ANÁLISE F1: Por que Pérez passou de 'brilhante' para 'decepcionante' em 2022?
Depois de conseguir uma extensão de contrato de dois anos com Red Bull, mexicano parecia ter quebrado maldição do segundo assento, mas recentes performances são decepcionantes
A vida de uma equipe de Fórmula 1 seria um pouco mais fácil se seus pilotos não tivessem preferências irritantes e personalidades próprias no cockpit. A consistência total para ajustar perfeitamente ao dados é o ideal. Mas geralmente não é a realidade.
A Williams foi um pouco 'sortuda' em Monza em relação às circunstâncias. A equipe atribuiu uma pequena parte da grande estreia de Nyck de Vries no GP da Itália à necessidades de pequenos ajustes de configuração em comparação com o titular do assento, Alex Albon.
O anglo-tailandês, por sua vez, tem um estilo de pilotagem muito similar ao de seu companheiro de equipe, Nicholas Latifi. Isso significou um bom entendimento básico para ajudar o campeão da Fórmula E, de Vries, para subir no carro e acelerar de forma cômoda.
A medida que a temporada de 2022 avança, fica mais claro que a Red Bull enfrenta o cenário oposto e que há uma grande divisão entre o que os pilotos querem e o que podem trabalhar. Max Verstappen não se importa com o que o eixo traseiro do seu RB18 faz. Ele pode lidar com qualquer coisa que treme e move, desde que a extremidade dianteira esteja afiada e a subviragem não exista.
Por isso, Sergio Pérez disfrutou de um bom rendimento na primeira parte do ano, superando o atual campeão de Mônaco, ganhando no principado e logo batendo o holandês novamente no sábado e em Baku. Embora tenha durado muito pouco, houve certas conversas de que Pérez poderia terminar a frente de Verstappen no campeoanto.
Embora isso beirasse a hipérbole, pelo menos parecia funcionar para acabar com a maldição que parecia pairar sobre o segundo assento da Red Bull. Em Milton Keynes também estavam convencidos, já que presentearam Pérez com uma extensão de contrato de dois anos.
No entanto, três meses depois, o panorama é diferente. Mesmo lutando com o problemático W13 da Mercedes durante boa parte da temporada, o bom trabalho feito por George Russell parece ser suficiente para empurrar Pérez do terceiro lugar na classificação. Enquanto Carlos Sainz e Lewis Hamilton não estão muito longe de um piloto que tem o carro mais rápido da F1 a sua disposição.
O RB18 foi nitidamente rápido desde o início do ano, mas levava um pouco de sobrepeso e no alcançava o novo limite mínimo para 2022 de 798kg. Como resultado, cada grama que levava sobre o mais leve F1-75 da Ferrari contribuía para uma maior porcentagem do seu peso total na classificação e ao fim de um GP, quando os tanques de combustível estavam quase vazios e os carros estavam mais leves. Assim Charles Leclerc conseguiu quatro pole positions seguidas entre Miami e Azerbaijão.
Mas, com um problema evidente a ser resolvido, a Red Bull está ocupada colocando o carro em uma 'dieta'. Agora, entende-se que o RB18 está abaixo do limite de peso. Além do benefício óbvio de extrair um pouco mais de ritmo, significa que o carro é mais personalizável. Para cumprir com o limite de peso mínimo, tem que adicionar mais massa ao chassi. A Red Bull pode escolher onde coloca-la dessa vez. Isso favorece totalmente a Verstappen, já que o foco muda para o nariz.
Por outro lado, o caminho de desenvolvimento prejudicou Pérez. Em comparação com seu companheiro de equipe, ele é muito mais paciente em esperar que a dianteira responda à direção e fica menos confortável quando o carro está muito afiado.
Depois de se classificar nove décimos mais lento que Verstappen e apesar de sair cinco posições acima de Sainz e seis de Hamilton, Pérez terminou atrás de ambos, em sexto lugar em Monza.
Pérez tem um histórico de lutas para se adaptar a isso. Em uma tentativa de reduzir a desvantagem em relação a Verstappen na temporada passada, em seu primeiro ano como companheiros de equipe, o mexicano concentrou em se sentir confortável no carro, reduzindo o foco na parte dianteira.
Mas essas concessões o levaram ainda mais longe do ritmo. Mais tarde, aceitou que teria que domar a máquina nervosa para se manter a uma distância lógica e começou a imitar mais de perto a configuração de Verstappen.
No entanto, Pérez voltou a ficar aquém novamente. A métrica dos "super tempos" revelam o tempo de volta mais rápido marcado por cada piloto durante um fim de semana. Pérez foi 0.354 segundos mais lento que Verstappen em Mônaco, mas 0.278s mais rápido que seu companheiro no Azerbaijão.
Compare isso com as três corridas depois das férias de verão e o mexicano está agora a uma média de 1.039s atrás. Em Zandvoort, ele foi apenas o sexto piloto mais rápido. Isso é difícil de achar desculpas.
Há necessidade de debater se Pérez está em uma má fase e por não estar executando cada fim de semana de corrida como em Mônaco e Azerbaijão. Por outro lado, ele pode estar enfrentando uma limitação natural que surgiu a partir da evolução do carro, mas continua com o mesmo nível do início do ano. De qualquer forma, está conseguindo o tipo de resultado entre os dez primeiros que fizeram com que Albon, Pierre Gasly e Daniil Kvyat fosse rebaixados.
Perez não conseguiu fazer o mesmo progresso que Sainz ou Hamilton após penalidades no grid em Monza
Photo by: Red Bull Content Pool
Nas últimas quatro corridas de Pérez, nas quais o RB18 foi ajustado, suas posições finais foram quinto, segundo, quinto e sexto. É certo que em Monza ele teve que cumprir uma penalização de dez posições no grid por trocar o quarto motor de combustão interna.
No entanto, depois de classificar (nunca foi um ponto forte para Pérez durante seus 12 anos na F1) nove décimos mais lento que Verstappen e apesar de sair cinco lugares acima de Sainz e seis acima de Hamilton, Pérez terminou atrás de ambos, em sexto lugar. Isso não é bom o suficiente, embora sua corrida não tenha sido totalmente limpa depois de um pit stop inicial e problemas no freios subsequentes.
Seja como for, consideremos que Verstappez rodou e ainda sim ganhou na Hungria, depois início em 13º e venceu na Bélgica, além de subir de sétimo para terceiro em um instante antes de vencer também na Itália. A caminho de um segundo título, que pode acontecer matematicamente em Singapura, Verstappen está claramente em forma. Mas Pérez está lutando mais do que nunca para estar a altura do seu companheiro de equipe.
O chefe da equipe, Christian Horner, elogiou com firmeza seu piloto durante todo o ano, em vez de sair em sua defesa. Contudo, nas 12 ocasiões em que a dupla cruzou a linha de chegada nesta temporada, Pérez ficou em média 11 segundos atrás de Verstappen, incluindo os danos no carro do holandês em Silverstone e os safety cars de última hora que diminuíram a distância.
Embora seja claro que operar com um piloto número um e outro piloto número dois tem suas vantagens, no momento parece correto perguntar se Pérez está cumprindo algum dos dois papéis.
Perez tem lutado desde as férias de verão e um abismo parece estar se abrindo para Verstappen - ele pode conter a queda?
Photo by: Red Bull Content Pool
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