F1: O que as simulações de Ferrari e Mercedes indicam para a corrida da Espanha?
Aston Martin mostra força e Alpine não pode ser ignorada; confira análise
Os treinos livres de sexta-feira indicaram amplo favoritismo do holandês Max Verstappen e sua Red Bull no GP da Espanha de Fórmula 1, mas o que os dados dizem sobre a briga entre Aston Martin, Ferrari e Mercedes?
Piloto 'da casa', Fernando Alonso confirmou a força da Aston ao ficar a 0s170 de Verstappen, mas a Ferrari parece ter evoluído em sua maior deficiência, o ritmo de corrida: pelo menos é o que indica a simulação de long run feita pela equipe do monegasco Charles Leclerc e do espanhol Carlos Sainz.
A dupla de Maranello não conseguiu bons tempos em voltas voadoras, mas o programa teve foco na preparação para a prova de domingo e os dados são animadores. A questão é equilibrar os dois dias verdadeiramente decisivos e não sacrificar o ritmo de classificação, força da Ferrari até aqui.
A Mercedes, por sua vez, teve uma sexta menos animadora, conforme admitiu o britânico Lewis Hamilton. Além disso, as indicações dos long runs não são animadoras, o que coloca em xeque a virtude do time até agora: justamente o ritmo de corrida, no qual a Ferrari tem sofrido.
Caso essa tendência se confirme, será um grande 'banho de água fria' para Hamilton justamente após mais novidades serem introduzidas em Barcelona após o grande pacote de atualizações que chegou em Mônaco.
Antes, porém, vale destacar a notícia positiva para a Ferrari: ao que tudo indica, a degradação de pneus diminuiu, inclusive no trecho em que se usaram com compostos 'de teste' que servirão como base para a nova construção de gomas que estreará em Silverstone, no GP da Grã-Bretanha.
Tal fato por si só já é positivo para Maranello, mas o principal alento ferrarista remete às simulações de corrida com os 'sapatos' macios. Sainz ficou particularmente feliz, também por ter aprovado as atualizações instaladas pela Ferrari em resposta às novidades da Mercedes.
Carlos Sainz, da Scuderia Ferrari, na garagem com o pai analisa os tempos do vermelho
Foto por: Mark Sutton / Motorsport Images
“Muitas peças novas para testar e estivemos envolvidos em várias mudanças de configuração para analisar as diferenças entre os vários componentes durante as sessões. Também guiamos com três compostos, então, completamos um bom dia de preparação para o resto do fim de semana”, disse.
Leclerc, por sua vez, percorreu 15 voltas com macios, confirmando tempo médio de 1min20s231: um valor um pouco pior que o de Sainz, mas Charles usou o SF-23 de especificação 'antiga' de manhã, instalando as atualizações à tarde, precisando de mais voltas para encontrar ritmo. E a Mercedes?
Lewis Hamilton, Mercedes F1 W14
Photo by: Jake Grant / Motorsport Images
Ainda que o companheiro e compatriota de Hamilton, George Russell, não tenha sido pessimista na proporção de heptacampeão, o primeiro dia do 'carro revisitado' em um autódromo convencional foi difícil.
Além do trabalho dedicado à correlação entre o que se projetou em Brackley e o que se viu na pista, processo leva tempo e por enquanto não resultou em uma perspectiva positiva de ritmo de corrida, os tempos de volta rápida foram tímidos. Resultado: Russell apenas oitavo e Hamilton 11º.
Entretanto, o próprio George projeta uma evolução do sábado em diante. O discurso do jovem inglês é ecoado por Alonso, ainda que o bicampeão da categoria máxima do automobilismo mundial tenha mostrado otimismo. De todo modo, o veterano espanhol de 41 anos fez um alerta.
Fernando Alonso, Aston Martin AMR23
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
“É preciso muito pouco para você se encontrar em uma posição de largada completamente diferente [do que projetava]. Não acho que o resultado de sexta seja muito claro, até porque os programas de trabalho têm sido diferentes em alguns casos”, pontuou, fazendo menção implícita a Mercedes e Ferrari. Além disso, a antiga escuderia de Fernando também pode ser um player importante: Esteban Ocon, francês que foi terceiro em Mônaco e quarto no TL2 catalão, tem animado bastante a Alpine.
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