Análise

ANÁLISE: Caso não encontre nova fornecedora, Red Bull pode ter que reeditar parceria com Renault na F1

Normas do Pacto de Concórdia da categoria podem levar à repetição dessa parceria "na marra"

Daniel Ricciardo, Red Bull Racing RB14, follows Carlos Sainz Jr, Renault Sport F1 Team, in the pit lane

Daniel Ricciardo, Red Bull Racing RB14, follows Carlos Sainz Jr, Renault Sport F1 Team, in the pit lane

Zak Mauger / Motorsport Images

O anúncio feito nesta sexta-feira (02) pela Honda, de que se afastará da Fórmula 1 após o final da temporada 2021 deixa uma questão importante no ar: qual será o próximo fornecedor de motores da Red Bull e da AlphaTauri? E, apesar de ainda estar cedo para bater o martelo, as equipes precisam ficar atentas à possibilidade da reedição de uma velha parceria.

A montadora japonesa afirmou que o principal motivo para a saída é a busca da marca pela eletrificação, visando neutralizar as emissões de carbono até o ano 2050. Mas, segundo o CEO da marca, isso não significa que eles vão correr atrás de categorias elétricas, como a Fórmula E.

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Red Bull e AlphaTauri, que já sabiam da possibilidade desde agosto, agradeceram a Honda pelo trabalho e a parceria dos últimos anos. Mas as equipes da marca austríaca de bebidas energéticas precisa começar a pensar no futuro logo.

Com a saída da Honda, restam apenas três montadoras fornecendo motores no grid da F1. E o panorama atual pode ser algo preocupante para a Red Bull, porque pode significar a volta de uma parceria antiga que não teve o melhor dos finais.

Até 2018, a Red Bull usava motores Renault, mas o relacionamento entre as duas marcas vinha se deteriorando rapidamente devido aos problemas de confiabilidade que as unidades de potência da marca francesa apresentavam. Ao longo de 2017 e 2018, Daniel Ricciardo e Max Verstappen viram diversas chances de vitórias ou de pódio ir embora no meio da corrida junto com os carros.

Por outro lado, a Mercedes passará a fornecer motores para quatro das dez equipes do grid a partir de 2021: além dela própria, Williams e Aston Martin manterão a parceria com a montadora alemã, enquanto a McLaren chega a esse grupo, reeditando a parceria que durou quase 20 anos entre as décadas de 1990 e 2010.

A terceira fornecedora, a Ferrari, manterá seu número oficial de clientes para os próximos anos: a Scuderia, Alfa Romeo e Haas.

Sobraria apenas a Renault que, a partir do próximo ano, terá apenas a sua própria equipe para fornecer motores, após o fim do acordo com a McLaren. E é essa situação que pode levar à reedição da parceria com a Red Bull.

O Pacto de Concórdia, documento que dita as normas comerciais e de governança da F1, determina que nenhuma equipe do grid pode ficar sem uma fornecedora de motores. Algo óbvio, porque sem motores, não há como correr. E, por isso, o documento possui um dispositivo de emergência importante para situações como essa: no caso de uma equipe ficar sem um fornecedora por trás, a montadora com menor número de clientes é obrigada a trabalhar com eles.

Por ter apenas a sua própria equipe como clientes, a Renault poderia ser obrigada a fornecer motores novamente para a Red Bull e a AlphaTauri.

No momento, a Ferrari não demonstra interesse em fornecer motores para as equipes da marca austríaca. Antes de assinar com a Honda, Christian Horner, chefe da Red Bull, chegou a ir atrás da marca italiana para fornecer motores, mas recebeu um não do então presidente Sergio Marchionne

Com a Mercedes com um grande número de clientes para trabalhar, as opções da Red Bull para fugir da Renault são poucas no momento. Mais notoriamente, duas: arrumar uma nova parceira, o que seria difícil pelo tempo necessário para desenvolver um motor, ou passar a construir seu próprio motor, algo que foi sugerido hoje pelo ex-F1 Ralf Schumacher.

Ainda é muito cedo para cravar o que poderá acontecer, mas uma coisa é fato: com o tempo que se leva para desenvolver um motor, ainda mais um novo, dentro do próximo regulamento, a Red Bull não pode se dar ao luxo de esperar o tempo passar antes de bater o martelo.

Red Bull RB16

(Temporada 2020)

Red Bull Racing-Honda RB16
Motor: Honda
Combustível: ExxonMobil
Pneus: Pirelli

Pilotos:

33 - Max Verstappen

23 - Alexander Albon

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