F1: Mercedes identifica possíveis causas para desclassificação de Russell em Spa

Equipe acredita que diversos fatores podem ter causado a perda significativa de peso do monoposto de George Russell

George Russell, Mercedes-AMG F1 Team, 1st position, lifts the winners trophy

A vitória de George Russell no GP da Bélgica foi retirada após o carro 63 ser pesado e estar abaixo do peso limite imposto pela FIA, Federação Internacional de Automobilismo. Agora, a Mercedes expôs quais teriam sido os fatores que levaram ao resultado frustrante após uma boa corrida na Fórmula 1.

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Russell fez apenas uma parada durante o GP da Bélgica, diferente de seus companheiros de pista. O piloto optou por começar com pneus duros e fazer a troca pelos mesmos, mas novos, tentando levá-los ao limite e os mantendo por mais de 30 voltas. Esta também era uma estratégia de Carlos Sainz, da Ferrari, mas o espanhol não teve sucesso.

O companheiro de Lewis Hamiton conquistou a ponta após o pit stop único e defendeu que seguiria com os mesmos compostos até o fim, o que foi feito e lhe garantiu a vitória. Porém, ao fim da prova, o carro foi pesado e foi constatado que estava 1,5kg abaixo do limite - a pesagem acontece com o piloto ainda dentro do cockpit, desta maneira, o peso de Russell influencia no resultado final.

Após o procedimento, Russell foi desqualificado e Hamilton herdou a vitória. Frustrados com a perda da dobradinha, a Mercedes conduziu as primeiras análises para entender a situação e definiu que o problema não estava em apenas um fator.

As suspeitas iniciais estavam no desgaste dos pneus de Russell, já que foram usados por mais voltas do que o previsto pela Pirelli, fornecedora oficial dos compostos, e perderam muita borracha. Caso o piloto tivesse feito duas paradas, o peso dos novos pneus poderiam garantir que o monoposto seguisse dentro limite.

Após analisar os vídeos da corrida, o engenheiro de pista Andre Shovlin definiu que outros fatores estavam envolvidos na perda significativa de peso - o que a equipe decidiu investigar a fundo.

"O carro pode perder bastante peso durante a corrida. Você tem desgaste de pneus, desgaste da prancha, desgaste de freios, consumo de óleo. O próprio piloto pode perder muito peso. E nesta corrida em particular, George perdeu bastante peso", declarou.

George Russell, Mercedes F1 W15

George Russell, Mercedes F1 W15

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

Shovlin também explicou que a equipe não detectou nenhuma diferença de peso antes da corrida. Isso porque os dois monopostos da Mercedes estavam muito próximos quando foram medidos após a classificação.

"Os carros começaram com o mesmo peso. Lewis e George se pesaram após a classificação. Os carros estavam dentro do limite".

Na sequência, o engenheiro expôs os pontos que podem ter sido os culpados para a perda significativa de peso do monoposto e causaram a desclassificação de Russell.

"O carro de George foi o único que teve o problema e isso se deu porque houve desgaste do pneu muito maiores. Parece que perdemos mais material na prancha. Vamos coletar todos esses dados, no entanto, e ver como podemos refinar nossos processos, porque claramente não queremos que isso aconteça no futuro".

Considerando que, se o carro estiver 10kg acima do peso, a equipe pode perder até 0s3 por volta em traçados como o de Spa-Francochamps. Estar 1,5kg abaixo do permitido pode garantir um desempenho melhor em comparação com os outros monopostos.

Entretanto, Shovlin não acredita que Russell tenha se beneficiado com a diferença, já que seu carro começou a prova com o mesmo peso do monoposto de Hamilton.

"Em termos de ritmo no início da corrida, o benefício foi nulo porque o carro de George e o de Lewis começaram a corrida com o mesmo peso".

"Agora, obviamente, como o carro de George estava perdendo peso mais rápido que o de Lewis durante toda a corrida, há um ganho associado a isso, mas você está na casa dos centésimos de segundo por volta".

O engenheiro defendeu que o ganho ao longo da prova teria sido mínimo, já que um quilo equivaleria à diminuição de pouquíssimos milésimos de segundos.

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Jonathan Noble
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