ANÁLISE F1: Nova estrutura da Red Bull pode reduzir autonomia de Horner e Marko?
Morte de Dietrich Mateschitz trouxe uma nova estrutura de governança da marca de bebidas energéticas
A morte de Dietrich Mateschitz, fundador da Red Bull, provocou uma reorganização na direção da empresa de bebidas energéticas, que pode acabar mexendo na autonomia que Christian Horner e Helmut Marko disfrutam até hoje na condução da equipe de Fórmula 1.
Apesar de uma temporada dominante, a Red Bull segue sendo o assunto mais comentado do paddock pelo que acontece fora das pistas.
Em Milton Keynes, há algumas dúvidas sobre o futuro que vão além da redução do tempo de túnel de vento, imposto pela violação do teto orçamentário. A morte o grande chefe do império Red Bull, Dietrich Mateschitz, provocou uma reorganização na direção da empresa, algo que inclui os programas desportivos.
A F1 é o ativo mais importante da marca nesta área, e o programa sempre gozou de um grande grau de autonomia, devido à grande amizade entre Helmut Marko e Mateschitz. Essa independência também foi reforçada pelos resultados obtidos ao longo dos anos, êxitos que reforçaram a convicção de uma confiança bem depositada.
Tudo funcionou por mais de 15 anos graças à relação Mateschitz-Marko mas, com a ausência de um dos lados, as coisas podem mudar. As responsabilidades que eram centralizadas em Mateschitz agora está dividida entre três pessoas. No caso dos programas desportivos, quem ficou responsável é Oliver Mintzlaff, ex-número 1 do time de futebol RB Leipzig, de vínculo de longa data com a marca.
Max Verstappen
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
No paddock de Yas Marina, surgiu o rumor de que Mintzlaff era um dos maiores defensores do projeto Red Bull - Porsche. O acordo caiu por terra quando o anúncio era visto como questão de tempo, principalmente por causa do desejo de Marko e Horner de manter a autonomia total da equipe.
O acordo com a Porsche originalmente iria além do motor de 2026, já que a marca alemã estava disposta a entrar como acionista da Red Bull Technology, tendo voz e voto nas decisões da equipe.
Em 09 de setembro, a equipe declarou que "nos últimos meses, a Porsche AG e a Red Bull GmbH estavam discutindo a possibilidade de entrada da Porsche na Fórmula 1. As duas empresas chegaram à conclusão conjunta de que essas conversas não seguirão adiante".
A chegada de Mintzlaff fez com que surgisse a especulação de uma possível volta atrás, mas a realidade é que isso já não era mais possível. Mas o que segue sendo uma incógnita é o futuro da autonomia do programa da Red Bull na F1.
Os resultados obtidos parecem jogar a favor da estabilidade, sem motivo aparente para mudar a ordem de forças em uma estrutura que dominou a F1 este ano. Mas há também outros aspectos que não podem passar despercebidos.
Sergio Perez e Verstappen: il loro rapporto si è fatto brurrascoso in Brasile
Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images
A tempestade midiática vinculada à violação do teto orçamentário não fez nada bem à imagem da Red Bull, e a polêmica entre Max Verstappen e Sergio Pérez que surgiu no Brasil também criou um cenário longe do ideal nas relações internas.
Se no passado essas situações eram discutidas e resolvidas entre Marko e Mateschitz, pode ser que no futuro não seja assim, e as decisões estratégicas, como o provável acordo com uma montadora formando uma parceria para os motores de 2026, também sejam avaliadas fora da sede de Milton Keynes.
Hoje, é difícil de saber se a intenção da empresa é revisar a relação com a ilha privilegiada que sempre foi a Red Bull Fórmula 1 mas, pela primeira vez, nada na cúpula diretiva da equipe pode assegurar o que irá acontecer no futuro.
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