Fórmula 1 GP do Azerbaijão

F1: Por que Red Bull planeja mudanças em como chegará nas corridas de 2025

Queda no desempenho na atual temporada tem causado dor de cabeça nos taurinos

Sergio Perez, Red Bull Racing RB20, on the grid

Mesmo quando se está ganhando, ficar parado na Fórmula 1 enquanto as outras equipes desenvolvem seus carros não é uma boa ideia para nenhuma das escuderias. E o mesmo vale para a estrutura interna das equipes. E a Red Bull notou isso assim que viu a dominância escapar de suas mãos.

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As exigências das corridas mudaram nos últimos anos e as equipes têm enfrentado grande mudança de pessoal ao longo das temporadas. Desta maneira, seria um verdadeiro erro não traçar novos planos simplesmente porque tudo funcionou daquela mesma maneira no passado.

É neste cenário que a Red Bull se encontra: a saída de Adrian Newey e Jonathan Wheatley promete mexer em todo o esquema organizacional do time e precisará ser revisto. Importante lembrar que os taurinos enfrentam a crescente competitividade em pista contra a Ferrari e McLaren e, inclusive, perderam a liderança na tabela de construtores para a equipe de Woking no último GP.

Buscando maximizar o desempenho nos próximos finais de semana, a Red Bull se comprometeu a fazer mudanças pensando em 2025 e a maneira como chegarão em cada uma das corridas.

Segundo Christian Horner, em entrevista ao Motorsport.com, a mudança foi, principalmente, movida pela saída de Wheatley, que se juntará a Sauber como novo diretor de equipe.

"A mudança de Jonathan para assumir um novo desafio na Audi foi, na verdade, uma grande oportunidade para reorganizar a forma como corremos".

Jonathan Wheatley, Red Bull Racing team manager

Jonathan Wheatley, chefe de equipe da Red Bull Racing

Foto de: Red Bull Content Pool

Os novos traços da equipe giram em torno da divisão das antigas funções que Wheatley tinha na Red Bull. Desta maneira, o engenheiro de corrida de Max Verstappen, Gianpiero Lambiase, assumirá a nova função como chefe de corrida.

Stephen Knowles, ex-engenheiro sênior de estratégia, assumirá a função de chefe de regulamentos esportivos, vaga recém-criada. Ele terá a responsabilidade de atuar como ponto de ligação diretamente com a FIA.

Richard Wolverson, engenheiro sênior de carros, assumirá o cargo de Chefe de Operações de Corrida, com o apoio de Tony Burrows. Além disso, o chefe de operações de frete da Red Bull, Gerrard O'Reilly, assumirá o controle total da logística da equipe.

Muitos dos nomes podem não ser muito conhecidos pelos fãs, mas internamente todos são vistos como figuras-chave para levar a equipe adiante.

"É um passo à frente para todos. É uma manobra de frente muito forte", defendeu Horner.

Pontos fortes de Lambiase

A estrutura da Red Bull na pista segue praticamente a mesma desde a criação da Red Bull em 2005, tendo Wheatley coberto todas as áreas durante anos.

No entanto, a F1 é um ambiente que sofre muitas mudanças rapidamente, aliada a regulamentações cada vez mais restritivas e ao limite de custos, provocou novas demandas e forçou muitas equipes a reavaliar a melhor forma de cobrir as operações de pista.

Este cenário fez com que a Red Bull dividisse as funções que eram aglutinadas por Wheatley, isso porque é necessário ter pessoas que sejam 'mestres' e não apenas especialistas em sua área. 

"Acho que a maneira como a equipe de corrida costumava ser era quase um pouco isolada. Eles eram vistos quase como um grupo individual que era alimentada, eles saíam para correr e depois voltavam", disse Horner.

"Mas acho que, da forma como a F1 está evoluindo, ela se torna muito mais integrada ao quadro e aos processos maiores da F1".

Horner acha que, quando se tratava de encontrar a pessoa perfeita para a função de Chefe de Corrida, não havia ninguém melhor do que Lambiase. Isso porque o engenheiro já trabalha com os taurinos desde 2015.

"Ele é um competidor. Eu o avalio muito bem. Ele é pragmático. Ele é direto e tem sido uma parte essencial da nossa equipe desde que entrou como engenheiro de corrida [para Daniil Kvyat originalmente] em 2015".

"Ele fez um excelente trabalho. Ele é a pessoa certa para essa função e continuará sendo o engenheiro do carro de Max em um futuro próximo e, certamente, em 2025".

Christian Horner, Team Principal, Red Bull Racing talks with race engineer Gianpiero Lambiase

Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull Racing, conversa com o engenheiro de corrida Gianpiero Lambiase

Foto de: Red Bull Content Pool

Ao ser perguntado se há algum risco de Lambiase 'perder o foco' de seu trabalho com Verstappen, Horner defendeu que "não" e justificou:

"Acho que não, porque você tem um grupo de pessoas que têm a responsabilidade de fazer seu trabalho. O único trabalho em que Jonathan não teve nenhum envolvimento de outras pessoas foi na interação com o Comitê Consultivo Esportivo (SAC) da FIA, em que ele apenas analisava a agenda comigo antes de uma reunião".

"Por isso, acho que, ao criar uma função específica apenas para lidar com esse elemento [FIA], ele coloca a cobertura certa no lugar".

Os riscos de ficar estático

A mudança para 2025 foi uma decisão tomada após a atual temporada tumultuada para os taurinos. Eles enfrentam dificuldades com o desempenho do RB20 em pista e a falta de vitórias de Verstappen desde o GP da Espanha, em junho.

A saída de Newey e Wheatley afeta o ritmo da equipe, no entanto, Horner prefere não ficar remoendo a situação e olhar para o futuro. O chefe da Red Bull está focado na campanha atual e a batalha pelos dois títulos.

Com a perspectiva de uma campanha extremamente difícil em 2025 e os preparativos para se tornar seu próprio fabricante de motores em 2026, a atenção precisa estar totalmente voltada para o futuro.

"Como uma equipe e uma empresa funcionam: se você é estático, tende a retroceder. Sempre tivemos uma continuidade e uma lealdade incríveis na equipe.

"Externamente, é claro, vai parecer que: caramba, as pessoas estão deixando a equipe. Mas as pessoas vêm e vão".

"Passamos ótimos momentos com Adrian. Ele era uma grande parte da nossa equipe. Mas é preciso estar sempre olhando para frente. É preciso estar sempre evoluindo".

Christian Horner, Adrian Newey, Red Bull Racing

Christian Horner, Adrian Newey, Red Bull Racing

Foto de: JEP / Motorsport Images

"E se eu comparar a equipe de hoje com a de 20 anos atrás, apenas em termos de processos, em termos da maneira como operamos e de nossas eficiências, especialmente em uma era orientada por limites de custos, é um mundo de diferença em relação ao que éramos há 10 anos".

"Desenvolvemos grandes talentos internamente, e continuamos a fazê-lo. Portanto, dentro da equipe, há muitos talentos que são muito bons. Dentro da equipe, há realmente muito otimismo em relação ao futuro".

Horner ainda abordou o "enorme desafio" de produzir seus próprios motores para 2026 e como as pessoas de fora não 'entendem' o esforço que é necessário para tal.

"As pessoas subestimam o fato de criar uma empresa iniciante do zero e trazer cerca de 550 pessoas para projetar e produzir um motor. Não é um empreendimento pequeno, mas é tremendamente empolgante".

A luta atual

Embora Horner esteja trabalhando nas bases para ajudar a Red Bull a longo prazo, a equipe ainda tem muitas tarefas inacabadas nesta temporada, já que está na briga pelo título com a McLaren e a Ferrari. Importante lembrar que a equipe de Woking está na liderança do campeonato de construtores.

E, embora ainda não esteja fora de perigo no que diz respeito a ter as respostas que transformarão seu RB20 em um vencedor definitivo, Horner vê alguns sinais de progresso - especialmente com base no ritmo que Sergio Pérez mostrou em Baku.

"Algumas das lições que aprendemos em Monza foram abordadas no Azerbaijão, e algumas das características com as quais tivemos dificuldades foram melhoradas", disse ele.

"Acho que, particularmente com Checo, seu desempenho e a degradação dos pneus foram muito fortes na corrida [de Baku]. Ele foi o primeiro dos três primeiros a ir para os boxes, e seus pneus estavam melhores no final da corrida do que os de Charles [Leclerc]".

Horner lamentou o resultado negativo de Pérez, isso porque o mexicano bateu com Carlos Sainz nas últimas voltas, enquanto disputavam a terceira posição, e precisou abandonar a etapa.

"Foi uma pena que ele não tenha conseguido capitalizar com pelo menos um pódio. Ele estava, no mínimo, em terceiro, provavelmente teria terminado em segundo e poderia ter vencido se não tivesse sido segurado por Lando [Norris], obviamente durante sua volta de saída. Ele também perdeu um pouco de tempo com Alexander Albon".

"Mas acho que agora temos uma direção, e agora é uma questão de extrair o desempenho e colocar esse desempenho no carro. Acho que demos um passo à frente no Azerbaijão. Será interessante ver como isso vai se desenrolar em Singapura neste fim de semana".

Max Verstappen, Red Bull Racing RB20

Max Verstappen, Red Bull Racing RB20

Foto de: Red Bull Content Pool

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