Hamilton diz que F1 está sem liderança sobre mensagens antirracismo; Vettel apoia
Piloto da Mercedes acredita que o assunto “saiu da programação” da categoria após a abertura da temporada e Sebastian Vettel pede melhor organização entre os pilotos
Lewis Hamilton afirmou que falta de liderança na F1 em sua mensagem antirrascista e acredita que o assunto “saiu da programação” nas últimas semanas. Em meio a protestos e ativismo antirracismo em todo o mundo, a F1 realizou uma demonstração de união entre seus pilotos antes da abertura da temporada na Áustria, há duas semanas.
Todos os pilotos vestiram camisetas com a frase ‘End Racism’ (em português, ‘fim do racismo’), e 14 dos 20 pilotos se ajoelharam antes do hino nacional em uma parte definida da programação pré-corrida. Enquanto esses pilotos ajoelharam novamente antes da segunda e da terceira corrida da temporada, a organização dedicou menos tempo a estes momentos.
Hamilton ficou especialmente frustrado após a corrida realizada no último domingo na Hungria e cobrou a F1 para dar aos pilotos uma plataforma melhor para suas mensagens antirracismo, depois de lamentar a falta de tempo no cronograma.
Falando sobre o assunto após a prova, Hamilton disse que “definitivamente não houve apoio suficiente” para o ajoelho entre os pilotos e pediu que a liderança da Fórmula 1 seja mais forte em sua mensagem.
“A Fórmula 1 fez um trabalho OK, eu diria, na primeira corrida. Não foi bom o suficiente em termos do que se vê em outros esportes, mas ainda foi um passo à frente”.
“É quase como isso tenha saído da programação depois disso. Está faltando liderança e, finalmente, atuamos em um esporte. É preciso haver liderança desde o topo, você precisa dizer, 'OK, é isso que queremos fazer, pessoal, e queremos que todos façam parte disso'".
“Atualmente não há nada disso. Tento não me apoiar tanto nos pilotos, porque não quero que eles sintam que sou eu quem o faz, porque provavelmente é, em alguns casos, a razão pela qual as pessoas não querem fazer isso, porque eu estou fazendo isso”.
“Mas eu não acho que está sendo levado a sério”, completou o hexacampeão mundial.
Hamilton disse que irá contatar o chefão da F1 Chase Carey e Jean Todt, presidente da FIA, para discutir sobre o assunto nesta semana, dizendo que não cabe a ele, como piloto, responsabilizar os outros.
“Você precisa de um líder. Onde está o Jean neste cenário?”, disse Hamilton. “Isso deveria ser anunciado ou discutido do topo para baixo. Isso deveria estar vindo dos poderes mais altos que controlam e puxam todas as cordas”, completou.
Questionado pelo Motorsport.com se ele achava que houve algum progresso na F1 ao iniciar uma conversa mais ampla sobre como melhorar a diversidade, Hamilton respondeu: "Não fizemos nenhum progresso”.
“Dissemos coisas e comunicados foram soltos, e fizemos gestos como ajoelhar. Mas não mudamos nada, Exceto, talvez, um pouco de nossa consciência”, disse. “Adoraria saber o que Jean pensa, adoraria saber o que Chase pensa e o que a organização pensa para seguir em frente. Mas ainda não há progresso”, completou.
O tetracampeão mundial de F1 Sebastian Vettel concordou com o piloto da Mercedes. O alemão, que é um dos membros da direção da Associação de Pilotos, conversou com Hamilton sobre continuar ajoelhado após o briefing, e agora pediu aos pilotos que conversem sobre como eles podem organizar melhor o gesto pré-corrida.
“O que você vê é como a situação está”, disse Vettel. “Hoje houve pouquíssimo tempo, tudo estava um pouco apressado. Acho que os pilotos estavam prestes a chegar”.
“Houve tempo para fazer o que todo piloto individualmente decidiu fazer, mas no final, eles estavam começando o hino nacional”.
"Acho que, daqui para frente, provavelmente é verdade que precisamos conversar um pouco melhor, para que possamos resolver o problema", completou Vettel.
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