F1: Norris apoia Piastri sobre McLaren "difícil de pilotar"

A impressionante pole de Lando Norris no GP do México de Fórmula 1 pode não ser uma garantia de que seus problemas de classificação com a McLaren tenham ficado para trás, mas parece que ele está ganhando vida no melhor momento possível.

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Na Cidade do México, Norris pôs fim a uma sequência sem poles que remontava ao GP da Bélgica, período durante o qual ele viu Piastri assumir o controle do campeonato, apenas para que as recentes oscilações do australiano e o ressurgimento da Red Bull trouxessem Max Verstappen de volta à disputa.

Ao conquistar sua quinta pole em 2025, Norris igualou Piastri e também empatou o placar em 10 a 10 na classificação frente a frente, um empate que parecia improvável no início de 2025. Norris perdeu parte de sua proeza em uma volta durante a baixa temporada com um MCL39 que se mostrou rápido, mas também difícil de pilotar. O britânico teve dificuldades especiais para sentir o eixo dianteiro no limite da aderência, o que levou a uma série de erros no terceiro trimestre.

Isso levou Norris e a equipe a uma grande busca pela alma nos bastidores para descobrir como mitigar seus problemas, e o México foi um exemplo clássico de um piloto que se sentiu confortável desde o primeiro dia, com o jovem de 25 anos ganhando velocidade rapidamente no TL2, apesar de ter cedido seu carro a Pato O'Ward pela manhã.

"Quando olho para a minha primeira volta no TL2 - minha primeira volta do fim de semana - eu estava no ponto", disse Norris. "É uma pista que não é fácil por causa do downforce, da aderência e coisas do gênero, mas fiquei agradavelmente surpreso com a rapidez com que eu estava no ritmo em comparação com todos - os outros que já tinham feito o TL1".

"É difícil quantificar quanto trabalho a equipe fez nos bastidores para me dar um pouco mais do que eu quero e do que eu preciso para ter o nível de desempenho que tenho. Mas certamente há muito trabalho que também fiz pessoalmente, fora da pista, com muitas pessoas para entender quais são minhas dificuldades e como posso combatê-las. Porque a última coisa que quero é dar uma desculpa".

Lando Norris, McLaren

Foto de: Sam Bagnall / Sutton Images via Getty Images

De acordo com o chefe de equipe Andrea Stella, há também uma razão técnica para Norris ter sido tão forte no México, enquanto Piastri teve dificuldades.

"Foi bom provar que o carro era o mais rápido", disse Stella. "Mas o carro mais rápido também é um carro que precisa ser pilotado de uma certa maneira, especialmente quando você tem condições como aqui e, até certo ponto, em Austin, com asfalto quente, pneus deslizantes, e a maneira como você gera tempo de volta é uma maneira que, eu diria, vem relativamente naturalmente para Lando e menos naturalmente para Oscar".

"Lando é o piloto de baixa aderência, no final da sessão, quando os pneus estão bastante desgastados, é aí que vemos Lando - setor verde, setor verde, setor verde. Oscar, por sua vez, é mais um piloto de alta aderência, que é onde ele pode explorar seu incrível talento".

Também é fácil esquecer que Piastri ainda está apenas em sua terceira temporada na F1 e, portanto, tem um banco de experiência menor no qual pode confiar quando razões técnicas o impedem.

De qualquer forma, a proeza de baixa aderência de Norris não é mais relevante em nenhum outro lugar do que no Autódromo Hermanos Rodriguez, a 2.200 metros acima do nível do mar, que o chefe da Pirelli, Mario Isola, disse ser o circuito de "menor aderência" de todo o calendário. Os italianos também fizeram uma escolha agressiva ao trazer o pneu C5 como o composto mais macio.

Em altitude e em uma superfície de baixa aderência, onde o deslizamento dos pneus acarreta uma grande penalidade por superaquecimento, a capacidade da McLaren de gerenciar a temperatura dos pneus rendeu dividendos para Norris. E provavelmente fará o mesmo na corrida, com Charles Leclerc, segundo colocado na largada, surpreendido pelo formidável ritmo de longa duração da McLaren com os médios no TL2.

Lando Norris, McLaren

Foto de: Steven Tee / LAT Images via Getty Images

Mas isso não significa que os problemas de Norris tenham ficado totalmente para trás. Apenas três corridas atrás, em Singapura, seu sábado parecia uma grande bagunça.

"Há apenas alguns finais de semana, em Singapura, eu quase senti como se fosse o início da temporada novamente - sem nenhuma sensação na frente, sem confiança, sem capacidade de sair e fazer o que fiz hoje. Portanto, ainda há um pouco de altos e baixos", advertiu.

"Certamente há áreas que precisamos melhorar. E se eu quiser fazer o que fiz hoje com mais frequência - o que eu faço - temos que melhorar mais o carro e eu tenho que tentar deixá-lo mais ao meu estilo".

Mas a melhora na forma de Norris certamente está chegando no momento certo para ele, que pretende capitalizar a oscilação do companheiro de equipe no final da temporada. Com Piastri largando em sétimo e a expectativa de que as ultrapassagens sejam difíceis no domingo, não está fora de questão que Norris ultrapasse o australiano na luta pelo título se ele superar um ataque duplo da Ferrari na primeira volta.

"O carro é incrivelmente rápido, mas não é fácil de pilotar. Acho que nós dois reclamamos disso como pilotos", resumiu ele em seu sábado.

"Mas quando você entra naquele ritmo, ele voa, e era assim que eu estava".