Após conquistar quatro títulos pela Mercedes e estar perto do quinto, Lewis Hamilton vê seu contrato com a equipe chegando ao fim e pode estar perto de realizar o sonho de correr pela Ferrari na Fórmula 1. No entanto, quando perguntado se poderia vestir as cores da equipe de Maranello, o pentacampeão desconversou e disse que “o tempo dirá”.
Em entrevista ao Motorsport.com Hamilton valorizou a relação que possui com a Mercedes e disse que trocar o time alemão por outra equipe é algo que demandaria começar uma nova relação do zero.
Questionado se já havia imaginado pilotar por outras equipes, o britânico disse: “Eu naturalmente imagino isso, mas sei quanto tempo leva para construir o que tenho com a Mercedes”.
“Quando me juntei ao time, era um ambiente de mente muito aberta que estava em uma fase de crescimento, foram anos adicionando tijolos para construir o que temos hoje”.
“Sei que em outros lugares eu teria que ajudar a construir algo com quem quer que fosse, porque provavelmente o time não teria a configuração daqui, que me permite atuar da forma como faço”.
Em seguida, o pentacampeão explicou a diferença entre o ambiente que tinha na McLaren e o que encontrou na Mercedes, quando se transferiu para a equipe alemã, em 2013.
“Na McLaren havia essas pequenas coisas, como por exemplo: na garagem, quando eu chegava, não havia lugar para meu capacete; eu estava sempre no caminho dos mecânicos. Precisava me preparar, mas tinha que ficar me movendo. Coisas pequenas assim, muito pequenas, não tão importantes, mas que fazem diferença na sua preparação para entrar no carro”.
“E quando cheguei na Mercedes mudamos isso: me deram um lugar para me sentar. Minha sala é próxima a dos engenheiros. São detalhes muito pequenos”.
O inglês falou ainda sobre a dificuldade de estabelecer uma relação de confiança e diálogo aberto com pessoas em uma nova equipe.
“Também há a questão das pessoas, porque com frequência os engenheiros são teimosos, muito presos ao que pensam e dizem coisas como: ‘os dados dizem que devemos seguir nesse caminho, fazemos isso a 20 anos e é assim que fazemos isso’. Mas as vezes você precisa chacoalhar eles e dizer: ‘não, vamos tentar fazer diferente’”.
“E leva tempo para quebrar esse gelo. Então se eu for para outra equipe, eles pensariam: ‘quem é esse cara me dizendo para fazer meu trabalho de outro jeito’? Mas você precisa criar uma relação com eles, para que confiem em você e possam trabalhar juntos, combinar seu DNA e suas mentes, para criar novos caminhos”.
Perguntado sobre existe a possibilidade de terminar a carreira correndo pela Mercedes, sem jamais realizar o sonho que já assumiu ter, de guiar pela Ferrari, Hamilton respondeu: “Eu acho que sim”.
“Quando você é parte da Mercedes, é parte da família para a vida toda. Então estou 100% certo de que poderia terminar minha carreira aqui e ficar feliz”.
“Eu dirigia Ferraris nas rodovias. Vou ficar chateado se nunca pilotar uma Ferrari? Acho que não dá para se preocupar com o desconhecido”.
No entanto, o líder do campeonato não escondeu sua admiração pela escuderia de Maranello e deixou o futuro em aberto.
“Eu vejo o carro da Ferrari, amo a cor, vejo a paixão da torcida, a empolgação do time quando eles descem do pódio. É diferente de qualquer outra equipe. Mas algumas coisas devem ser como são, e não sei se isso está nos planos para o meu futuro. O tempo dirá”.
Coma colaboração de Valentin Khorounzhiy
HAMILTON SEGUE A PERSEGUIÇÃO AO RECORDE DE SCHUMACHER
O piloto britânico alcançou a marca de 81 vitórias na F1 com o triunfo no GP da Hungria. A cada etapa do campeonato, o que parecia impossível ganha corpo: a quebra do recorde de Michael Schumacher. Faltam 10 vitórias para Hamilton empatar com o alemão. Veja galeria exclusiva do Motorsport.com que mostra quem destronou quem ao longo dos anos:
O italiano venceu a primeira prova da história da Fórmula 1, em 13 de maio de 1950, no autódromo de Silverstone. Farina ainda encerraria aquela temporada como campeão, desbancando grande rival, Juan Manuel Fangio.
Fangio não permitiu que seu companheiro de equipe estabelecesse uma hegemonia na F1. Apesar de perder o título para Farina, o argentino terminou o ano empatado em vitórias - 3x3.
Os dois primeiros da foto, Fangio e Farina, alternaram-se como maiores vitoriosos até a metade da segunda temporada, quando estavam empatados em 4x4. A rivalidade se estendeu para os títulos dos dois primeiros anos: 1x1.
O italiano Ascari igualou marca estabelecida por Fangio, chegando a sua quinta vitória no GP da Inglaterra de 1952, depois disso, Ascari estabeleceria o primeiro reinado da F1.
Em 1953, Ascari chegou à marca de 13 vitórias, recorde que imperou na categoria por 21 corridas. Naquele ano, pilotando uma Ferrari, Ascari ainda se tornaria o primeiro bicampeão da história.
Juan Manuael Fangio igualou o recorde de Ascari no GP da Itália em 1954 e superou a marca no início do ano seguinte, em uma corrida em sua terra natal, a Argentina. Durante a corrida, o carro de Fangio quebrou e ele pegou o de seu companheiro, Luigi Musso, para vencer a corrida, algo permitido na época.
Em 1957, Fangio alcançou sua 24ª e última vitória na F1. Seu império só chegou ao fim 120 corridas e 13 anos depois.
O argentino foi destronado por um escocês voador. Jim Clark, em 1967, chegou às mesmas 24 vitórias no GP do México.
A África do Sul, em 1968, foi palco da vitória 25 de Clark, que o isolou à frente. O bicampeão morreria no mesmo ano, em Hockenheim.
O reinado Clark teve duração de 5 anos (68 GPs). Curiosamente, foi derrubado por um compatriota: Jackie Stewart.
Stewart, que conquistou o tricampeonato, igualou as 25 vitórias de Clark em Mônaco, em 1973, e o ultrapassou na Holanda.
O tempo de Stewart no trono durou impressionantes 14 anos, em um total de 218 GPs.
Em 1985, Niki Lauda e Alain Prost, os dois que mais se aproximavam de Stewart, terminaram o ano próximos do escocês. O austríaco fechou com 25 vitórias, empatado com Jim Clark. O francês tinha 21.
Foi apenas dois anos mais tarde (1987) que Prost igualou e passou Stewart. Em Spa, o então bicampeão chegou às 27 vitórias.
Em Estoril, alcançou a vitória 28, transformando-se no recordista. Prost só foi batido 229 corridas depois, totalizando 14 anos de reinado.
Neste mesmo GP de Portugal de 87, Nelson Piquet era o brasileiro mais bem colocado. Somava 20 triunfos na ocasião.
Durante a dinastia Prost, o maior rival do francês começava a conquistar seu próprio território: Ayrton Senna.
O brasileiro foi o segundo piloto a passar Stewart. Isso ocorreu em Interlagos, em 1991, na sua vitória de número 28.
Na ocasião, o ranking de vitórias tinha Prost com 44, Senna com 28 e Stewart com 27. Piquet acumulava 22 e Mansell 16.
O terceiro piloto a deixar Stewart para trás foi Mansell. O britânico conseguiu a vitória 28 diante da sua torcida, em Silverstone, 1992.
Meses mais tarde, ainda em 1992, um jovem promissor e que disputaria o Reinado das Pistas vencia sua primeira prova. Em Spa, Michael Schumacher terminou em primeiro.
A temporada 1993 foi a última de Prost no grid. E foi a chance que ele teve de ampliar a hegemonia que criou. Fechou sua marca com 51 vitórias, uma delas obtida em Hockenheim.
Aquele temporada terminou com Ayrton Senna somando 41 vitórias. Era o candidato mais provável a roubar o trono de Prost.
Infelizmente, o brasileiro não pôde quebrar o recorde do rival Prost. No dia 1º de maio, em Imola, faleceu após acidente na curva Tamburello.
Sem Prost e Senna, a Fórmula 1 via o início da construção do maior "Império" da categoria. Schumacher consolidava-se como o maior da sua geração.
A partir de 2000, Schumacher e Ferrari estabeleceram nova dinastia na categoria. O alemão igualou Prost em títulos e vitórias na mesma corrida.
A supremacia de Schumi aconteceu em Spa, no mesmo ano. O alemão alcançou o recorde de 52 vitórias na mesma pista que estreou e venceu pela primeira vez na carreira.
Após alcançar incríveis 7 títulos, Schumacher estabeleceu o novo "sarrafo" para as próximas gerações em 91 vitórias, marca considerada impossível de ser repetida.
Assim que Schumacher se aposentou, uma nova geração começou a ganhar força. Fernando Alonso foi aquele que interrompeu a hegemonia de títulos (2005 e 2006).
Lewis Hamilton estreou no grid em 2007. Brigou pelo título já no ano de estreia. Foi campeão na temporada seguinte.
Também em 2007, Sebastian Vettel fez sua primeira corrida, ainda pela BMW. No ano seguinte, estrearia como piloto regular pela Toro Rosso.
Alonso alcançou menos do que se esperava. Terminou a carreira no ano passado com 32 vitórias, uma a mais que Mansell, 9 a menos que Senna.
Vettel, pelos anos dominantes de Red Bull, parecia ser aquele que "caçaria" o compatriota Schumacher. Após o seu tetracampeonato, aos 26 anos, já tinha 39 vitórias.
Mas na Ferrari reduziu o ritmo. Somou mais 13 conquistas, chegando a 52 triunfos, um a mais que Alain Prost.
Enquanto Vettel sofre na Ferrari, Hamilton sobra na Mercedes. Antes de seguir para a escuderia alemã, o inglês já acumulava 21 vitórias.
Com a Mercedes, já foram quatro títulos, com mais 60 vitórias, totalizando 81.
O inglês está 10 vitórias atrás de Schumacher. Se conseguir manter a média de vitórias por ano, alcançará o alemão em 2020.
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Roberto Chinchero
Fórmula 1
Lewis Hamilton
Mercedes
McLaren
Scuderia Ferrari
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