Em meio à polêmica entre Red Bull e RB, Wolff cobra F1 por mudanças nas regras sobre alianças
O chefe da Mercedes, Toto Wolff, defende uma "redefinição" das regras da Fórmula 1 em relação às alianças entre equipes, na esteira do debate sobre a parceria entre a Red Bull e a RB
Diante dos resultdos demonstrados pela RB, equipe aliada da Red Bull, Toto Wolff sugeriu que é hora de repensar o que é melhor para as corridas como um todo. A Mercedes, equipe chefiada por Wolff, fornece motors, caixas de câmbio e suspensões para a Aston Martin e Williams.
Ele acredita que o fundamental é encontrar um caminho adequado às equipes menores que precisam de ajuda externa, bem como aos times totalmente independentes e aos fabricantes.
“Precisamos ter todas as 10 equipes satisfeitas com a situação, por isso não estamos excluindo as pequenas que precisam dessa cooperação”, disse Wolff no GP do Bahrein.
“[Além disso] aquelas que por pura participação acionária são empresas irmãs, e tudo bem, e para as grandes que não têm relacionamento, como a McLaren, e nós, que temos relacionamento com muitas. Portanto, apenas 2026 é o ponto em que podemos redefinir isso.”
Wolff também conta com o apoio do chefe da McLaren, Zak Brown, que tem manifestado seu desejo de que a F1 revise as regras que regem as peças de carros dos clientes e as alianças de equipes a partir de 2026, em meio ao desconforto que sente sobre a parceria entre a Red Bull e a RB.
Brown acredita que os regulamentos atuais da F1 “não são adequados ao propósito”, pois oferecem muitas vantagens para as equipes que conseguem trabalhar juntas, e ele quer uma revisão completa das coisas a partir de 2026.
Wolff ainda disse que encerrar a parceria de colaboração com os clientes entre as equipes seria ruim financeiramente para uma equipe como a dele, que vende componentes, mas ele considerou que ter regras mais robustas seria melhor no geral do que se preocupar com os lucros da Mercedes.
Daniel Ricciardo, RB F1 Team VCARB 01 e Sergio Perez, Red Bull Racing RB20
Photo by: Simon Galloway / Motorsport Images
“Estou falando do nosso próprio negócio, porque estamos ganhando um bom dinheiro fornecendo peças. Estamos vendendo suspensões para a Aston Martin e para a Williams, e caixas de câmbio e serviços aerodinâmicos em termos de túnel de vento para a Aston Martin. E isso contribui bastante para o lucro", explicou o chefe da Mercedes.
“Mas prefiro não aceitar nada disso e que todos nós sejamos construtores, porque assim poderemos parar todas essas discussões”, declarou.
Wolff também considerou que interromper as alianças, e especialmente a propriedade comum na F1, também eliminaria cenários em que certas equipes podem formar blocos de votação para impedir mudanças nas regras.
“Como Zak mencionou, se um cara toma todas as decisões, ou um pequeno grupo de pessoas para duas equipes, o que isso significa para nossa boa governança no esporte?” questionou.
“Você tem dois votos em uma comissão de F1 de 10 grupos. Você já tem 20% dos votos. E nenhum de nós tem isso. Eu sei que sempre existe o argumento de ‘sim, bem, Williams vai votar como você’. Mas olhe as estatísticas, esse não é o caso e certamente não é o caso de tudo que está relacionado ao chassi.", observou.
“Não vi nenhuma votação diferente sobre tópicos relacionados ao chassi ou qualquer outra votação entre AlphaTauri (atual RB) e Red Bull. Porque é uma pessoa que provavelmente decide qual é o voto", relembrou Wolff.
Toto Wolff, chefe de equipe e CEO da Mercedes-AMG
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Wolff reconhece que a contribuição da Red Bull para a F1 não deve ser ignorada, mas igualmente, era importante ter uma situação que agradasse a todos os concorrentes atuais.
“Acho que há uma situação herdada da Red Bull que o esporte deve muito a eles”, disse ele. “Eles têm duas equipes, são financiados, têm um ótimo programa júnior, uma pista e muito valor de marca. Eles não são como qualquer outra equipe menor.
"Então, acho que no nível dos acionistas é uma discussão bastante difícil com base nessa contribuição. Mas, por outro lado, somos um esporte de construtores e acredito que a mesma participação acionária, a mesma localização, a parcela de instalações, é claro que alguma ambiguidade é sempre vai ficar com concorrentes.
"Acho que o que precisamos analisar são os regulamentos. Os regulamentos são robustos o suficiente? Eles são policiados bem o suficiente para que nos sintamos em um lugar seguro? Estamos vendo algumas lacunas potenciais? E o que precisamos para 2026? E Acho que essa é a questão principal."
Wolff sugeriu: “Defina regulamentos que deixem todos confortáveis com a situação. Desde as equipes pequenas que usam essa colaboração, como a Haas, porque será muito difícil para elas se manterem sozinhas, até as equipes que não têm parceriacom qualquer outra, ou nenhum relacionamento cliente-cliente, até as grandes equipes do outro lado, que possuem participação acionária conjunta e mesmas localizações.
"Acredito que é isso que precisamos resolver: que todos estejam bem com a situação.", finalizou.
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