Sainz: “Há 20 anos, o problema era a segurança, hoje é o espetáculo”
Espanhol da McLaren fez comentários sobre o que a Fórmula 1 precisa fazer para ser mais atrativa para fãs e pilotos
Piloto da McLaren, Carlos Sainz expressou sua opinião sobre o futuro da Fórmula 1 a partir de 2021. O espanhol enfatizou que a competitividade precisa ser aumentada, de forma similar ao que aconteceu na MotoGP, e diz ainda que não faz bem ao esporte que bons pilotos passem tanto tempo na categoria sem chances de vitória (confira quais nomes têm mais corridas sem triunfos na F1 em galeria especial no fim desta matéria).
O Motorsport.com questionou Sainz sobre sua sua opinião quanto ao futuro da F1, depois da reunião em Paris em que estiveram presentes os chefes de equipe, a Liberty Media, empresa que detém o controle da F1, e vários pilotos, inclusive representantes da GPDA (Associação de Pilotos de Grandes Prêmios, em inglês).
“Na GPDA estamos nos entendendo melhor, estamos mais unidos e vamos mais diretamente aos pontos em que podemos ter influência. Creio que os pilotos de F1 são os únicos capazes de sentir um carro desses e saber o que está acontecendo para dar informações para a FIA e para a Liberty Media a respeito do que fazer para melhorar as ultrapassagens e o espetáculo", disse Sainz.
“Obviamente a última palavra é deles, mas podemos dar um feedback e ajudá-los. Não sei por que não usaram essa ajuda no passado. Há 20 anos, o problema era a segurança, agora é o espetáculo. A GPDA se concentra naquilo que preocupa os pilotos para o futuro da categoria. Não é uma questão de criticar a F1, mas sim de buscar melhorar a modalidade para os pilotos do futuro e para que nós estejamos entre eles”, completou o espanhol.
O domínio da Mercedes na era dos motores híbridos diminuiu a emoção das corridas. Sainz considera “insustentável” que pilotos como Pérez e Hulkenberg não tenham vencido nenhuma prova das 164 e 165 que disputaram, respectivamente.
“Quando vemos pessoas como Marcus Ericsson indo para outras categorias e sendo rapidamente competitivos, ganhando corridas ou subindo ao pódio enquanto você está na Fórmula 1 sempre em sétimo... É algo que não me incomoda, porque esta é apenas a minha quinta temporada na F1, mas pense em Pérez ou Hulkenberg, que estão aqui há muitos anos. É insustentável”.
“Não é algo que um piloto esteja disposto a aguentar para sempre. É algo que precisa mudar o quanto antes e espero que isso aconteça em 2021”, ponderou Sainz, que já passou por Toro Rosso e Renault antes de ir para a McLaren.
Ele considera que um ponto chave para a F1 é aumentar a competitividade entre as equipes, o que foi realizado na MotoGP sob a liderança de Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna, empresa que controla a categoria. Apesar da comparação, o espanhol reconhece que a MotoGP e a F1 são muito diferentes.
“Conheço muito bem o Ezpeleta da MotoGP e conversamos muitas vezes sobre o que ele fez na categoria, sobre como lidaram com os fabricantes quando as regras começaram a apertá-los, e que agora estão mais contentes do que nunca porque seguem vencendo, mas com mais pessoas e mais competitividade".
"É um exemplo muito bom e é algo que eu gostaria de ver na F1 em breve. A Fórmula 1 é uma categoria muito diferente, porém espero que possamos convergir no futuro para algo mais dependente do piloto e não dependente da Mercedes”.
Os 25 pilotos com mais provas sem vitórias na F1:
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