por Brivio é a prova de suas qualidades, e disse ainda que uma decisão final sobre seu futuro deve vir após o fim da temporada.

"Sobre os rumores da MotoGP, tudo que posso dizer é que são muito positivos sobre Davide. Todos eles mencionam o quanto sua falta é sentida lá".

"Então diria que é um grande testamento ao seu valor, e ele vem mostrando isso na equipe. Ele definitivamente traz muito em termos de gerenciamento de pilotos. Além disso, o que ele traz para a equipe com sua experiência esportiva é muito valiosa, e isso mostra".

"Sobre o futuro, Davide, assim como qualquer outro na equipe, evoluirá na organização que eu decidir, após as mudanças que podem vir no final da temporada. Sua situação é a mesma dos demais".

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