Mick Schumacher disse que não esperava o desempenho mostrado em seu teste de estreia na Fórmula 1 nesta semana, e achou “fácil” evoluir com a Ferrari e a Alfa Romeo.
O atual campeão europeu de Fórmula 3 e estreante na Fórmula 2 foi o segundo mais rápido com a Ferrari na terça e, em seguida, o sexto mais rápido na Alfa Romeo na quarta, estabelecendo tempos de volta quase idênticos em ambos os carros.
Perguntado pelo Motorsport.com se ele esperava esse desempenho antes do teste, Schumacher admitiu: “para ser honesto, não”.
“Mas acho que porque me diverti muito, foi mais fácil trabalhar, trabalhar com a equipe. Ambas as equipes foram muito abertas e muito boas em me ensinar os pontos que eu tinha de conhecer. Durante todo o dia consegui melhorar e encontrar o limite."
O 1min29s998 de Schumacher no segundo dia pela Alfa Romeo foi apenas 0s022 mais lento do que ele havia conseguido pela Ferrari, que era o carro dominante no final de semana do GP do Bahrein.
O programa de Schumacher na Ferrari foi interrompido pela chuva prolongada durante o teste de terça-feira. O piloto de 20 anos disse que apesar de ter melhorado em seu segundo dia, comparar os tempos foi difícil.
"Foram condições muito diferentes", disse ele. “É difícil comparar os dois dias, os carros da frente foram muito rápidos. Mas fizemos um trabalho decente e podemos ficar felizes com isso."
Schumacher acrescentou que ganhou confiança mirando em “todos os pontos onde tinha a sensação de poder melhorar”.
"Parece que funcionou bem, então estou feliz", disse ele.
O primeiro teste de Schumacher na F1 seguiu sua estreia na F2 no Bahrein no último final de semana. O piloto da Prema marcou pontos em ambas as corridas, registrando como melhor resultado um sexto lugar na corrida de domingo, na qual largou da pole position no grid invertido.
Ele disse que não sabe quando sua próxima oportunidade na F1 irá surgir, com o colega protegido da Ferrari, Callum Ilott, devendo dirigir para a Alfa Romeo no teste de Barcelona.
A próxima corrida F2 é no Azerbaijão no final do mês.
"Eu não sei o que vai acontecer", disse Schumacher. "Estou ansioso para estar na F2 novamente”.
“Baku é uma pista especial e será a primeira vez para mim. Eu vou trabalhar bastante com o Prema no simulador e me preparar para isso. Vou tentar usar o que aprendi aqui e tentar colocar isso na pista na F2."
Relembre as dez maiores atuações de Michael Schumacher na F1:
Sejamos sinceros: os anos de Schumacher na Mercedes não foram aquilo que todos esperavam. Depois de três temporadas sem correr, tendo sofrido um acidente de moto e já com mais de 40 anos, o alemão decepcionou. Mas no Canadá em 2011 Schumi lembrou bastante sua melhor fase. Na chuva, ele chegou a ocupar uma convincente segunda posição após uma bela ultrapassagem dupla sobre Massa e Kobayashi, e só caiu para quarto no fim da prova pelos carros superiores e uso do DRS por parte de Button e Webber. Schumi ficou com um amargo e injusto quarto naquele dia.
Depois de vencer as quatro primeiras provas da temporada, Michael Schumacher não venceu a quinta seguida por um problema de câmbio que o fez ficar preso na quinta marcha durante boa parte da corrida. Ainda assim, ele conseguiu fazer um pit stop sem deixar o carro morrer e chegar em segundo, a apenas 24s de Damon Hill - vencedor da corrida. Após o GP, Schumi disse que o problema o fez mudar os traçados e tangências das curvas, e que utilizou sua experiência prévia nos protótipos para evitar que seu motor apagasse.
2004 foi a temporada mais dominadora de Schumacher na F1. O alemão conquistou 13 vitórias em 18 provas, e o triunfo mais insano veio em Magny-Cours. Derrotado na disputa pela pole position por Fernando Alonso, o alemão e a Ferrari apostaram em uma estratégia de quatro paradas para superar o inspirado espanhol naquele dia ao final da prova de 70 voltas.
Para tirar a Ferrari de uma fila de 21 anos sem títulos, Schumi mais uma vez se utilizou de um bom trabalho em equipe e de sua conhecida perícia no molhado para derrotar Mika Hakkinen. Após uma batalha épica na classificação, o finlandês largou melhor que o alemão e lhe roubou a liderança, mas Schumacher sempre se manteve logo atrás do rival. Quando uma pequena garoa começou a cair em Suzuka na segunda metade da prova, ele acelerou tudo, adiou sua parada no box e retornou à frente de Mika para celebrar seu tricampeonato e quebrar o jejum ferrarista após quatro anos de tentativas frustradas.
Saindo de sétimo, Schumacher não parecia ter ritmo para lutar pela vitória em Indy. Mas com uma ótima largada e uma forte chuva no meio da prova, ele não desperdiçou a chance de se aproximar do hexacampeonato enquanto seu maior rival na luta pelo título, Kimi Raikkonen, tinha problemas de ritmo com o pneu de chuva da Michelin. A vitória se provou crucial para a conquista do título do alemão, que saiu dos EUA com nove pontos de frente e foi campeão ao fim do GP seguinte com apenas dois pontos de vantagem sobre Kimi.
Esta foi uma das corridas que definiram Schumacher como o ‘Rei da Chuva’ de sua época. Vendo as duas Williams na primeira fila saindo de pneus slicks no molhado, Schumi já na largada assumiu o primeiro posto e na primeira volta abriu 4s frente para o resto na traiçoeira pista monegasca. Na quinta volta ele já tinha 22 segundos de vantagem. A folga só aumentou durante o GP, e apesar de uma saída de pista na Sainte Devote no meio da prova, ele finalizou a corrida 53s306 à frente do segundo - Rubens Barrichello andando com a Stewart.
“Este cara é deprimente. Além de ser o melhor nº 1, também é o melhor nº 2”. A frase foi dita por Eddie Irvine, logo após sua vitória na Malásia em 1999. Pole position, Schumacher deixou seu parceiro passar logo no início da prova e segurou as McLarens para que Eddie abrisse na frente. No entanto, sem ser suficientemente veloz, Irvine saiu após sua última parada atrás de Schumacher. Schumi o deixou passar de novo, para que Eddie voltasse à liderança do mundial antes da última prova no Japão, onde perdeu o título para Mika Hakkinen (exausto na foto após não ter conseguido passar o alemão durante toda a prova).
A primeira vitória de Schumacher na Ferrari mostrou o que estava por vir. Sob chuva torrencial, ele largou mal, mas – como em um vídeo game – foi passando seus adversários facilmente até chegar à liderança apenas na volta 13. Tranquilo, ele abriu mais 45s nas 42 voltas restantes, mesmo com dois dos dez cilindros de seu motor Ferrari quebrando durante a prova.
Saindo de 16º no grid de largada, a chuva veio mais uma vez para ajudar Schumacher a se destacar frente aos rivais. Se recuperando nas primeiras voltas, ele esperou uma garoa iniciar e Damon Hill ir aos boxes para liderar já na volta 16. Com pneus de chuva, Hill passou Schumacher após uma briga intensa que durou uma volta. Mas a chuva, amiga do alemão, foi embora. Ele passou Hill de novo, que teve que trocar mais uma vez para slicks. Voltas depois, a chuva voltou de vez, e todos tiveram que ir aos pits novamente pelos pneus de chuva, confirmando assim o triunfo de Schumacher.
Que Schumacher sobrava na chuva, nós já vimos. Mas e com um carro aquém, sem chuva e com uma estratégia de uma parada a mais era possível brilhar? Sim, era. E aconteceu em Budapeste em 1998. Em uma pista difícil de passar, sua única chance para bater as velozes McLarens era sendo perfeito e ousando na estratégia. Ele fez três paradas frente às duas de Hakkinen e David Coulthard, fez um terceiro stint visceral (no qual chegou a sair da pista) e retornou de seu último pit stop à frente de ambos. O dia ainda melhorou para o alemão quando Hakkinen sofreu com problemas de estabilidade e caiu para sexto, com sua diferença no mundial diminuindo de 16 para sete pontos.