McLaren nega carro nervoso e 'culpa' Honda por problemas
Eric Boullier, chefe da McLaren, diz que impressões de que o MCL32 é um carro nervoso não corresponde à realidade, culpando o motor Honda pelos problemas
Quem esteve em Barcelona acompanhando os testes de pré-temporada da Fórmula 1 durante a semana passada observou que Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne tiveram dificuldades para controlar o MCL32 no contorno de algumas curvas do circuito catalão.
Tal impressão não condiz com os comentários da McLaren de que o novo chassi entrega tudo o que era esperado. Questionado sobre a discrepância entre os comentários do time e o que acontece na pista, Eric Boullier, chefe da equipe, colocou a 'culpa' na Honda.
"Bom, o carro reage bem a todas as mudanças que fazemos. Neste aspecto, os pilotos estão bastante satisfeitos. Li alguns comentários sobre dificuldades em algumas curvas e eles são como as 'fake news' de (Donald) Trump, pois tais dificuldades não estão relacionadas somente ao chassi", disse.
"Lembre-se de que estes motores são híbridos, o que significa que quando você acelera muito cedo, você tem a potência elétrica - que entra no modo liga/desliga. Além disso, você tem o turbo, então dependendo da dirigibilidade você pode ter dificuldades", afirmou.
"Temos alguns problemas neste sentido, o que significa que quando você despeja a potência a traseira se perca, o que faz com que o carro pareça nervoso. Mas não há nada de errado."
"Problemas de dirigibilidade, pneus velhos - digamos que o aquecimento dos pneus não é bom o suficiente. Mas o carro aqui ainda é a versão do lançamento. Estamos testando uma coisa ou outra, mas a versão completa só andará na Austrália", acrescentou.
Testes comprometidos
Embora encorajado com as primeiras impressões do chassi, Boullier admite que a falta de quilometragem da McLaren nos testes, além da situação de ter de andar em um modo menos potente do motor por preocupação com a confiabilidade, dificulta a vida do time para obter aquilo que é necessário para evoluir.
"Se você não anda rápido o suficiente, você não coloca a energia ideal nos pneus, nos freios. O seus objetivos acabam mudando. Há muitas consequências se você anda 15km/h ou 18km/h mais lento na reta. Ainda assim, estamos obtendo o máximo de dados que podemos ao colocar o carro na pista", disse.
"Precisamos disso para nos assegurarmos de que o que obtivemos no simulador em Woking é bom, o que nos permitirá manter o processo de design e desenvolvimento do carro, além de fazer previsões para o futuro."
"Entretanto, seria mais fácil se tivéssemos a mesma velocidade que os demais, pois isso nos daria um melhor entendimento em muitos aspectos", completou Boullier.
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