De acordo com Chase Carey, CEO da Liberty Media - empresa detentora dos direitos da Fórmula 1, Lewis Hamilton é um "herói inigualável" que a Fórmula 1 deverá substituir por uma geração "novos heróis". Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) fez coro ao colega e afirmou que a chegada de novos talentos como Max Verstappen e Charles Leclerc faz bem à F1.
O hexacampeão mundial Hamilton está entrando em seu último ano de seu contrato com a Mercedes e, embora ele deva permanecer na F1 além de 2021, acredita-se que o próximo acordo será seu último.
Hamilton terá a chance de se tornar o piloto de maior sucesso na história da F1, tanto em termos de títulos e vitórias, quanto de se estabelecer como ativo mais rentável do esporte, com um perfil global que supera seus concorrentes.
Questionados pelo Motorsport.com sobre a lacuna que a F1 precisará preencher quando Hamilton se aposentar, Carey e Todt elogiaram as conquistas do britânico, mas disseram que a qualidade dos jovens que estão chegando ao esporte garante que o futuro da F1 será brilhante.
"Primeiramente, espero que Lewis pilote para sempre", disse Carey. "Ele é obviamente um campeão incrível. Seu sucesso fala por ele e por nosso esporte, construído sobre heróis. Ele é um herói inigualável na F1. Novamente, esperamos que ele corra para sempre. Provavelmente não vá, mas acho que ele ainda tem alguns desafios pela frente e gostaríamos de vê-lo enfrentar esses obstáculos".
Pódio do GP do Brasil foi o mais jovem da história
Photo by: Motorsport Images
Todt apontou que os jovens estabelecidos Max Verstappen e Charles Leclerc, que já ganharam corridas, e o surgimento de novatos talentosos como Lando Norris, George Russell e Pierre Gasly evidencia de que a F1 pode ter novos astros quando Hamilton deixar as pistas.
"É fantástico ter alguém com a personalidade e o talento de Lewis", disse Todt. "Mas é parte da história do automobilismo. A cada década você tem alguns talentos especiais. Antes de Lewis, você tinha Michael Schumacher".
"No passado, começamos com Juan Manuel Fangio, Jim Clark e Jackie Stewart. Sempre existiram alguns talentos incríveis e, um dia, Lewis vai se aposentar e novos talentos serão confirmados".
"Verstappen, Leclerc, e outros novatos - o carro os ajudará, mas pilotos como Norris, Russell e Gasly, são pilotos muito talentosos. Haverá um Lewis da nova geração".
No GP do Brasil deste ano, a Fórmula 1 viu um recorde ser quebrado: o de pódio mais jovem da história da categoria, formado por Verstappen, Gasly e Carlos Sainz Jr.
Carey concordou que a chegada de pilotos mais jovens ao grid da F1 representa "uma incrível variedade de jovens talentos".
"Não consigo imaginar um ano que tenha tido uma amplitude e profundidade mais emocionante de jovens pilotos que entraram no esporte", afirmou o mandatário. Temos um futuro incrível e emocionante para esses pilotos", disse ele. "Espero que eles tenham a chance de lutar com Lewis".
"Quando chegamos, havia GP2, Fórmula 3, GP3, tínhamos corridas fragmentadas, mal coordenadas, alimentando a Fórmula 1", destacou o CEO da Liberty Media. "Tentamos criar uma pirâmide mais apropriada. Queremos tentar fortalecer essa pirâmide e garantir que ela ofereça oportunidades para jovens pilotos emergirem, se tornarem campeões e continuarem competindo".
Hamilton segue perseguição ao recorde de Schumacher
O piloto britânico alcançou a marca de 83 vitórias na F1 com o triunfo no GP do México. A cada etapa do campeonato, o que parecia impossível ganha corpo: a quebra do recorde de Michael Schumacher. Faltam nove vitórias para Hamilton passar o alemão. Veja galeria exclusiva do Motorsport.com que mostra quem destronou quem ao longo dos anos:
O italiano venceu a primeira prova da história da Fórmula 1, em 13 de maio de 1950, no autódromo de Silverstone. Farina ainda encerraria aquela temporada como campeão, desbancando grande rival, Juan Manuel Fangio.
Fangio não permitiu que seu companheiro de equipe estabelecesse uma hegemonia na F1. Apesar de perder o título para Farina, o argentino terminou o ano empatado em vitórias - 3x3.
Os dois primeiros da foto, Fangio e Farina, alternaram-se como maiores vitoriosos até a metade da segunda temporada, quando estavam empatados em 4x4. A rivalidade se estendeu para os títulos dos dois primeiros anos: 1x1.
O italiano Ascari igualou marca estabelecida por Fangio, chegando a sua quinta vitória no GP da Inglaterra de 1952, depois disso, Ascari estabeleceria o primeiro reinado da F1.
Em 1953, Ascari chegou à marca de 13 vitórias, recorde que imperou na categoria por 21 corridas. Naquele ano, pilotando uma Ferrari, Ascari ainda se tornaria o primeiro bicampeão da história.
Juan Manuael Fangio igualou o recorde de Ascari no GP da Itália em 1954 e superou a marca no início do ano seguinte, em uma corrida em sua terra natal, a Argentina. Durante a corrida, o carro de Fangio quebrou e ele pegou o de seu companheiro, Luigi Musso, para vencer a corrida, algo permitido na época.
Em 1957, Fangio alcançou sua 24ª e última vitória na F1. Seu império só chegou ao fim 120 corridas e 13 anos depois.
O argentino foi destronado por um escocês voador. Jim Clark, em 1967, chegou às mesmas 24 vitórias no GP do México.
A África do Sul, em 1968, foi palco da vitória 25 de Clark, que o isolou à frente. O bicampeão morreria no mesmo ano, em Hockenheim.
O reinado Clark teve duração de 5 anos (68 GPs). Curiosamente, foi derrubado por um compatriota: Jackie Stewart.
Stewart, que conquistou o tricampeonato, igualou as 25 vitórias de Clark em Mônaco, em 1973, e o ultrapassou na Holanda.
O tempo de Stewart no trono durou impressionantes 14 anos, em um total de 218 GPs.
Em 1985, Niki Lauda e Alain Prost, os dois que mais se aproximavam de Stewart, terminaram o ano próximos do escocês. O austríaco fechou com 25 vitórias, empatado com Jim Clark. O francês tinha 21.
Foi apenas dois anos mais tarde (1987) que Prost igualou e passou Stewart. Em Spa, o então bicampeão chegou às 27 vitórias.
Em Estoril, alcançou a vitória 28, transformando-se no recordista. Prost só foi batido 229 corridas depois, totalizando 14 anos de reinado.
Neste mesmo GP de Portugal de 87, Nelson Piquet era o brasileiro mais bem colocado. Somava 20 triunfos na ocasião.
Durante a dinastia Prost, o maior rival do francês começava a conquistar seu próprio território: Ayrton Senna.
O brasileiro foi o segundo piloto a passar Stewart. Isso ocorreu em Interlagos, em 1991, na sua vitória de número 28.
Na ocasião, o ranking de vitórias tinha Prost com 44, Senna com 28 e Stewart com 27. Piquet acumulava 22 e Mansell 16.
O terceiro piloto a deixar Stewart para trás foi Mansell. O britânico conseguiu a vitória 28 diante da sua torcida, em Silverstone, 1992.
Meses mais tarde, ainda em 1992, um jovem promissor e que disputaria o Reinado das Pistas vencia sua primeira prova. Em Spa, Michael Schumacher terminou em primeiro.
A temporada 1993 foi a última de Prost no grid. E foi a chance que ele teve de ampliar a hegemonia que criou. Fechou sua marca com 51 vitórias, uma delas obtida em Hockenheim.
Aquele temporada terminou com Ayrton Senna somando 41 vitórias. Era o candidato mais provável a roubar o trono de Prost.
Infelizmente, o brasileiro não pôde quebrar o recorde do rival Prost. No dia 1º de maio, em Imola, faleceu após acidente na curva Tamburello.
Sem Prost e Senna, a Fórmula 1 via o início da construção do maior "Império" da categoria. Schumacher consolidava-se como o maior da sua geração.
A partir de 2000, Schumacher e Ferrari estabeleceram nova dinastia na categoria. O alemão igualou Prost em títulos e vitórias na mesma corrida.
A supremacia de Schumi aconteceu em Spa, no mesmo ano. O alemão alcançou o recorde de 52 vitórias na mesma pista que estreou e venceu pela primeira vez na carreira.
Após alcançar incríveis 7 títulos, Schumacher estabeleceu o novo "sarrafo" para as próximas gerações em 91 vitórias, marca considerada impossível de ser repetida.
Assim que Schumacher se aposentou, uma nova geração começou a ganhar força. Fernando Alonso foi aquele que interrompeu a hegemonia de títulos (2005 e 2006).
Lewis Hamilton estreou no grid em 2007. Brigou pelo título já no ano de estreia. Foi campeão na temporada seguinte.
Também em 2007, Sebastian Vettel fez sua primeira corrida, ainda pela BMW. No ano seguinte, estrearia como piloto regular pela Toro Rosso.
Alonso alcançou menos do que se esperava. Terminou a carreira no ano passado com 32 vitórias, uma a mais que Mansell, 9 a menos que Senna.
Vettel, pelos anos dominantes de Red Bull, parecia ser aquele que "caçaria" o compatriota Schumacher. Após o seu tetracampeonato, aos 26 anos, já tinha 39 vitórias.
Mas na Ferrari reduziu o ritmo. Somou mais 14 conquistas, chegando a 53 triunfos.
Enquanto Vettel sofre na Ferrari, Hamilton sobra na Mercedes. Antes de seguir para a escuderia alemã, o inglês já acumulava 21 vitórias.
Com a Mercedes, já foram quatro títulos, com mais 63 vitórias, totalizando 84.
O inglês está 7 vitórias atrás de Schumacher. Se conseguir manter a média de vitórias por ano, alcançará o alemão em 2020.
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2020 em foco:
Com o fim da temporada da Fórmula 1, fizemos um balanço do ano que está se encerrando e traçamos um panorama sobre o que está por vir em 2020. Confira esse e outros assuntos no episódio dessa semana do podcast do Motorsport.com:
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