Fórmula 1 GP de São Paulo

F1: Red Bull acusa McLaren de truque para lidar com temperatura dos pneus

Taurinos suspeitam que o time de Woking e outros estejam utilizam um processo que seria ilegal

Max Verstappen, Red Bull Racing, 3rd position, Oscar Piastri, McLaren F1 Team, 2nd position, in Parc Ferme

As disputas fora das pistas continuam na Fórmula 1 e, dessa vez, a Red Bull decidiu acusar a McLaren e outras equipes de um truque 'bizarro' para lidar com a temperatura dos pneus. Em meio ao GP de São Paulo, o time de Milton Keynes afirma que os papaias estão usando água para resfriar os pneus por dentro.

Com a disputa pelo campeonato entre a Red Bull e a McLaren se tornando cada vez mais acirrada, houve um aumento na investigação entre as duas equipes sobre elementos de seus carros.

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A McLaren foi criticada por seu 'mini-DRS' na asa traseira, que a equipe teve que alterar após reclamações de que o conceito estava fora das regras.

Mais recentemente, houve uma discussão sobre um ajustador na parte frontal do carro da Red Bull que alguns de seus rivais suspeitavam que poderia ter sido usado para ajustar a altura da suspensão durante as condições de parque fechado.

Ambas as questões levaram à intervenção da FIA, mas nenhuma das equipes foi considerada culpada de fazer algo ilegal.

Agora, no entanto, o Motorsport.com soube que a atenção se voltou para um truque que a Red Bull suspeita ter sido usado por várias de suas rivais – acredita-se que a McLaren esteja incluída – para ajudar a resfriar os pneus durante as corridas.

A teoria é que algumas equipes encontraram uma maneira de injetar água – ou outro líquido não especificado – nos pneus através das válvulas logo antes de os pneus serem montados nos carros para a corrida.

Ter um resfriante dentro do pneu poderia ajudar a manter a maior parte do composto fria, limitando a degradação térmica e, em última instância, ajudando a melhorar o ritmo de corrida. Entende-se que a preocupação com essa prática surgiu após o GP de Singapura, quando fontes sugeriram que alguns pneus foram vistas com líquido dentro – algo incomum.

Isso porque as equipes normalmente fazem um esforço extra para remover toda a umidade de dentro do pneu, o que ajuda a garantir que possam atingir a pressão perfeita dos compostos.

De fato, as regulamentações técnicas da F1 enfatizam a limitação da quantidade de umidade que as equipes podem remover, e não adicionar. O artigo 10.8.4 afirma que: "Os pneus podem ser inflacionados apenas com ar ou nitrogênio" e "qualquer processo cuja intenção seja reduzir a quantidade de umidade no pneu e/ou no gás de inflação é proibido."

Motorsport.com soube que a FIA foi alertada sobre as preocupações em relação a essa prática, e seu chefe de assuntos de monopostos, Nikolas Tombazis, esteve em diálogo com a Pirelli e as equipes no GP do Brasil para discutir o assunto.

Além disso, entende-se que Tombazis manteve um olhar atento sobre a remoção dos pneus de suas rodas após a corrida sprint no Brasil para verificar se havia alguma evidência de líquido incomum lá.

Embora não tenha havido comentários oficiais da FIA sobre o assunto, entende-se que há ceticismo sobre a possibilidade de as equipes estarem tentando explorar essa área. O relatório de inspeção da FIA da corrida sprint também confirmou que os pneus foram inspecionados e liberados.

"Os pneus usados por todos os pilotos durante a Sprint de hoje foram verificados", diz o documento.

Sabe-se que a ideia de adicionar umidade aos pneus foi proibida há muitos anos por meio de uma Diretiva Técnica que a FIA emitiu anteriormente, então qualquer um encontrado adicionando líquido dessa forma poderia correr o risco de ser denunciado aos comissários.

O mistério do ritmo de corrida A Red Bull tem buscado respostas sobre por que sua vantagem sobre os rivais desapareceu nesta temporada – especialmente no GP de Miami, onde várias outras equipes deram um salto que não pôde ser explicado apenas por melhorias simples.

"Algumas equipes deram grandes passos no ritmo de corrida, o que é bastante estranho", explicou Max Verstappen.

"Porque se você olhar para o nosso carro em comparação ao ano passado, fizemos progressos na classificação e na corrida. Os outros também deram um passo razoável no ritmo de classificação, mas então eles deram um passo muito, muito maior no ritmo de corrida. E isso é algo que é difícil para nós entender".

O chefe de equipe Christian Horner contou ao Motorsport.com recentemente sobre a mudança de desempenho em Miami:

"Se alguém fosse cético e um tanto paranoico, diria que algo mudou. Porque mesmo quando voltamos à configuração do carro que, por exemplo, tivemos na China, ainda enfrentamos alguns dos mesmos problemas que experimentamos".

"Mas, ao dizer isso, mudou para todo mundo, potencialmente. Mas eu nunca vi em uma temporada uma mudança tão exagerada. Obviamente, precisamos resolver isso. Precisamos entender".

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Jonathan Noble
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