Entrevista

Dovizioso: Iannone não pensa na equipe, só nele mesmo

Piloto da Ducati, Andrea Dovizioso conversa com Motorsport.com em entrevista exclusiva e fala sobre sua temporada

Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team, Andrea Iannone, Ducati Team
Casey Stoner, Ducati Team
Casey Stoner, Ducati Team
Gigi Dall'Igna, Ducati Team General Manager
Gigi Dall'Igna, Ducati Team General Manager
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing

Você pode resumir sua temporada até agora?

Chegamos ao Catar prontos após um inverno difícil. Depois, nas três primeiras corridas eu poderia ter subido ao pódio, mas tive dois zeros por culpa de outros. Isso mudou minha forma de gerir o campeonato, porque eu poderia estar melhor agora.

Apesar disso, acho que temos que estar felizes com a velocidade que temos mostrado. Diminuímos a diferença para as outras motos. O que nos falta é consistência, sermos competitivos em todas as pistas.

É verdade que este ano é muito peculiar porque começamos do zero com a Michelin em todas as pistas. Você também tem que manter o desenvolvimento dos pneus em mente. Temos sido afetados por conta dos problemas ocorridos com (Scott) Redding e (Loris) Baz, que levaram a Michelin a escolher uma direção de desenvolvimento que não é boa para nós.

De qualquer maneira, temos que corrigir algumas coisas na moto para o próximo ano porque no próximo ano queremos lutar pelo título.

Antes do início da temporada, a Ducati estabeleceu o objetivo de ganhar uma corrida, algo que já fez na Áustria. Isso significa que o ano é um sucesso?

Essa vitória não muda nada. Era importante vencer na Áustria, e, especialmente, fazer uma dobradinha, mas se em outras pistas não estamos em posição de vencer, você não pode lutar pelo título.

O que está faltando para a moto?

A nossa moto tem problemas para virar. Quando você entra na curva e solta o freio, ela ainda não é tão rápida quanto as outras motos. Não é tão rápida como a Honda, ou Yamaha, ou Suzuki. Temos a vantagem de que nós aceleramos melhor, por isso a diferença não é tão grande no final.

A demanda física da Ducati afeta você?

Ela afeta muito. Na MotoGP a intensidade é muito alta. Por exemplo, vamos pensar em um TL4 – que é muito importante para sabermos onde estaremos na corrida. Estamos perto do primeiro na maioria das vezes.

Mas cada piloto está andando em uma intensidade diferente. Se eu tiver que dar 100% no treino e você está mais rápido dando apenas 95%, esses 0s3 podem se tornar 0s6 no domingo, quando você está no limite. Neste nível, 5% é muita coisa. Estamos mais rápidos do que no ano passado, mas precisamos usar muita energia.

Melhorar a sua condição física ajuda a evitar isso?

Não, porque a força não faz você durar mais tempo. Se você usar mais força, você dura menos. O importante é o ritmo. O objetivo é ser rápido na corrida, mas com um bom ritmo.

Como é ter Iannone como companheiro de equipe?

Iannone não é um piloto com quem você pode trabalhar em equipe. Ele acha que é muito importante e só pensa em si mesmo.

Portanto, é difícil estabelecer uma relação que nos ajude a desenvolver a moto juntos, assim como não podemos competir juntos de uma forma calma. Não é fácil.

No próximo ano você terá Jorge Lorenzo ao seu lado. Ele terá de se adaptar à Ducati vindo da Yamaha como você fez no passado. Você acha que ele pode ter um choque, especialmente tendo em conta as exigências físicas que você menciona?

Sim, mas você tem que ter em mente que quando eu fiz a troca, a diferença entre as duas motos era muito maior do que é agora. A Yamaha é a moto mais equilibrada no campeonato e a nossa não tem as mesmas limitações que tinha no passado. A mudança que eu ou Valentino (Rossi) enfrentamos foi maior do que a que Jorge vai passar.

Apesar disso, eu não acho que vá ser fácil, porque ele só conhece aquela moto.

O que Gigi Dall'Igna trouxe ao time?

Antes de ele chegar, a Ducati teve muitos problemas em todas as áreas. Lidar com os engenheiros foi difícil, porque a equipe estava passando por uma transição. Gigi chegou e trouxe ordem. E ele fez isso bem.

Houve um trabalho de reestruturação para extrair o melhor de cada pessoa. Mas a coisa mais importante é que ele criou uma hierarquia. Então, agora todo mundo sabe quem é o chefe. Não era assim antes. Entre os italianos muitas vezes era uma grande confusão.

Você teve Stoner como companheiro de equipe no passado, e agora ele é piloto de teste. O que ele traz?

Obviamente, a relação mudou muito, porque agora ele pode ajudar – o que ele faz. Ele é muito positivo e mudou a forma como olha para as corridas.

Ele odiava todo mundo antes, e isso o levou a encerrar sua carreira e estar sempre muito bravo. Agora ele faz o que quer, ele está muito mais relaxado. Ele vem, fala e gasta tempo com você.

O que ele traz? Coisas boas. Vamos dizer que ele não é um piloto de testes normal como o (Michele) Pirro – que está completamente envolvido no desenvolvimento da moto. Casey fez alguns testes e deu a sua opinião, mas sua influência neste ano não foi grande porque ele não tem estado sempre aqui.

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