Análise técnica: as armas da Ferrari para chegar na Mercedes
Giorgio Piola e Matt Somerfield analisam as mudanças técnicas de Ferrari, Williams e Red Bull no GP da Rússia
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
Ferrari
A Ferrari continua a perseguir a Mercedes, tentando de tudo através de atualizações aerodinâmicas e da unidade de potência antes do previsto.
A equipe italiana já fez ganhos significativos através de alterações feitas em seu motor, mas na Rússia implementou mais três tokens de desenvolvimento centrados na parte de combustão.
A asa dianteira pretende aumentar a pressão aerodinâmica dentro de seu conceito, com numerosas alterações feitas para melhorar o desempenho do pacote.
Os flaps na base tiveram seus comprimentos alterados, não só para permitir a abertura de um espaço para uma aba superior muito mais alta, mas também para afetar a formação do vórtice Y250.
As serrilhas utilizadas na ponta do penúltimo flap foram removidas na nova especificação, com o formato do vórtice Y250 já mudado.
Enquanto isso, um detalhe colocado na lateral foi retirado, afetando a forma como o fluxo de ar passa sobre e em torno da superfície do pneu.
O flap secundário agora tem outra posição na seção exterior, que permanece sem pintura (destacado em verde), formando um aumento do ângulo de ataque. Enquanto isso, as asas abaixo (destacadas em azul claro) foram aumentadas em número bastante grande - o que pode ser visto abaixo.
O dano feito ao SF16-H de Sebastian Vettel no início da corrida levou a essa imagem a ser capturada, nos dando um raro insight da parte inferior da asa dianteira de um carro de Fórmula 1.
Mudanças também foram feitas nos tambores de freio dianteiros do SF16-H, que não só tem impacto direto no calor do interior do tambor, mas também no calor irradiado para a roda e, em seguida, para o pneu. Isso tem um efeito significativo no desempenho do carro ao longo de uma corrida.
O tambor usado na Rússia não é novo, mas mostra o uso do calor de modo a melhorar o desempenho dos freios e pneus.
Williams
A Williams correu com um novo projeto de asa e bico para o GP do Bahrein na esperança de proporcionar uma melhora no desempenho.
No entanto, o desenvolvimento foi bastante antecipado, com apenas uma peça sendo feita a tempo para o GP, usada por Felipe Massa.
Para o GP da China, as novas peças foram testadas por Valtteri Bottas, mas, como a equipe conduziu testes seguidos no carro de Massa durante os treinos livres, que sofreu danos, nenhum dos pilotos pôde usar as atualizações.
Para a Rússia, o bico e a asa foram disponibilizados para os dois pilotos e foram usadas pela primeira vez. Só duas peças estavam disponíveis, ou seja se algum dos pilotos se acidentasse, teriam de voltar para a outra especificação.
Por enquanto, é difícil discernir uma correlação direta no desempenho da Williams. No entanto, é seguro dizer que houve um avanço.
A animação 3D atravessa as mudanças que a Williams fez no bico do FW38 e na asa dianteira. Vamos detalhar:
A animação 3D atravessa as mudanças que a Williams fez no bico do FW38 e na asa dianteira. Vamos detalhar:
A ponta do bico no estilo polegar é cerca de 50 milímetros mais curta que sua antecessora, alterando a altura de inclinação do bico para trás e mudando a forma como o ar flui em torno dele.
Mais importante, porém, isso tem um efeito diferente sobre a seção do meio da asa - algo que todos, incluindo a Williams, estão querendo aproveitar para atender seus próprios objetivos.
A asa dianteira tem várias mudanças-chave, começando com a cascata em ‘r’, que agora tem uma fenda na ponta para melhorar a eficiência da asa (veja a caixa na especificação anterior).
A zona neutra da conjuntura da asa com a seção nova também foi alterada, mudando a forma de como o vórtice é formado.
As abas superiores também foram alteradas em sua ponta, para criar um funil ao invés de apenas uma ponta. As mudanças podem ser notadas a partir da antiga especificação de asa na inserção.
Embora a asa seja claramente capaz de passar no teste de deflexão da FIA, tendo já corrido inclusive, a Williams está ansiosa para confirmar que a asa está representando um ganho como o previsto.
Por isso, a equipe colocou adesivos quadriculados na placa final do bico e nas aletas da cascata 'r', enquanto uma câmera de alta velocidade montada na asa monitorava a deflexão vertical e horizontal da asa sob carga aerodinâmica.
Um novo conjunto de bargeboards pôde ser visto no FW38 também, fazendo parte da mudança no fluxo de ar proporcionada pela introdução de um novo bico e asa dianteira.
Os novos bargeboards apresentam flaps que terminam numa ponta em vez de uma curvatura simples.
Cada seção de trás foi moldada para acomodar o bico.
Red Bull
A Red Bull continuou a avaliar a asa dianteira serrilhada testada pela primeira vez na China, sabendo que a mudança pode proporcionar uma melhoria direta, mas vai exigir mudanças para maximizar o desempenho geral do carro.
Na Rússia, a equipe montou no carro de Kvyat sondas por trás da asa dianteira (acima) para entender melhor como o fluxo de ar se desloca pelas estruturas aerodinâmicas circundantes.
Na parte traseira do carro, as placas terminais das asas traseiras foram tratadas com várias chapas novas, melhorando o desempenho de outras estruturas de fluxo de ar ao redor.
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