Entenda por que Nelson Piquet é um dos campeões mais formidáveis da F1
Editor global do Motorsport.com, Charles Bradley esmiuça a carreira do tricampeão mundial de F1
O tricampeão Nelson Piquet foi uma das maiores estrelas da Fórmula 1 na década de 1980, enfrentando os rivais Alain Prost, Nigel Mansell e Ayrton Senna - e desfrutando de sua parcela de sucesso contra eles.
Depois de desistir de uma promissora carreira no tênis, Piquet ascendeu na trajetória em monopostos, seguindo o conselho de outro grande brasileiro, Emerson Fittipaldi. Daí em diante, foi para a Europa seguir seu sonho na F1.
Após batalhas duras na Fórmula 3 britânica contra Derek Warwick, Piquet fez suas primeiras provas na F1 com as máquinas de Ensign e McLaren em 1978, antes de encontrar uma equipe na Brabham em 1979. Veja os carros de 'Nelsão' na F1 abaixo:
Na Brabham - que era de propriedade de Bernie Ecclestone, de administração de Herbie Blash e tinha carros projetados por Gordon Murray - Piquet mostrou seu potencial, sua velocidade e sua capacidade inovadora em relação aos carros.
Piquet ficou logo atrás de Alan Jones e da Williams em 1980, mas foi o grande nome de 1981 para vencer seu primeiro campeonato mundial - derrotando o outro piloto de Williams, Carlos Reutemann. Relembre as vitórias do brasileiro na F1:
Depois de um ano desenvolvendo o motor turbo da BMW em 1982, Piquet venceu o título novamente em 1983, usando o BT52 da Brabham para derrotar Alain Prost da Renault em um final dramático da temporada.
Gordon Murray fala sobre Piquet
Murray disse que Piquet era “um piloto fantástico com muito talento natural. Foi um prazer e privilégio trabalhar ao lado dele. Ele fazia parte da família - e digo isso com convicção. Tínhamos uma família, era muito mais que uma equipe”.
“Foi paixão e dedicação naqueles tempos. Costumávamos trabalhar o modelo de túnel de vento na traseira do carro e ir até a Universidade de Southampton para fazer os testes. Nelson estava lá para cada minuto de desenvolvimento e aprendia tudo. Do ponto de vista da engenharia, tivemos um relacionamento fantástico. Isso porque ele era absolutamente dedicado”, completou o icônico projetista.
Piquet comenta os anos de Brabham
“Foi fantástico, estivemos juntos por sete anos e conquistamos dois campeonatos juntos. Era uma grande atmosfera familiar. Aprender e trabalhar com uma equipe foi a coisa mais importante”, relembra o brasileiro. Em 1984, Piquet conquistaria nove pole positions - igualando o recorde da F1 na época -, mas apenas duas vitórias, já que falhas no turbocompressor lhe custaram caro e o restringiram à quinta posição no campeonato.
Quando a Michelin saiu da F1 no fim da temporada, a decisão de Ecclestone de mudar para a Pirelli em vez dos superiores pneus da Goodyears seria um fator limitante para 1985, com Piquet conquistando uma vitória. Assim, quando Frank Williams lhe ofereceu um salário muito superior para se juntar a uma equipe da Williams-Honda claramente em ascensão, Nelson aproveitou a chance.
Relação com a Williams
Em 1986, terminou em terceiro, atrás de Alain Prost e do companheiro Nigel Mansell, mas em 87 o brasileiro venceria os dois para conquistar seu terceiro campeonato. Mesmo com um acidente horrível em treino em Ímola, que o levou a perder aquela corrida.
Piquet afirma que seu último título foi o mais difícil: “Tive que lutar com tudo, contra outros pilotos e dentro do minha equipe - estar em um time inglês com um colega inglês e vencer o campeonato não foi fácil!”.
“Eu tive que tentar criar uma divisão na equipe, para sobreviver e tentar ganhar o campeonato. Foi um ano muito difícil, pode acreditar nisso”, relembra o brasileiro, cuja primeira vitória na F1 completou 40 anos nesta segunda.
A atmosfera na Williams pesou: Piquet optou por sair no final do ano para a Lotus, onde obteve o status de número um ao lado do companheiro Satoru Nakajima. Na nova equipe, também teria os motores Honda.
Depois de um período frustrante de dois anos na Lotus, com a equipe sendo atropelada pela McLaren usando o mesmo motor em 1988 e depois perdendo o contrato e sendo forçada a usar motores Judd em 89, Piquet foi para a Benetton encerrar a carreira.
Ao vencer as duas últimas corridas de 1990, Piquet saltou para o terceiro lugar na classificação dos pilotos daquela temporada e, no ano seguinte, conseguiu sua vitória final no Canadá, às custas do grande rival Nigel Mansell.
Ao fim do campeonato de 1991, Piquet deixou a F1 com 23 vitórias. Ele se aposentou para se concentrar em seus interesses empresariais, sendo especialmente bem-sucedido com um produto de sistema de rastreamento de GPS para veículos.
Ele também tentou a glória nas 500 Milhas de Indianápolis de 1992, mas acabou sofrendo ferimentos graves nas pernas em um terrível acidente de treino - antes de se recuperar e voltar a competir em 1993.
Piquet e as 24 Horas de Le Mans
Piquet disputou duas vezes as 24 Horas de Le Mans, terminando em oitavo com a McLaren ao lado de Johnny Cecotto e Danny Sullivan em 1996, mas falhando em terminar um ano depois, quando juntou-se a JJ Lehto e Steve Soper em um carro BMW Motorsport.
Sua última corrida foi nas Mil Milhas Brasileiras de 2006, em Interlagos, onde compartilhou a vitória no Aston Martin DBR9 com o filho Nelsinho, Hélio Castroneves e Christophe Bouchut. Hoje, Piquet brinca: "Quando parei de correr, vi como minhas férias eram boas!"
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