Alonso admite arrependimento ao ter falado "motor de GP2" para Honda em 2015
Fernando Alonso admite que talvez tenha errado em chamar a unidade de potência da Honda de 2015 "Motor de GP2", mas afirma que a situação deixaria qualquer piloto extremamente frustrado

A segunda passagem de Fernando Alonso pela McLaren na Fórmula 1 não foi das mais tranquilas. Alonso teve muitos problemas com o carro e, principalmente, com a unidade de potência fornecida pela Honda. Nos três anos em que correu com a dupla McLaren-Honda, teve um mediano (2016) e dois ruins (2015 e 2017). A temporada de 2015 ficou marcada por um comentário do espanhol no GP do Japão, em Suzuka, casa da Honda, onde falou que o motor de sua McLaren era "vergonhoso" e "um motor de GP2".
"Parece um GP2. É vergonhoso. Muito vergonhoso", falou Alonso no rádio para o engenheiro na ocasião, enquanto era ultrapassado pela Sauber de Marcus Ericsson. 2015 era o primeiro ano do retorno da Honda à F1 e a empresa sofreu com diferentes tipos de problemas ao longo do ano, enquanto forneciam motores apenas para a McLaren.
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"Veio de um lugar de frustração e talvez eu não deveria ter dito isso, mas eu não falei isso nas entrevistas para televisão ou na coletiva de imprensa", defendeu Alonso em entrevista à revista F1 Racing sobre essa mensagem. "Eu estava falando com meu engenheiro em uma conversa privada [mas que acabou sendo transmitida]. Não era para ser público. Mas o motor era muito ruim".
O relacionamento da Honda com a McLaren chegou ao fim em 2017, quando a equipe decidiu trocar a empresa japonesa pelos motores Renault, após terminar, respectivamente, em nono, sexto e nono nos construtores nos três anos da parceria. A Honda passou a fornecer motores para a Toro Rosso em 2018 antes de fechar um acordo com a Red Bull em 2019, chegando a conseguir três vitórias com Max Verstappen.
Enquanto alguns ainda criticam Alonso pelos comentários de 2015, já que a Honda voltou a vencer corridas, o bicampeão defende que qualquer piloto em sua situação teria feito o mesmo tipo de comentário sobre o motor. E ele insiste que está "muito feliz" em ver a Honda vencendo novamente.
"No primeiro ano [2015] em Jerez [nos testes de pré-temporada], nós fizemos sete voltas em quatro dias, adicionou Alonso. "Agora a Honda vence uma corrida e eu recebo várias mensagens falando: "O motor de GP2 está vencendo agora, deve ser um dia triste para você".
"Eu estou muito feliz, mas o motor que eu tinha no meu carro não é o mesmo que ganhou no Brasil. Se um piloto de ponta passar pelo que eu passei, eu não consigo imaginar o que ele diria. Em 2015 eu estava sempre lutando para passar do Q1 e tinha 575 posições de penalização para cumprir", concluiu.
GALERIA: Relembre como foi o 2019 de Alonso no automobilismo
Vitória nas 24H de Daytona (IMSA)

Foto de: Art Fleischmann
Vitória nas 24H de Daytona (IMSA)

Foto de: Richard Dole / Motorsport Images
Vitória nas 24H de Daytona (IMSA)

Foto de: Richard Dole / Motorsport Images
Vitória nas 24H de Daytona (IMSA)

Foto de: Art Fleischmann
Em seu terceiro e último turno, Alonso assumiu o volante na segunda posição e se aproveitou de um erro de Felipe Nasr para retomar a ponta e cruzar a bandeirada em primeiro.
Vitória nas 24H de Daytona (IMSA)

Foto de: Richard Dole / Motorsport Images
Foi a primeira vitória do Príncipe das Astúrias em Daytona. Em 2018 ele havia abandonado a corrida com problemas mecânicos depois de largar na 13ª posição.
Testes com McLaren no Bahrein

Foto de: Jerry Andre / Motorsport Images
Testes com McLaren no Bahrein

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Em abril, Alonso assumiu o volante do carro da equipe de Woking e apoiou o time nos testes de pneus da Pirelli
Testes com McLaren no Bahrein

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
O espanhol deu 64 voltas no primeiro dia de treinos e mais 69 no segundo, acumulando quilometragem e ajudando a equipe a compreender melhor a próxima geração de pneus da marca italiana.
Testes com McLaren no Bahrein

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Testes com McLaren no Bahrein

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Depois da experiência, o espanhol afirmou que se considerava o melhor piloto do mundo.
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 1000 milhas de Sebring

Foto de: Alexander Trienitz
Em 2018 os pilotos do carro #8 da Toyota, Fernando Alonso, Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi já haviam conquistado vitórias em Spa e Le Mans, além de dois segundos lugares, no Japão e na China. Em Sebring, largaram na pole.
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 1000 milhas de Sebring

Foto de: Alexander Trienitz
E os pilotos do carro #8 não deram margem aos rivais e venceram a corrida em Sebring, em março.
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 6H de Spa

Foto de: JEP / Motorsport Images
Na corrida seguinte, o trio de Alonso, Buemi e Nakagima voltou a vencer, desta vez nas 6 Horas de Spa.
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 6H de Spa

Foto de: Paul Foster
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 6H de Spa

Foto de: JEP / Motorsport Images
Poucos dias antes da vitória, Alonso e Toyota confirmaram que o piloto deixaria a equipe após o término da temporada.
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 24H de Le Mans

Foto de: JEP / Motorsport Images
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 24H de Le Mans

Foto de: Marc Fleury
Por já ter vencido a prova em 2018, Alonso afirmou que a prioridade seria garantir o título ao invés de brigar pela vitória.
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 24H de Le Mans

Foto de: Jose Mario Dias
Depois de partir da segunda posição, o trio formado por Alonso, Buemi e Nakajima conseguiu superar os rivais da Toyota nas últimas horas da prova para garantir a segunda vitória consecutiva na lendária prova.
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 24H de Le Mans

Foto de: Jose Mario Dias
Campeão mundial do WEC - Vitória nas 24H de Le Mans

Foto de: Jose Mario Dias
Com duas vitórias em cada uma das provas lendárias da Eurpa, Alonso precisa 'apenas' de uma vitória na Indy500 para se tornar o segundo piloto na história a conquistar a tríplice coroa, feito alcançado apenas por Graham Hill entre 1963 e 1972.
Indy500 - Segunda tentativa frustrada

Foto de: Phillip Abbott / Motorsport Images
Em 2017, Fernando Alonso chegou a liderar as 500 milhas de Indianápolis, mas su motor Honda falhou e ele abandonou a prova. Mesmo assim, ele foi premiado como melhor novato da corrida.
Indy500 - Segunda tentativa frustrada

Foto de: Geoffrey M. Miller / Motorsport Images
Em sua segunda tentativa, a McLaren fez uma parceria com a Carlin e construiu um carro exclusivamente para que Alonso competisse na prova.
Indy500 - Segunda tentativa frustrada

Foto de: McLaren
No entanto, após um acidente nos treinos livres em Indianápolis, a equipe teve problemas de logística e não conseguiu entregar um novo volante a tempo para o espanhol e acumulou diversos problemas.
Indy500 - Segunda tentativa frustrada

Foto de: Geoffrey M. Miller / Motorsport Images
Somando-se às falhas da McLaren, Alonso não foi rápido o suficiente para se classificar entre os 30 melhores que garantiram acesso direto à corrida e precisou disputar uma espécie de repescagem, na qual também saiu derrotado, o que resultou na não participação do espanhol na corrida.
Indy500 - Segunda tentativa frustrada

Foto de: Michael L. Levitt LAT Photo USA
Após o fracasso de piloto e equipe, Gil de Ferran, diretor esportivo da McLaren, pediu desculpas ao espanhol pelas trapalhadas da equipe em Indianápolis.
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota Racing
Mas 2019 não se resumiu à corridas no asfalto. Alonso começou em março uma série de testes com a Toyota, de olho em uma participação no Rally Dakar de 2020.
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota Racing
A primeira experiência do espanhol foi na África do Sul, onde começou sua preparação.
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota Racing
Após a primeira experiência, Alonso disse ter gostado de pilotar um carro de rali.
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota Racing
Apoiado pela fabricante japonesa, Alonso afirmou que todas as experiências fora da F1 eram mais do que apenas diversão.
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota Racing
Depois das primeiras impressões positivas de Alonso, a Toyota elaborou um plano de testes e competições para o espanhol se preparar para Dakar.
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota Racing
Um momento de grande 'tensão' para o espanhol foi sua experiência com as dunas do Namíbia, onde disse ter ficado chocado com o tamanho do desafio.
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota Racing
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota
Em seguida, a dupla Alonso-Coma participou do Rally do Marrocos. No primeiro dia, o Toyota dos espanhóis sofreu com furos nos pneus e ficou para trás. Na sequência, entraram no top-10, mas o terceiro dia foi o pior, com a dupla precisando abandonar.
Preparação para o Dakar: Testes, competições e primeiro pódio

Foto de: Toyota Racing
No último evento de preparação antes do Dakar, na Arábia Saudita, Alonso e Comas chegaram ao pódio pela primeira vez, comum terceiro lugar no rally Al Ula-Neom. A evolução do espanhol surpreendeu o experiente time da Toyota, que ficou empolgada para a lendária prova.
Fernando Alonso, Toyota Corolla Súper TC2000

Foto de: Toyota Racing
Dias depois de chegar em terceiro na Arábia Saudita, Alonso participou de evento promocional da Toyota na Argentina, onde a marca japonesa oficializou sua participação na Stock Car 2020.
Fernando Alonso, Matias Rossi, Toyota Corolla Súper TC2000

Foto de: Toyota Racing
Alonso guiou o carro da Toyota do Super TC 2000, competição argentina similar à Stock Car. Uma das celebridades a dar voltas ao lado do espanhol, foi Matías Rossi, astro da categoria que estará na Stock Car em 2020.
Fernando Alonso, Toyota Corolla Súper TC2000

Foto de: Toyota Racing
Fernando Alonso, Toyota Corolla Súper TC2000

Foto de: Toyota Racing
Em entrevista ao Motorsport.com, Alonso disse que não descarta participar de corridas da Stock Car no futuro, apontando conhecer a categoria através de Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet.
Fernando Alonso, Toyota Corolla Súper TC2000

Foto de: Federico Faturos
Na esteira da declaração de Alonso, o chefe da Stock Car, Carlos Col, afirmou que a categoria tem interesse em trazer o espanhol para a corrida de duplas, que voltará a fazer parte do calendário da categoria em 2020.

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Sobre esta matéria
Categoria | Fórmula 1 |
Pilotos | Fernando Alonso |
Equipes | McLaren |
Autor | Pablo Elizalde |