Alonso diz que Hamilton não teria vida agitada fora das pistas se tivesse “carro normal” na F1
Espanhol que terminou sua participação no Dakar 2020 também disse que deixará segundo semestre apenas para se preparar para 2021
Desde que saiu da Fórmula 1 no final de 2018, o nome de Fernando Alonso sempre é ligado a um retorno à categoria, principalmente em 2021, quando o campeonato terá um novo carro e uma série de mudanças nas regras esportivas e técnicas.
Mas enquanto isso não é definido, o espanhol sempre é questionado pela imprensa sobre suas opiniões a respeito da maior categoria do automobilismo mundial. E o 'príncipe das Astúrias' raramente mede suas palavras.
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Durante o Dakar 2020, competição em que estreou no início deste ano, o jornal italiano Gazzetta dello Sport indagou Alonso sobre o estilo de vida dos maiores detentores de títulos da F1, Michael Schumacher e Lewis Hamilton.
“Cada um tem sua personalidade. Ambos dominaram por causa dos carros, o que lhes permitiu fazer o que queriam fora da F1. Michael tinha mais disciplina e preparação, estava mais interessado na dinâmica da equipe", disse Alonso. Relembre todos os carros do espanhol na F1:
“Lewis tem uma personalidade e um estilo de vida diferentes que não seriam adequados se tivesse um carro normal. Seus chefes não ficariam nada felizes", afirmou Alonso, remetendo-se à participação de Hamilton em festas e eventos.
Em seguida, Alonso também falou sobre sua possível volta ao campeonato de elite do esporte a motor, que deve ser definida apenas após outro desafio no radar do bicampeão de F1: as 500 Milhas de Indianápolis.
“Houve duas ou três situações com algumas conversas envolvendo certas equipes. Tínhamos contatos, mas não era o momento certo. O que sinto falta da F1 é o trabalho com engenheiros e a otimização nas corridas, mas não viagens, corridas seguidas e uma equipe dominando".
"Neste ano, não quero agendar nada depois de Indianápolis, mas vou pensar adequadamente para 2021. Não sou velho para voltar, mas gostaria de refletir se quero voltar à F1 por mais alguns anos", completou.
Relembre como foi o ano de 2019 de Fernando Alonso, o primeiro totalmente fora da F1
Em seu terceiro e último turno, Alonso assumiu o volante na segunda posição e se aproveitou de um erro de Felipe Nasr para retomar a ponta e cruzar a bandeirada em primeiro.
Foi a primeira vitória do Príncipe das Astúrias em Daytona. Em 2018 ele havia abandonado a corrida com problemas mecânicos depois de largar na 13ª posição.
Em abril, Alonso assumiu o volante do carro da equipe de Woking e apoiou o time nos testes de pneus da Pirelli
O espanhol deu 64 voltas no primeiro dia de treinos e mais 69 no segundo, acumulando quilometragem e ajudando a equipe a compreender melhor a próxima geração de pneus da marca italiana.
Depois da experiência, o espanhol afirmou que se considerava o melhor piloto do mundo.
Em 2018 os pilotos do carro #8 da Toyota, Fernando Alonso, Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi já haviam conquistado vitórias em Spa e Le Mans, além de dois segundos lugares, no Japão e na China. Em Sebring, largaram na pole.
E os pilotos do carro #8 não deram margem aos rivais e venceram a corrida em Sebring, em março.
Na corrida seguinte, o trio de Alonso, Buemi e Nakagima voltou a vencer, desta vez nas 6 Horas de Spa.
Poucos dias antes da vitória, Alonso e Toyota confirmaram que o piloto deixaria a equipe após o término da temporada.
Por já ter vencido a prova em 2018, Alonso afirmou que a prioridade seria garantir o título ao invés de brigar pela vitória.
Depois de partir da segunda posição, o trio formado por Alonso, Buemi e Nakajima conseguiu superar os rivais da Toyota nas últimas horas da prova para garantir a segunda vitória consecutiva na lendária prova.
Com duas vitórias em cada uma das provas lendárias da Eurpa, Alonso precisa 'apenas' de uma vitória na Indy500 para se tornar o segundo piloto na história a conquistar a tríplice coroa, feito alcançado apenas por Graham Hill entre 1963 e 1972.
Em 2017, Fernando Alonso chegou a liderar as 500 milhas de Indianápolis, mas su motor Honda falhou e ele abandonou a prova. Mesmo assim, ele foi premiado como melhor novato da corrida.
Em sua segunda tentativa, a McLaren fez uma parceria com a Carlin e construiu um carro exclusivamente para que Alonso competisse na prova.
No entanto, após um acidente nos treinos livres em Indianápolis, a equipe teve problemas de logística e não conseguiu entregar um novo volante a tempo para o espanhol e acumulou diversos problemas.
Somando-se às falhas da McLaren, Alonso não foi rápido o suficiente para se classificar entre os 30 melhores que garantiram acesso direto à corrida e precisou disputar uma espécie de repescagem, na qual também saiu derrotado, o que resultou na não participação do espanhol na corrida.
Após o fracasso de piloto e equipe, Gil de Ferran, diretor esportivo da McLaren, pediu desculpas ao espanhol pelas trapalhadas da equipe em Indianápolis.
Mas 2019 não se resumiu à corridas no asfalto. Alonso começou em março uma série de testes com a Toyota, de olho em uma participação no Rally Dakar de 2020.
A primeira experiência do espanhol foi na África do Sul, onde começou sua preparação.
Após a primeira experiência, Alonso disse ter gostado de pilotar um carro de rali.
Apoiado pela fabricante japonesa, Alonso afirmou que todas as experiências fora da F1 eram mais do que apenas diversão.
Depois das primeiras impressões positivas de Alonso, a Toyota elaborou um plano de testes e competições para o espanhol se preparar para Dakar.
Um momento de grande 'tensão' para o espanhol foi sua experiência com as dunas do Namíbia, onde disse ter ficado chocado com o tamanho do desafio.
Em seguida, a dupla Alonso-Coma participou do Rally do Marrocos. No primeiro dia, o Toyota dos espanhóis sofreu com furos nos pneus e ficou para trás. Na sequência, entraram no top-10, mas o terceiro dia foi o pior, com a dupla precisando abandonar.
No último evento de preparação antes do Dakar, na Arábia Saudita, Alonso e Comas chegaram ao pódio pela primeira vez, comum terceiro lugar no rally Al Ula-Neom. A evolução do espanhol surpreendeu o experiente time da Toyota, que ficou empolgada para a lendária prova.
Dias depois de chegar em terceiro na Arábia Saudita, Alonso participou de evento promocional da Toyota na Argentina, onde a marca japonesa oficializou sua participação na Stock Car 2020.
Alonso guiou o carro da Toyota do Super TC 2000, competição argentina similar à Stock Car. Uma das celebridades a dar voltas ao lado do espanhol, foi Matías Rossi, astro da categoria que estará na Stock Car em 2020.
Em entrevista ao Motorsport.com, Alonso disse que não descarta participar de corridas da Stock Car no futuro, apontando conhecer a categoria através de Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet.
Na esteira da declaração de Alonso, o chefe da Stock Car, Carlos Col, afirmou que a categoria tem interesse em trazer o espanhol para a corrida de duplas, que voltará a fazer parte do calendário da categoria em 2020.
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