F1: O que acontecerá com Tsunoda após 'rebaixamento' na Red Bull?
Piloto japonês será reserva no ano que vem, tendo sido substituído por Isack Hadjar. Será o fim da carreira como titular?
Parecia que Yuki Tsunoda estava sendo tirado do sofrimento quando a Red Bull anunciou que ele não faria parte de seus planos - ao menos não como titular - em 2026. A promoção de Isack Hadjar para a equipe principal, a permanência de Liam Lawson na Racing Bulls e a promoção de Arvid Lindblad para a Fórmula 1 deixaram o japonês 'à deriva'.
Isso era quase totalmente esperado, embora parecesse que Tsunoda estava sendo preparado para fracassar. O tempo limitado com um carro conhecido por ser tão fácil de usar quanto um ônibus espacial lhe deixaram com o pé atrás, e as minúsculas margens de hoje significam que um déficit de 0,3 a 0,4s em relação a um companheiro de equipe na disputa pelo título é, muitas vezes, a diferença entre disputar a pole e ser eliminado no Q2.
Tsunoda estava certo de que seu ritmo de corrida havia melhorado nas últimas rodadas, mas seu desempenho nos treinos classificatórios deixou-o com muito trabalho para fazer aos domingos - e ele não tinha o tipo de mágica que Max Verstappen conseguia reunir para passar pelo pelotão.
A questão é, em parte, de configuração. O japonês não conseguiu pilotar o RB21 da maneira que ele precisava ser pilotado e os compromissos de configuração necessários para torná-lo 'pilotável' eliminaram seus maiores pontos fortes. A Red Bull agora espera que Hadjar possa preencher o vazio e desafiar mais Verstappen.
Naturalmente, Tsunoda ficou - e está - desapontado. "Estou sobrevivendo", comentou ele, aceitando o fato de que o mundo da F1 continuará a girar sem ele, mas, ainda assim, é um golpe difícil de engolir.
"Estou obviamente desapontado e chateado", disse em sua primeira aparição na mídia desde que a mudança foi anunciada. "Como me disseram: foi logo após a corrida, por Helmut, em particular, que eu não vou correr no próximo ano, então acho que é isso".
Yuki Tsunoda, Red Bull Racing
Foto de: Mark Thompson / Getty Images
"Mas, surpreendentemente, estou bem... Quero dizer, não estou bem, mas estou sobrevivendo bem. No dia seguinte, na manhã, pedi o café da manhã como de costume, a mesma comida. Provavelmente não estou reconhecendo o suficiente que será a última corrida deste ano ou pelo menos do próximo, então talvez eu me sinta melhor depois de Abu Dhabi, mas sim, foi assim que aconteceu e como me sinto agora", adicionou.
No próximo ano, Tsunoda ocupará uma função de reserva na equipe. Na Red Bull, Alex Albon conseguiu converter seu rebaixamento para uma função de reserva em uma vaga na Williams em 2022, enquanto Valtteri Bottas fará o mesmo no próximo ano ao subir para a nova equipe Cadillac após um ano como reserva da Mercedes.
Tsunoda sugeriu que sua permanência no grid poderia ter sido prolongada, mas seu atual contrato com a Red Bull provou ser uma questão. Isso nos faz lembrar de uma situação semelhante vivida pelo ex-piloto da Academia da Red Bull Jaime Alguersuari, que foi dispensado pela Toro Rosso no final de 2011 - depois de ter recusado conversas com outras equipes do grid, acreditando que ficaria com a equipe em 2012.
"Bem, eu não tinha opções. O problema é que meu contrato estava em vigor, então eu não podia fazer muita coisa", revelou ele. "Eu tinha algum interesse externo, mas sim, o contrato não me permitia conversar com eles. É por isso que eu estava totalmente focado na temporada da Red Bull: era minha prioridade nos últimos anos estar na família Red Bull porque é o lugar onde eu cresci também".
Então, o que vem a seguir? Tsunoda, pelo menos, tem uma maneira de continuar ganhando dinheiro com sua função de reserva na Red Bull, e os possíveis testes em carros anteriores devem garantir que ele continue com o pé na porta.
Esse foi um luxo concedido a Albon em seu ano de baixa em 2021, demonstrado de forma infame por sua corrida em Silverstone dias depois que Verstappen e Lewis Hamilton se enfrentaram em Copse no GP da Grã-Bretanha. Pediram a Albon que seguisse linhas diferentes na pista após a corrida para fornecer "provas" para a Red Bull, que estava apelando para uma penalidade mais severa contra Hamilton. Não é de se imaginar que a equipe tentará fazer isso novamente, já que os comissários não deram muita atenção...
Albon transformou sua vaga de reserva na Red Bull em uma vaga na Williams em 2022
Foto de: Red Bull Content Pool
Deve haver opções na mesa para Tsunoda em 2027. Seus vínculos com a Honda poderiam colocá-lo no páreo para a Aston Martin, mas ele também seria uma opção em potencial para qualquer outra equipe do meio-campo em busca de experiência - mais uma vez, a passagem bem-sucedida de Albon pela Williams demonstrou que é possível voltar à F1.
Se a Red Bull ou a Racing Bulls precisarem de cobertura para lesões/desempenho insuficiente, Tsunoda também estará lá para preencher a lacuna, como fez Daniel Ricciardo em 2023, quando substituiu Nyck de Vries na AlphaTauri (o que mais tarde levou à estreia de Lawson em Zandvoort).
Tsunoda também pode querer lançar sua rede mais longe. Usando novamente o exemplo de Albon, o tailandês passou um ano no DTM em uma Ferrari da AF Corse apoiada pela Red Bull, com a parceria de Lawson na equipe - portanto, um acordo tardio poderia ser fechado em outro lugar para 2026. A IndyCar foi brevemente mencionada como um possível ponto de aterrissagem e manter uma ligação com a Honda poderia gerar oportunidades em outro lugar, como a Super Formula ou com a Acura na IMSA.
No entanto, essas opções só parecem viáveis se Tsunoda desistir do sonho da F1. O piloto japonês, talvez um romântico das corridas, preferiria deixar a F1 em seus próprios termos - e isso envolve encontrar seu caminho de volta para a equipe.
Max MATADOR, Norris na VANTAGEM e Piastri SEM NADA A PERDER: Tudo da DECISÃO da F1! Com FELIPE MOTTA
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