F1: Montoya compara decisões da FIA às ações de Donald Trump
Ex-piloto colombiano também afirmou que multas com valor elevado podem prejudicar os novatos que estrearão na temporada 2025
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Juan Pablo Montoya ex-piloto de Fórmula 1, acredita que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) deve "ser cautelosa" com as novas diretrizes que propõem punições severas para os pilotos com base em sua conduta durante um fim de semana de corrida, comparando tais ações ao do presidente dos EUA, Donald Trump.
Na semana passada, a FIA anunciou mudanças no Código Esportivo Internacional para controlar a conduta dos pilotos que participam de seus campeonatos, incluindo a F1.
Essas diretrizes incluem multas básicas, que quadruplicam no caso dos pilotos de F1, que podem enfrentar multas de até 120 mil euros por infrações repetidas de má conduta, que a FIA define como "o uso geral de linguagem (escrita ou verbal), gestos e/ou sinais ofensivos, insultantes, rudes, indelicados ou abusivos e que poderiam ser razoavelmente esperados ou percebidos como rudes ou indelicados ou como causadores de ofensa, humilhação ou inapropriados" e "agredir (cotoveladas, chutes, socos, pancadas etc.)" e "incitar a fazer qualquer um dos itens acima".
As penalidades mais graves podem chegar à suspensão de um piloto e à dedução de pontos do campeonato.
Os pilotos da F1, que acabaram a última temporada com uma relação nada amistosa com o presidente da Federação, Mohamed Ben Sulayem, ainda não comentaram tais mudanças. No entanto, Montoya respondeu às ações da FIA.
"A minha pergunta é: você acha que isso está de acordo com o que a Fórmula 1 quer ou é apenas o que a FIA quer? Para mim, essa é uma das grandes questões, porque se os palavrões fossem 'tão ruins para a F1', por que eles os exibem na TV? Eles poderiam evitar isso. Por opção, se alguém fala palavrões no rádio, eles têm a opção de não colocá-los no ar".
"Há mil conversas em uma corrida, e eles escolhem apenas cinco ou dez delas, e 80% delas são palavrões ou pessoas perdendo a cabeça. A F1 está alinhada com a FIA nesse aspecto? Essa é a pergunta de um milhão de dólares", disse o colombiano ao site CasinoApps.
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Donald Trump visitou o Grande Prêmio de Miami de F1 2024.
Foto de: Steven Tee / Motorsport Images
Montoya concordou com a posição da FIA, mas alertou que a maneira talvez não seja a correta, comparando o órgão a Donald Trump após sua recente posse como presidente dos EUA.
"Concordo com o que eles estão tentando fazer para proteger a FIA. Quero dizer, é um pouco... Preciso ser cuidadoso... É semelhante ao que Trump está fazendo, assinando ordens (executivas). Eu entendo o que a FIA está tentando fazer, mas é preciso ter cuidado", disse ele.
Montoya acha que a possibilidade de um piloto ser suspenso da F1 por causa de seu linguajar pode causar todo tipo de problema se a pessoa afetada for um piloto de grande nome como Lewis Hamilton, por exemplo.
"Minha resposta é: como um organizador de corrida vai reagir quando o líder de um campeonato mundial não for ao evento depois de ter sido banido? Como um patrocinador vai reagir?", perguntou o ex-piloto de F1.
"Todo mundo achava que ter sanções por xingamentos seria uma coisa boa. Mas agora que elas são uma realidade, todos estão dizendo 'oh, merda'''.
"Se fosse Magnussen, ele não é um grande personagem, as pessoas não se importariam muito. Mas se Lewis Hamilton não tivesse pilotado sua Ferrari porque falou um palavrão ou fez algo de errado, como todos teriam reagido? Todos farão tudo o que puderem para deixá-lo correr de qualquer maneira".
"Eles mudarão as regras e as adaptarão porque não podem se dar ao luxo de não ter Lewis na Ferrari, por exemplo, no GP da Grã-Bretanha. É por isso que eles precisam ser cuidadosos com regras como essa, pois precisam ser justos com todos."
Por outro lado, o ex-piloto da Williams e da McLaren advertiu que é um erro impor penalidades financeiras que podem causar sérios danos financeiros a um piloto novato, mas nenhum a um piloto já veterano.
"Imagine se o piloto fosse [Andrea Kimi] Antonelli, é um fardo financeiro enorme para alguém que está apenas começando sua carreira na F1. Se essa mesma sanção fosse para Lewis, não seria a mesma sanção, não o afetaria. Não teria o mesmo valor e é aí que a regra da FIA parece estar errada."
"Sim, todos eles são pilotos de F1, mas você tem seis novatos este ano e, juntos, eles não equivaleriam nem a 20% dos salários que Max [Verstappen] ou Lewis recebem. É justo que todos eles recebam a mesma sanção? Portanto, as penalidades seriam mais justas se fossem serviços comunitários ou outras coisas que trouxessem mais benefícios para o esporte sem prejudicar tanto o piloto".
Verstappen recebeu um dia de serviço comunitário por usar linguagem ofensiva na coletiva de imprensa oficial do GP de Singapura, uma punição que o holandês cumpriu quando viajou para Ruanda para a festa de gala anual da FIA.
Para Montoya, esse é o tipo certo de punição, pois ele diz que os pilotos não querem desperdiçar seu tempo livre em atividades como essa.
"Acho que essa é a abordagem correta. Os pilotos valorizam seu tempo mais do que qualquer outra coisa no mundo".
"Quando você é um piloto e é você quem está viajando, fazendo muito trabalho duro, qualquer dia de folga vale a pena. Se você perde isso para prestar serviço comunitário, acredite, é realmente muito ruim. Uma vez tive que viajar até a Costa Rica para fazer isso", conclui.
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