Após estreia, Alonso diz que só voltaria ao Dakar para ser campeão
Bicampeão da Fórmula 1 e das 24 Horas de Le Mans, espanhol iria ao rali mais difícil do mundo com "altas expectativas"
Após terminar no 13º lugar geral em seu primeiro Rally Dakar da carreira, o piloto espanhol Fernando Alonso, bicampeão da Fórmula 1, disse que só voltaria ao rali mais difícil do mundo para ser campeão.
Alonso, que vem experimentando várias categorias de automobilismo depois de deixar a F1 no fim de 2018, teve como melhor resultado no Dakar 2020 um segundo lugar, guiando uma Hilux da Toyota Gazoo Racing.
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Entretanto, um problema no segundo estágio e uma capotagem na 10ª especial tiraram melhores chances no rali. De todo modo, Alonso ficou empolgado com a competitividade que demonstrou e acredita que poderia tentar vencer o Dakar no futuro.
O espanhol, porém, pondera que ainda não tomou uma decisão. "Se eu decidir correr o Dakar novamente, seria com grandes expectativas", disse Alonso. "Mas não quero pensar nisso agora. Estou feliz com o meu resultado”.
“Logicamente, após essa primeira experiência e tendo sido competitivo, se eu correr no futuro, tentarei fazê-lo para vencer, para adicionar uma importante conquista à minha carreira”, seguiu Alonso. Relembre seus carros na F1:
"Mas há tempo para essa [decisão]. Eu teria que ter uma preparação mais precisa e detalhada e ter o melhor equipamento. Se você gosta de correr, passar as férias em um carro é uma boa opção. Vamos ver”, afirmou, mencionando o fato de que o Dakar ocorre em janeiro.
Embora não tenha conseguido uma vitória nas etapas, Alonso sentiu que chegou perto. "Senti-me competitivo todos os dias. Na última etapa, tivemos um furo de pneu, mas ainda pegamos Yazeed [Al Rajhi] e terminamos em quarto, então tínhamos chance de vencer”.
Companheiro de equipe de Alonso e tricampeão de Dakar, Nasser Al-Attiyah sugeriu que a ex-estrela da F1 provou ser um aprendiz rápido, sendo competitivo o suficiente para retornar com ambições mais elevadas no futuro.
O príncipe do Catar, porém, ponderou que é difícil ser campeão. "Quando cheguei [ao Dakar], tinha muita experiência. Depois de seis, sete anos, ganhei”, afirmou o piloto, que venceu em 2019, último ano do Rally na América do Sul.
“Carlos [Sainz] era um grande piloto no WRC [Mundial de Rali]. Ele veio, ficou sete, oito anos, e aí venceu. Sebastien Loeb veio, é um dos melhores pilotos, e não conseguiu vencer. Leva tempo. Precisamos respeitar esta competição, porque não é fácil".
Relembre como foi o ano de 2019 de Fernando Alonso, o primeiro totalmente fora da F1
Em seu terceiro e último turno, Alonso assumiu o volante na segunda posição e se aproveitou de um erro de Felipe Nasr para retomar a ponta e cruzar a bandeirada em primeiro.
Foi a primeira vitória do Príncipe das Astúrias em Daytona. Em 2018 ele havia abandonado a corrida com problemas mecânicos depois de largar na 13ª posição.
Em abril, Alonso assumiu o volante do carro da equipe de Woking e apoiou o time nos testes de pneus da Pirelli
O espanhol deu 64 voltas no primeiro dia de treinos e mais 69 no segundo, acumulando quilometragem e ajudando a equipe a compreender melhor a próxima geração de pneus da marca italiana.
Depois da experiência, o espanhol afirmou que se considerava o melhor piloto do mundo.
Em 2018 os pilotos do carro #8 da Toyota, Fernando Alonso, Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi já haviam conquistado vitórias em Spa e Le Mans, além de dois segundos lugares, no Japão e na China. Em Sebring, largaram na pole.
E os pilotos do carro #8 não deram margem aos rivais e venceram a corrida em Sebring, em março.
Na corrida seguinte, o trio de Alonso, Buemi e Nakagima voltou a vencer, desta vez nas 6 Horas de Spa.
Poucos dias antes da vitória, Alonso e Toyota confirmaram que o piloto deixaria a equipe após o término da temporada.
Por já ter vencido a prova em 2018, Alonso afirmou que a prioridade seria garantir o título ao invés de brigar pela vitória.
Depois de partir da segunda posição, o trio formado por Alonso, Buemi e Nakajima conseguiu superar os rivais da Toyota nas últimas horas da prova para garantir a segunda vitória consecutiva na lendária prova.
Com duas vitórias em cada uma das provas lendárias da Eurpa, Alonso precisa 'apenas' de uma vitória na Indy500 para se tornar o segundo piloto na história a conquistar a tríplice coroa, feito alcançado apenas por Graham Hill entre 1963 e 1972.
Em 2017, Fernando Alonso chegou a liderar as 500 milhas de Indianápolis, mas su motor Honda falhou e ele abandonou a prova. Mesmo assim, ele foi premiado como melhor novato da corrida.
Em sua segunda tentativa, a McLaren fez uma parceria com a Carlin e construiu um carro exclusivamente para que Alonso competisse na prova.
No entanto, após um acidente nos treinos livres em Indianápolis, a equipe teve problemas de logística e não conseguiu entregar um novo volante a tempo para o espanhol e acumulou diversos problemas.
Somando-se às falhas da McLaren, Alonso não foi rápido o suficiente para se classificar entre os 30 melhores que garantiram acesso direto à corrida e precisou disputar uma espécie de repescagem, na qual também saiu derrotado, o que resultou na não participação do espanhol na corrida.
Após o fracasso de piloto e equipe, Gil de Ferran, diretor esportivo da McLaren, pediu desculpas ao espanhol pelas trapalhadas da equipe em Indianápolis.
Mas 2019 não se resumiu à corridas no asfalto. Alonso começou em março uma série de testes com a Toyota, de olho em uma participação no Rally Dakar de 2020.
A primeira experiência do espanhol foi na África do Sul, onde começou sua preparação.
Após a primeira experiência, Alonso disse ter gostado de pilotar um carro de rali.
Apoiado pela fabricante japonesa, Alonso afirmou que todas as experiências fora da F1 eram mais do que apenas diversão.
Depois das primeiras impressões positivas de Alonso, a Toyota elaborou um plano de testes e competições para o espanhol se preparar para Dakar.
Um momento de grande 'tensão' para o espanhol foi sua experiência com as dunas do Namíbia, onde disse ter ficado chocado com o tamanho do desafio.
Em seguida, a dupla Alonso-Coma participou do Rally do Marrocos. No primeiro dia, o Toyota dos espanhóis sofreu com furos nos pneus e ficou para trás. Na sequência, entraram no top-10, mas o terceiro dia foi o pior, com a dupla precisando abandonar.
No último evento de preparação antes do Dakar, na Arábia Saudita, Alonso e Comas chegaram ao pódio pela primeira vez, comum terceiro lugar no rally Al Ula-Neom. A evolução do espanhol surpreendeu o experiente time da Toyota, que ficou empolgada para a lendária prova.
Dias depois de chegar em terceiro na Arábia Saudita, Alonso participou de evento promocional da Toyota na Argentina, onde a marca japonesa oficializou sua participação na Stock Car 2020.
Alonso guiou o carro da Toyota do Super TC 2000, competição argentina similar à Stock Car. Uma das celebridades a dar voltas ao lado do espanhol, foi Matías Rossi, astro da categoria que estará na Stock Car em 2020.
Em entrevista ao Motorsport.com, Alonso disse que não descarta participar de corridas da Stock Car no futuro, apontando conhecer a categoria através de Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet.
Na esteira da declaração de Alonso, o chefe da Stock Car, Carlos Col, afirmou que a categoria tem interesse em trazer o espanhol para a corrida de duplas, que voltará a fazer parte do calendário da categoria em 2020.
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